“Confio na Justiça para acabar com o "jeitinho Requião" de acomodar parentes com dinheiro público”. A declaração é do deputado Douglas Fabrício, líder do PPS na Assembléia Legislativa, sobre a liminar que impede o irmão do governador Roberto Requião de permanecer no cargo de secretário dos Transportes. Eduardo Requião foi nomeado em 2 de setembro, numa tentativa frustrada de burlar a súmula vinculante 13, do Supremo Tribunal Federal, que proíbe a contratação de parentes, nos três poderes, exceto para cargos políticos, como ministros e secretários. Nesta semana, o juiz Jederson Suzin, da 1ª Vara da Fazenda Pública, tornou sem efeito o decreto que nomeou o irmão do governador, concedendo pedido de liminar proposto em ação popular. “O governador pode tentar sempre achar uma brecha legal, mas sempre será imoral”, afirmou Douglas Fabrício. “Requião tem o rei na barriga e pensa que consegue o que quer porque está no terceiro mandato. Logo que assumiu, empurrou goela abaixo a contratação dos familiares, em detrimento das famílias dos mais de dez milhões de paranaenses. Agora, a qualquer custo, tenta manter os familiares empregados no governo. Essa novela tem que acabar”, disparou. Desde abril deste ano, Douglas Fabrício tenta coletar o número de assinaturas suficientes para apresentar na Assembléia uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que proíbe o nepotismo. Mesmo após a decisão da súmula vinculante, não desistiu. “Espero ainda conseguir as 18 assinaturas necessárias. Acho importante ratificar a decisão da Justiça e manifestar claramente a posição de cada parlamentar sobre o nepotismo”. Onze deputados já assinaram a PEC. O deputado afirmou ainda que o mau exemplo dado pelo governador na questão do nepotismo é disseminado por todo o estado. “Os prefeitos nepotistas têm o apoio do Requião. A prefeitura de Campo Mourão, por exemplo, gasta anualmente quase meio milhão de reais do dinheiro do povo para pagar salários de aparentados do prefeito”, denunciou.