CCJ aprova projeto que reajusta o salário mínimo regional Comissão também iniciou a discussão de propostas que dispõem sobre gratificações para diretores e aumento para professores.

07/12/2021 16h04 | por Thiago Alonso
Deputados aprovam na CCJ parecer favorável ao projeto de lei que trata do reajuste do salário mínimo regional.

Deputados aprovam na CCJ parecer favorável ao projeto de lei que trata do reajuste do salário mínimo regional.Créditos: Dálie Felberg/Alep

Deputados aprovam na CCJ parecer favorável ao projeto de lei que trata do reajuste do salário mínimo regional.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Paraná aprovou nesta terça-feira (07) o projeto de lei 720/2021, do Poder Executivo, que propõe o reajuste do piso salarial de 2022 pela aplicação integral do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2021. De acordo com o Governo, o valor exato ainda será divulgado. A proposição, que tramita em regime de urgência, recebeu parecer favorável do relator, deputado Tiago Amaral (PSB).

A proposta do Governo se refere exclusivamente aos empregados que não tenham piso salarial definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho, não sendo aplicável à remuneração de servidores públicos do Estado do Paraná e seus municípios. De acordo com o texto, o cálculo dos pisos dos grupos que compõem o salário mínimo regional no Estado será definido por meio de Decreto de Regulamentação, com base na divulgação do INPC. Havendo a necessidade de arredondamentos do valor do piso salarial para definição do "valor hora" (duzentos e vinte horas mensais), será realizado o arredondamento superior do valor hora dos pisos, considerando duas casas decimais.

Ainda segundo a proposta, todos os mínimos regionais fixados a partir de 2023 passarão por uma negociação tripartite, composta por Centrais Sindicais, Federações Patronais e com a participação do Governo do Estado. As negociações poderão ser acompanhadas pelo Ministério Público do Trabalho e pela a Superintendência Regional do Trabalho; Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) e Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese).

Esta comissão tripartite será criada até o final do primeiro semestre de 2022. O Conselho Estadual do Trabalho, Emprego e Renda será responsável pelo monitoramento e avaliação da política estadual de valorização do Piso Salarial no Estado do Paraná.

Gratificação

Os deputados também analisaram o projeto de lei 730/2021, de autoria do Executivo, que institui uma gratificação de incentivo escalonada e mensal, além de uma gratificação de resultado de aprendizagem, para diretores e diretores auxiliares das instituições de ensino da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná. Um pedido de vista formulado pelo deputado Tadeu Veneri (PT) adiou a votação da matéria. Como o projeto tramita em regime de urgência, a CCJ volta a se reunir nesta quarta-feira (08), às 8 horas, para debater este e outros itens adiados.

O projeto 730/2021 cria a Gratificação de Incentivo Escalonada e Mensal (GIEM) e a Gratificação de Resultado de Aprendizagem (GRAP). A GIEM é uma retribuição financeira escalonada paga mensalmente ao diretor/diretor auxiliar que atingir os critérios estabelecidos na presente lei com base na apuração do número de matriculas e na frequência dos estudantes. O valor da GIEM será gradativo, de acordo com o número de estudantes da instituição de ensino, e corresponderá a, no mínimo, R$ 108,00 e, no máximo, R$ 2.430,00 a diretores. Já para auxiliares poderá ser de, no mínimo, R$ 92,00 e, no máximo, R$ 2.070,00. Já a GRAP é uma retribuição financeira paga ao diretor/diretor auxiliar cuja instituição de ensino atingir satisfatório resultado no índice de aprendizagem. 

Também de autoria do Executivo e tramitando em regime de urgência, o projeto de lei complementar 12/2021 recebeu um pedido de vista dos deputados Tadeu Veneri e Evandro Araújo (PSC). A proposição altera as Leis Complementares n° 03/2004 e n° 123/2008, que trata do Carreira do Professor e do Quadro de Funcionários da Rede Estadual de Educação Básica do Paraná. O governo diz, na justificativa da matéria, que o projeto propõe “a exclusão dos ‘gatilhos’ estabelecidos para reajustamento automático das tabelas remuneratórias o que viabilizará, à Administração Pública, uma ação mais planejada e ordenada, obedecendo os critérios e aspectos orçamentários e financeiros que devem ser imperativos à organização fiscal do Estado”.

Segundo informações divulgadas pelo Executivo, a proposta institui um incremento de 48,7% em relação ao atual piso salarial em vigor no Estado (R$ 3.730) para 40 horas/aulas semanais. A medida vai beneficiar mais de 22,4 mil profissionais em começo de carreira, entre servidores efetivos e temporários, além de ter reflexo na remuneração dos demais docentes que pertencem a outras classes salariais.

De acordo com o Governo, o projeto prevê ainda a fixação do auxilio transporte em valores absolutos e não mais em percentuais, além de instituir a Gratificação de Tecnologia e Ensino (GTE), a ser paga ao cargo de professor do Quadro Próprio do Magistério e do Quadro Único de Pessoal do Poder Executivo Estadual da Educação Básica, bem como ao professor contratado em regime especial.

Em uma das alterações, o projeto determina que os professores em exercício nos estabelecimentos de ensino, Núcleos Regionais da Educação, Secretaria de Estado da Educação e do Esporte e unidades a ela vinculadas receberão auxilio transporte de R$ 421,27 para a jornada de trabalho de 20 horas e R$ 842,54 para jornada de 40 horas semanais. O reajuste não é incorporável na inatividade, bem como não utilizado como base de cálculo para a concessão de quaisquer vantagens, inclusive no mês de férias, respectivo terço constitucional e gratificação natalina.

Universidades

Os deputados também analisaram o projeto de lei 728/2021, do Executivo, que trata dos parâmetros de financiamento das Universidades Públicas Estaduais do Paraná, estabelecendo critérios para a eficiência da gestão universitária. A proposição recebeu um pedido de vista dos deputados Tadeu Veneri, Evandro Araújo e Homero Marchese (PROS). O projeto cria a Lei Geral das Universidades (LGU), com parâmetros para o financiamento e a distribuição de recursos entre as Universidades Estaduais do Paraná, fixando regramento específico para pagamento de pessoal e estabelecendo critérios para estimular a eficiência da gestão universitária.

Segundo o Governo, o objetivo da proposta é criar uma padronização mínima obrigatória de gestão de pessoal, custeio e investimento entre todas as Universidades Estaduais, “tendo como base o reforço da autonomia, a criação de novos instrumentos de gestão para possibilitar ganhos de eficiência, a pactuação de critérios públicos e transparentes para a divisão orçamentária e a construção de parâmetros comuns para o Sistema de Ensino Superior do Estado”.

Os deputados aprovaram ainda o projeto de 729/2021, de autoria do Governo, que estabelece as condições para implementação da Revisão Geral Anual aos Servidores Públicos do Poder Executivo concedida pela Lei n°19.912/2019. Tramitando em regime de urgência, o projeto visa garantir pagamento aos servidores do percentual de 3% da respectiva revisão geral. De acordo com o Governo paranaense, levando-se em conta o cenário envolvido e o impacto decorrente da proposta, concluiu-se que existe a viabilidade orçamentária para a implantação do percentual.

Tribunal de Justiça

Um pedido de vista coletivo adiou a discussão do projeto de lei 683/2021, de autoria do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). O projeto acresce artigos e altera artigos e tabelas da lei nº 6.149/1970, que dispõe sobre o regime de custas dos atos judiciais. De acordo com a justificativa da matéria, a proposição visa promover adequações à atual Lei de Custas, vigente desde a década de 1970, impondo uma revisão de valores para garantir a adequada proporcionalidade entre o valor cobrado e o custo do serviço. Dessa forma, o projeto de lei tem "por objetivo garantir o adequado funcionamento dos serviços judiciários do Poder Judiciário do Estado do Paraná". 

Emendas

Foram aprovadas duas emendas de plenário ao projeto de lei 694/2021, que acrescenta dispositivos no art. 30 da Lei n° 18.451/2015, para estabelecer alternativamente novas regras de cálculo dos créditos do Programa Nota Paraná.

A proposta do Poder Executivo que institui a obrigatoriedade de compensação ambiental para empreendimentos geradores de impactos ambientais negativos não mitigáveis no Paraná teve cinco emendas de plenário aprovadas na CCJ. De acordo com o projeto de lei 501/2021, quando identificados os impactos ambientais negativos não mitigáveis, durante a vigência do licenciamento ambiental, estes deverão ser, obrigatoriamente, objeto de compensação pelo empreendimento gerador.

Também foram aprovadas seis emendas de plenário ao projeto de lei 544/2021, do Poder Executivo, que cria a Loteria do Estado do Paraná. A Lotepar será uma autarquia pública com orçamento e autonomia próprios e vinculada à Secretaria de Estado da Fazenda (SEFA). De acordo com a matéria, caberá a Lotepar a exploração, a administração e a fiscalização do serviço público de loterias.

Vista

O projeto de lei complementar 13/2021, do Executivo, recebeu um pedido de vista formulado pelo deputado Homero Marchese (PROS). O projeto altera a Lei complementar 222/2020, que dispõe sobre o funcionamento da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Paraná (Agepar). Um pedido de vista coletiva adiou a discussão do projeto de lei 289/2021, também do Governo, que altera a Lei 14.895/2005, que dispõe sobre tratamento tributário em relação ao ICMS aos estabelecimentos industriais de produtos eletroeletrônicos, de telecomunicação e de informática, em favor de empresas localizadas em municípios do Paraná.

Uma emenda de plenário ao projeto de lei 62/2020, do deputado Paulo Litro (PSDB), que institui a Política Estadual de Valorização da Vida nas instituições de ensino do Estado, recebeu um pedido de vista do deputado Tadeu Veneri. O objetivo do projeto é combater a depressão e o suicídio nas escolas paranaenses. Para isso, a proposta prevê a realização de ações, fornecimento de indicadores e orientações especializadas às equipes técnico-pedagógicas e docentes que contribuam na identificação e combate à depressão, autolesão e suicídio entre jovens estudantes. A matéria determina ainda que essas ações devem ser aplicadas nas instituições de ensino pelo fortalecimento da autoestima e solidificação dos valores para o desenvolvimento psicossocial dos alunos da rede estadual de ensino, contribuindo para a resolução de conflitos vivenciados por eles.

Os deputados rejeitaram uma emenda de plenário ao projeto 194/2020, do deputado Coronel Lee (PSL), que institui o Dia do Respeito e da Proteção à Propriedade e Contra as Invasões de Terra. Foi aprovada ainda uma emenda ao projeto de resolução 17/2021, assinado pela Comissão Executiva, que trata da recomposição das Bancadas e Blocos Parlamentares.

Demais matérias

O projeto de lei 11/2020, do deputado Requião Filho (MDB), que regulamenta o funcionamento das casas de apoio e estabelece direitos mínimos para pacientes atendidos por referidas instituições, foi aprovado, assim como o projeto de lei 518/2021, do deputado Ademir Bier (PSD), que concede o Título de Capital Estadual da Doação de Sangue ao município de Palotina.

Também avançaram na CCJ os projetos de lei 298/2021, do deputado Gugu Bueno (PL), que inclui no calendário oficial do Estado o evento GO Cascavel de Ciclismo, a ser realizado no segundo final de semana de março; e 548/2018, do deputado Márcio Nunes (PSD), que declara patrimônio de natureza cultural imaterial paranaense a rota transcontinental caminhos de Peabiru.

Um pedido de vista adiou o debate do projeto de lei 559/2021, dos deputados Luiz Claudio Romanelli (PSB), Emerson Bacil (PSL) e Tião Medeiros (PTB), que institui o Programa de Estímulo à Implantação das Tecnologias de Conectividade Móvel, a fim de viabilizar a chegada da tecnologia de quinta geração. Também com pedido de vista, foi adiada a discussão do projeto de lei 666/2019, do deputado Homero Marchese, que dispõe sobre o processo de escolha de conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná na Assembleia Legislativa. O mesmo se deu com o projeto de lei 37/2021, do deputado Ricardo Arruda (PSL), que dispõe sobre a proibição da censura e manifestação de opiniões, pensamentos e informações nas redes sociais no Estado do Paraná.

Os parlamentares aprovaram ainda uma série de projetos de lei tratando de doações, cessões e reversões de imóveis. Também foram aprovados projetos de desafetação e estadualização de rodovias.

 

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