Para Editoria de PolíticaDistribuído em Jornalista: Flávia PrazeresA Comissão Parlamentar de Inquérito, que investiga os casos de escuta telefônica no Estado, ouviu nessa última quinta-feira (14) o depoimento do ex-policial Délcio Rasera, acusado recentemente e preso há 102 dias por interceptação telefônica. Entretanto, durante todo o seu depoimento ele negou qualquer tipo de envolvimento.Rasera disse ainda estar sendo usado de bode expiatório e acusou promotores da PIC (Promotoria de Investigação Criminal) de estarem fazendo uma conspiração, inclusive citou em seu depoimento o nome do atual coordenador da PIC, Paulo Kessler. De acordo com ele, Kessler o estaria usando numa conspiração familiar, pois queria incriminar o ex-cunhado, Denis Mateus do Santos, (pai de sua neta) porque ele tinha feito um pedido de custódia da criança. Rasera afirmou que foi preso no mesmo dia que o cunhado de Kessler no dia 5 de setembro e que o caso teria sido julgado em Campo Largo por essa razão. O ex-policial falou que os Promotores da PIC ficaram com a guarda de sua casa por dois dias e ainda os acusaram de quebrarem tudo, até mostrou fotos à Comissão. Rasera também acusou as pessoas, que segundo ele o teriam usado como “cavalo de Tróia”, de terem matado sua mãe, falecida nesse ano. “Vocês conseguiram matar a minha mãe, abreviaram alguns meses ou anos de vida de uma mulher saudável”, lamentou.Em seu depoimento, Rasera abordou o vazamento de informações do caso à imprensa, o que para ele teriam ocorrido com o aval da Promotoria. E afirmou ainda que dois dos acusados ficaram detidos na PIC em sala especial e teriam feito acordo com os promotores. Outra acusação feita por ele contra os promotores tem relação com a escritura de declaração publica feita pelo policial aposentado Jorge Luis Barbosa, que trabalhou muitos anos na PIC, dizendo que a Promotoria detêm em seu poder dossiês de políticos e de empresários do Paraná.Para Rasera a sua prisão teve relação com as eleições para o governo do Estado, aliás, ele disse que foi procurado na prisão por algumas pessoas, pedindo para ele acusar e envolver o governador no caso. Entretanto, o ex-policial ressaltou durante todo o seu depoimento que não teve qualquer envolvimento com o Governo, apenas era um atendente da Casa Civil, e que nesse ano viu poucas vezes o governador, Roberto Requião, cerca de oito vezes.RELATÓRIO – De acordo com o relator da CPI, deputado Jocelito Canto (PTB) o relatório final deve ser entregue ainda nessa sexta-feira (15), pois precisa ser apresentado antes do final dessa Legislatura, que se encerra em fevereiro com a posse dos deputados do próximo mandato. Participaram também dessa última reunião o presidente da CPI, Antonio Anibelli (PMDB), o relator Jocelito Canto (PTB) e os seus integrantes Duílio Genari (PP) e Natalio Stica (PT)