Diferentes camisas, uma só causa: a dignidade menstrual Sessão solene da Procuradoria da Mulher no início da noite desta terça-feira (14) no plenário da Assembleia Legislativa do Paraná, marcou o encerramento da campanha “Juntas pela dignidade menstrual”, que arrecadou quase 30 mil absorventes.

14/06/2022 20h34 | por Claudia Ribeiro
Sessão solene marcou o encerramento da campanha - “Juntas pela dignidade menstrual”.

Sessão solene marcou o encerramento da campanha - “Juntas pela dignidade menstrual”.Créditos: Dálie Felberg/Alep

Sessão solene marcou o encerramento da campanha - “Juntas pela dignidade menstrual”.

Sessão solene marcou o encerramento da campanha - “Juntas pela dignidade menstrual”.Créditos: Dálie Felberg/Alep

Sessão solene marcou o encerramento da campanha - “Juntas pela dignidade menstrual”.

Sessão solene marcou o encerramento da campanha - “Juntas pela dignidade menstrual”.Créditos: Dálie Felberg/Alep

Sessão solene marcou o encerramento da campanha - “Juntas pela dignidade menstrual”.

Sessão solene marcou o encerramento da campanha - “Juntas pela dignidade menstrual”.Créditos: Dálie Felberg/Alep

Sessão solene marcou o encerramento da campanha - “Juntas pela dignidade menstrual”.

Pode parecer clichê, mas a frase “juntas somos mais fortes” nunca foi tão apropriada para uma campanha que arrecadou quase 30 mil absorventes que serão doados a meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica. “Estou muito emocionada com a quantidade arrecadada e com o empenho de mulheres de torcidas diferentes que se uniram pela causa de pelo menos 25% das mulheres, que não têm condições financeiras para comprar um absorvente”, elogiou a procuradora da Mulher da Casa de Leis, a deputada Cristina Silvestri (PSDB).  É que a ação até teve a coordenação da Procuradoria, mas a parceria foi para lá de inusitada, afinal, reuniu rubro-negras, coxas brancas e tricolores, mulheres que fazem parte das três maiores torcidas de futebol da Capital: do Club Athletico Paranaense - Coletivo Atleticaníssimas, do Coritiba Foot Ball Club - Gurias do Couto e do Paraná Clube - Gralhas da Vila. “Torcemos por clubes rivais, mas aqui a nossa camisa é única: a da solidariedade”, ressaltou Milene Szaikowski, que representa o Coletivo Atleticaníssimas.

Simone Beatrice Cherobim Rugilo, do Gralhas da Vila, contou que o grupo já promoveu diversos tipos de ações sociais, desde a compra de materiais de higiene e roupas íntimas, até outras arrecadações de absorventes para detentas e mulheres com medidas protetivas. “Campanhas como essas vão além de promover a dignidade de quem não tem acesso a itens básicos de higiene. Elas proporcionam que lugares como este da Assembleia sejam ocupados  por mulheres. Não queremos nada de mais: apenas os nossos direitos reconhecidos”, observou.

Durante a sessão solene, os itens arrecadados na campanha pelas torcidas organizadas foram entregues à Procuradoria da Mulher, que vai ficar responsável pela doação.

Campanha é ato político

“Quando perguntam para vocês se gostam de política, o que respondem? Pois o que estamos fazendo aqui nesta noite fria, é sim, política. E hoje estamos aqui diante de três torcidas lindas, que, até mesmo sem saber, estão em um movimento político por uma causa  que vai para além do campo”,  avaliou Fabiana Campos Romanelli, diretora-geral da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Sustentável e Turismo (Sedest), que atua em parceria com a equipe da Procuradoria da Mulher.

A representante do Coletivo Gurias do Couto, Natália Oliveira, concorda com Fabiana. Ela traduziu o movimento e a própria forma como as mulheres das torcidas lidam com o machismo dentro e fora dos estádios como atos políticos. “A gente, como mulher, vive situações constrangedoras todos os dias, e não é diferente no meio esportivo. Mas aqui vemos esse outro lado. Uma oportunidade de demonstrar  que podemos fazer a diferença na sociedade, começando com o Gurias do Couto, que nasceu de pautas essenciais; da inquietude, da indignação das mulheres e hoje, aqui, mostramos que não é um sonho almejarmos um mundo menos desigual”, argumentou.

Menções honrosas

Também foram entregues títulos de menção honrosa aos coletivos dos três times e ao Coletivo Igualdade Menstrual, criado em 2021, com o lema de “promover educação e acesso a produtos de saúde menstrual a pessoas em situação de vulnerabilidade para a construção de uma sociedade mais justa”. Adriana Bukowski, uma das representantes do grupo explicou que, com a vivência e a presença no debate, até a forma de falar sobre o tema foi mudada: “Trocamos pobreza menstrual por dignidade menstrual. Isso graças a tamanha mobilização.  Se o tabu em torno do tema ainda existe, a arma para derrubarmos isso é a informação”, afirmou.

Ela também reforçou a importância das legislações criadas na Assembleia Legislativa em torno do tema e dos debates. “Mais do que promover campanhas, nós do Coletivo Menstrual, achamos fundamental o debate. Poder falar sobre isso aqui e em todos os espaços. Essa luta é de todos nós, que podemos dar esse exemplo de sororidade: uma mulher apoiando a outra”, finalizou. "O Paraná foi pioneiro na lei de combate à pobreza menstrual. Mas o tema ainda precisa de muito debate e de divulgação, porque ainda é considerado tabu, como vemos em pesquisas com mulheres brasileiras. Portanto, quanto mais grupos aderirem à causa, melhor”, completou a deputada Cristina.   

Iniciativa partiu de um homem

O diretor de Assistência ao Plenário da Assembleia Legislativa, Juarez Villela Filho, que é torcedor do Athletico, intermediou o contato entre as representantes dos Coletivos e a Procuradoria. Ficou satisfeito com a repercussão. “Já imaginava que a campanha seria bem-sucedida, pelo poder de mobilização dessas mulheres tão atuantes dentro e fora de campo”, celebrou.

 

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