Comunidades terapêuticas ganham papel de destaque em nova política nacional antidrogas No Paraná são 41 centros terapêuticos, 775 vagas cadastradas e uma destinação de recursos de R$ 10,5 milhões para aplicação em ações antidrogas.

25/09/2019 17h10 | por Thiago Alonso
43 anos das Comunidades Terapêuticas foram celebrados em seminário realizado na Alep.

43 anos das Comunidades Terapêuticas foram celebrados em seminário realizado na Alep.Créditos: Orlando Kissner/Alep

43 anos das Comunidades Terapêuticas foram celebrados em seminário realizado na Alep.

Aos 40 anos de idade, o técnico em telecomunicações Douglas Alberti começa a vencer a dependência em drogas. Maconha, cocaína, crack. Usou de tudo. Está nessa desde os 16. Ele atribui a nova fase a um internamento em uma comunidade terapêutica, onde passa por tratamento com equipe multidisciplinar, assiste a palestras e tem educação cristã. Em sua visão, a instituição tem papel fundamental em sua recuperação. Por este trabalho, as comunidades terapêuticas ganharam no último ano uma posição de destaque na nova política antidrogas do Governo Federal.

Basta ver os números apresentados pelo secretário nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas do Ministério da Cidadania, Quirino Cordeiro Junior, durante o Seminário que celebrou os 43 anos das comunidades terapêuticas no Paraná, realizado nesta quarta-feira (25) no Plenário da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). O número de vagas financiadas pelo Governo Federal nestas instituições se expandiu, passando de 2.900 para 11 mil apenas neste ano. Em todo o Brasil, são 494 comunidades credenciadas, com a previsão de um aporte financeiro de R$ 150 milhões em 2019. A perspectiva do Governo é ampliar para 20 mil vagas a partir do ano que vem, com a abertura de um edital para credenciamento de novas comunidades. 

O Paraná está contemplado no programa de expansão de financiamento do Executivo brasileiro. O Estado conta hoje com 41 centros terapêuticos, 775 vagas cadastradas e uma destinação de recursos de R$ 10,5 milhões. A nova política antidrogas implantada no País, assim como a resolução 01/2018 do Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas (Conad), preveem a inclusão das comunidades terapêuticas na rede de assistência a pessoas com dependência química.

Para Quirino Cordeiro Júnior, o Brasil vive um momento especial na política antidrogas. “A aprovação da nova Lei traz mudanças importantes na repressão, prevenção, tratamento e recuperação de dependentes químicos”, explica. Para ele, a discussão na Assembleia auxilia no projeto. “Promover este seminário dentro do Poder Legislativo é uma forma de fortalecer este trabalho em nível estadual”, completa.

As comunidades terapêuticas são entidades privadas sem fins lucrativos. Têm como função e objetivo acolher e amparar dependentes químicos, provendo um ambiente propício à sua reabilitação, desenvolvimento pessoal e reinserção na sociedade. Por este papel no Paraná há mais de quatro décadas, foram homenageadas pelos deputados Gilson de Souza (PSC) e Alexandre Curi (PSB).

Gilson de Souza diz que já conhecia o trabalho feito pelas comunidades terapêuticas, mas que o evento serviu para aprofundar o assunto e para que a Assembleia Legislativa reconheça a dedicação destas instituições. “O objetivo das comunidades é o tratamento efetivo do paciente, não só a redução dos danos, como ocorria no passado. Tanto é que as comunidades têm ótimos resultados de recuperação”, avalia.

Para o deputado Alexandre Curi, o trabalho das comunidades é fundamental na reinserção social dos usuários de drogas e no cuidado aos dependentes químicos. “A Assembleia demonstra hoje a importância das comunidades terapêuticas, que realizam um trabalho excepcional no Paraná e no Brasil”, comenta Curi.

O psicólogo Ricardo Valente concorda. Ele, que é procurador-geral da Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas (Febract), diz que a posição do Governo é uma resposta há anos de discursos sem resultados práticos. “As comunidades são lugares democráticos de acolhimento, com respostas efetivas e eficazes no tratamento contra as drogas. Nesta questão, a sociedade está na UTI e nós somos como médicos intensivistas”.

 

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