O deputado Plauto Miró Guimarães (PFL) quer apurar a denúncia de que um ‘emissário’ do Instituto Ambiental do Paraná está percorrendo o Estado propondo anular multas aplicadas a empresas por danos ambientais, em troca de comissão. O dinheiro, segundo alega esse cidadão, seria destinado a campanha de reeleição do governador Roberto Requião. “Se for confirmada essa denúncia trata-se de um caso de extorsão que pode ter conotações eleitorais”, diz o deputado. O deputado fez um requerimento na terça-feira (1) para que o IAP informe a situação dos autos de infração aplicados às empresas Batávia e Perdigão, ambas instaladas em Carambeí. “O papel da Oposição é questionar e cobrar quando nos trazem uma denúncia. Vamos investigar e, se for confirmado, vamos acabar com a prática desses achacadores dos Campos Gerais”. Pela denúncia, encaminhada ao deputado, um funcionário do IAP de Curitiba se dirigiu aos empresários utilizando o nome do governador e falando em recursos para campanha.O deputado afirmou que é preciso punir quem prejudica o meio ambiente, mas, segundo ele, a multa deve ser aplicada e a arrecadação deve reverter para ações de importância ambiental e não para amealhar recursos que atendam interesses pessoais ou eleitorais de alguns. Guimarães questionou ainda o valor das multas aplicadas pelo IAP. São multas “milionárias” que muitas vezes superam o valor do patrimônio da empresa. “Essas irregularidades estão acontecendo no Paraná inteiro”, acrescentou o líder da Oposição, deputado Valdir Rossoni (PSDB). Ele disse que vai propor mudanças no sistema de fiscalização ambiental. Segundo ele, é preciso reavaliar os critérios de aplicação das multas, discutir o método de abordagem dos fiscais, e, principalmente, ampliar as ações de caráter educativo. Danos muito maiores ao meio ambiente poderiam ser evitados se houvesse mais informação. Em certos casos, afirma Rossoni, a situação pode ser corrigida com orientação ou notificação prévia. “Sem falar na forma truculenta como muitos fiscais agem. Temos informações que eles entram armados nas residências dos agricultores, tratando pessoas de bem como se fossem bandidos”.