Audiência pública embasará emendas contra PLC que altera plano de carreira na educação Representantes do setor participaram de debate virtual com deputados da Oposição sobre projeto do Governo com mudanças na categoria.

10/12/2021 17h19 | por Ana Luzia Mikos
Audiência pública debateu o projeto de lei complementar 12/2021 que tramita na Assembleia Legislativa e trata da carreira dos professores estaduais.

Audiência pública debateu o projeto de lei complementar 12/2021 que tramita na Assembleia Legislativa e trata da carreira dos professores estaduais.Créditos: Thais Faccio/Alep

Audiência pública debateu o projeto de lei complementar 12/2021 que tramita na Assembleia Legislativa e trata da carreira dos professores estaduais.

Uma série de sugestões foi entregue aos deputados da bancada da Oposição da Assembleia Legislativa do Paraná com intuito de alterar o que foi definido por integrantes do setor como um “desmonte na carreia dos servidores da educação do Paraná”.  O documento traduziu muito das críticas que foram expostas na Audiência Pública realizada nesta sexta-feira (10) para debater o projeto de lei complementar 12/2021, que altera a tabela salarial e os planos de carreira dos professores e funcionários de escolas da rede pública.

O projeto foi encaminhado pelo Governo do Estado nesta semana à Assembleia Legislativa do Paraná e já recebeu parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça. Na segunda-feira (13) a proposta será analisada pela Comissão de Finanças e Tributação e também pela Comissão de Educação.

“É um projeto que chegou com urgência no final do ano e prejudica a carreira de professores e servidores. Por isso convocamos esta audiência para debater com a categoria, esclarecer a população e fazer um convite para todos virem juntos defender a educação”, afirmou o deputado Professor Lemos (PT), que conduziu o debate. Ele foi um dos proponentes do encontro ao lado dos deputados Arilson Chiorato (PT), Luciana Rafagnin (PT), Tadeu Veneri (PT), Goura (PDT) e Requião Filho (MDB).

O material recebido pelos deputados conta com a análise das consequências trazidas pela proposta do Governo e deve embasar o rol de emendas a ser apresentado em Plenário.

“O projeto é uma robusta mentira contada ao povo paranaense. É um arranjo contábil, que tira um pouco do adicional noturno, do vale-transporte, dando um falso incremento salarial”, criticou Chiorato.

“Precisamos muito que os servidores participem, acompanhem conosco para tentarmos reverter o que o Governo tenta tirar de conquistas”, reforçou a deputada Luciana Rafagnin.

Segundo o Governo, a proposta estipula o piso salário de R$ 5.545,00 mensais a partir de janeiro de 2022. O incremento em relação ao atual piso em vigor no Estado (R$ 3.730,00) para 40 horas/aulas semanais é de 48,7% atendendo 22,4 mil profissionais em começo de carreira, entre servidores efetivos e temporários, além de ter reflexo na remuneração dos demais docentes que pertencem a outras classes salariais.

Entretanto, Walkiria Olegário Mazeto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Paraná (APP-Sindicato), diz que a medida reduz ganho real dos servidores e cria abismo entre os profissionais da ativa e os aposentados. “Quebra o que temos de paridade, ao fazer reajuste só em uma classe. Haverá um nivelamento dos nossos salários. Em 10 a 15 anos, todos estarão recebendo quase a mesma coisa, independentemente se entrou na carreira ou tem 20, 30 anos de trabalho. É o que chamamos de achatamento de salário, o risco do piso virar teto”, apontou.

Cid Cordeiro, assessor econômico da App-Sindicato, citou que a proposta atinge um total 132 mil servidores, 112 mil professores e 20 mil funcionários das escolas. “O Governo tem divulgado aumento de 48%, para ganhar adesão pública, dando impressão de um ganho nesse valor. O que não é verdade, pois vencimento é diferente de remuneração”, comentou. Segundo ele, o valor anunciado pelo Executivo garantirá aumento apenas nos níveis iniciais na categoria, e que o restante receberá apenas a reposição de 3% definida para todos os servidores público estado.

“É a destruição completa da carreira tendo em alguns anos todos os professores apenas com o nível inicial da tabela. Esperamos que os deputados façam reflexão com esses números para que não deixem passar essa proposta tão ruim, com impacto na carreia e nas conquistas de mais de três décadas”, cobrou Cordeiro.

Tereza Lemos, da direção da APP criticou mudanças trazidas pelo projeto com alteração no adicional noturno dos servidores das escolas e a diferença no cálculo referente ao vale-transporte. “O que está por trás de toda essa proposta é um desmantelamento da nossa carreira”, reforçou.

Edneia Navarro professora da Unespar e representante do Fórum Estadual Popular da Educação do Paraná parabenizou a realização da audiência para debater não apenas os anseios da categoria, mas a qualidade do serviço público ofertado pelo Estado na educação.

Também participaram do encontro a vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Marlei Fernandes De Carvalho, o representante do Conselho Permanente dos Direitos Humanos do Paraná (COPED) Clau Lopes, além de diversos professores.

 


 

Agenda

TRAMITAÇÃO DE PROJETOS

LEIS ESTADUAIS

PROJETOS PARA JOVENS

  • Visita Guiada
  • Geração Atitude
  • Parlamento Universitário
  • Escola do Legislativo
Assembleia Legislativa do Estado do Paraná © 2019 | Desenvolvido pela Diretoria de Comunicação