Para Editoria de PolíticaDistribuído em 11/12/06Jornalista: Flávia PrazeresA Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga casos de escuta telefônicas ilegais no Paraná adiou para quinta-feira (14), às 17 horas, o depoimento do ex-policial Délcio Razera, que estava programado para essa segunda-feira (11).O depoimento de Razera não aconteceu porque não havia número legal para o prosseguimento da reunião, pois estavam presentes apenas três deputados, dentre eles o presidente da CPI, Antonio Anibelli (PMDB), o relator Jocelito Canto (PTB) e o Duílio Genari (PP). A Comissão que regimentalmente deve ser formada por sete deputados está contando com a participação de apenas quatro, inclusive do Natálio Stica (PT), que faltou nessa reunião devido a tratamento de saúde. A CPI também deveria ser integrada pelos deputados Plauto Miro (PFL), Miltinho Puppio (PSDB) e Luiz Carlos Martins (PDT), que se negaram a participar porque não são favoráveis ao posicionamento dado à Comissão.O adiamento também teve outra razão, a do pedido do advogado de Razera, Luis Fernando Comegno, que requereu o prazo de 48 horas para que seu cliente pudesse juntar documentos ao seu depoimento. Comegno disse que a Constituição determina esse prazo para o réu apresentar defesa e ainda acrescentou que Razera deverá colaborar com as investigações feitas pela CPI, porém já adiantou que seu cliente resguardará ao direito de permanecer calado quando as perguntas interferirem no segredo de Justiça do processo que ele é réu. O advogado de Razera disse ainda que ele é inocente e está sendo alvo de crimes que ele não praticou. E ainda falou que Razera fazia apenas rastreamento de linhas telefônicas e não a interceptação.O presidente da Comissão afirmou que já foi pedida a indicação de novos membros para compor a CPI, o que ele acredita que impediria nova falta de quórum. Já Jocelito se disse surpreso pela falta de número legal para o prosseguimento da reunião, contudo acredita ser interessante que o Razera traga documentos na próxima reunião. Ele falou que os trabalhos da CPI devem ir até o dia 31 de janeiro, pois encerra a Legislatura, sendo entregue o relatório final, documento baseado nos depoimentos e documentos averiguados pela Comissão. “Nós vamos concluir um relatório nem que seja parcial, devido à escassez de tempo”, ressaltou Jocelito. Para essa terça-feira (12), a Comissão já convocou o técnico em telefonia, Isaque Pereira da Silva. A CPI já ouviu os depoimentos do atual coordenador da Promotoria de Investigação Criminal (PIC), Paulo José Kessler e também do ex-coordenador da PIC, Dartagnan Cadilhe Abilhoa.