O professor Amir El-Kouba, mestre em administração estratégica, especialista em método científico, comportamento organizacional e psicólogo, foi o convidado da Escola do Legislativo da Assembleia Legislativa do Paraná para palestrar sobre as novas posturas de um líder. De uma forma leve e didática, Amir conversou com quase 100 presentes – entre servidores da Casa e público em geral – atualizando os conceitos e posturas de um líder de gestão e de pessoas.

“Quando falamos em novas posturas, na verdade significa nos despirmos de estereótipos da liderança, percebendo que ninguém consegue ser melhor líder sem antes se tornar um melhor ser humano. E esse melhor ser humano passa, muitas vezes, menos por essa formação e até capacitação, do que aquilo que você tem de valores, de história de vida, daquilo que você é enquanto  humano, implicado naquilo que você faz em termos de relação interpessoal, de relação com equipe, daquele com que está preocupado realmente em favorecer o desenvolvimento das pessoas, das relações, criando um ambiente favorável para bons resultados, sempre alinhados a objetivos maiores da instituição que serve, mas também muito antenado àquelas condições que trazem satisfação pessoal e profissional”.

Uma das grandes armadilhas que impactam na capacidade de liderança é o “modismo”, seguir as tendências que, talvez, no passado deram resultado, mas que não evoluíram com o tempo. A dica, neste caso, é sair do lugar comum.

“Tenho visto muitas empresas acreditando que estão investindo em técnicas modernas de desenvolvimento de lideranças, mas que, na verdade, o fazem de maneira fragmentada e perigosa. Mapeiam competências padronizadas e avaliam seus gestores com ferramentas que traduzem apenas o modismo e a falta de cientificidade que desponta cada vez mais de forma preocupante no instável e amador mercado da gestão de pessoas. Acabam, por fim, tendo a ilusão de que estão desenvolvendo competências de liderança e gestão, mas estão favorecendo apenas o incremento de rotulações e o favorecimento de estereótipos, num claro desrespeito à diversidade e ao verdadeiro desenvolvimento humano”.

Segundo o preletor, tudo está mudando. “As pessoas que estão na condição de se relacionar com essas lideranças mudaram demais. A gente vê as novas gerações que estão chegando ao mercado de trabalho e que tem um nível de exigência e comportamental bastante diferente. Não dá para nos posicionarmos como líderes como era em 1970 com todas as evoluções de hoje, com tudo o que está ocorrendo em termos de transformação”.

A receita é apostar no desenvolvimento e capacitação de toda a equipe, na diversidade, ouvir opiniões para tomar as decisões. “É criar condições favoráveis dentro da equipe, ter a confiança do grupo, desenvolver e crescer enquanto grupo”.

Para o diretor da Escola do Legislativo, Dylliardi Alessi, o evento foi de extrema importância e destaca a preocupação da “nossa Escola de estar sempre atualizando e capacitando os servidores, mas também abrindo as portas da Assembleia para que as pessoas possam aproveitar, de forma gratuita, os cursos e palestras que são ofertados”.

Segundo ele, a variedade de cursos e palestras é para apostar no crescimento das pessoas, sejam servidores ou não. “O tema de hoje é relevante porque aqui na Assembleia lidamos o tempo todo com pessoas, com personalidades diferentes, mas com objetivos comuns. Precisamos desenvolver esse papel de liderança para o melhor atendimento da população e de desenvolvido dos trabalhos da nossa Casa de Leis”.