Passagem de Deni Schwartz pela Assembleia foi marcada pela oposição ao governo federal Sempre estudioso e crítico com rara elegância, suas posições políticas eram sustentadas com objetividade, apoiadas em números e fatos.

24/09/2018 09h58 | por Sandra C. Pacheco
Deni Schwartz

Deni SchwartzCréditos: Kaoany Araia Porto/ Studio Loyde - Arte: Lucas Lambertucci / Alep

Deni Schwartz

Filho e neto de paranaenses, Deni Lineu Schwartz nasceu em União da Vitória em 19 de fevereiro de 1938. Seu pai, Leoni Germano Schwartz foi vereador e sua casa era bastante frequentada por personalidades de destaque da cidade. Em 1955 ingressou no curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Paraná, onde foi colega do ex-governador Jaime Lerner, que mais tarde viria a ser prefeito de Curitiba e governador do Paraná. Formou-se em 1960 e no ano seguinte começou a trabalhar como engenheiro civil no governo estadual.

Seu nome começou a se projetar em 1962 quando, já casado com Elair, desembarcou na região Sudoeste de posse de um decreto assinado pelo então presidente João Goulart e pelo primeiro-ministro Tancredo Neves, com a missão de pacificar a região que vivia um dos mais violentos conflitos pela posse de terra que este estado já viu. Ele estava à frente do Grupo Executivo para Terras do Sudoeste (GETSOP) que, ao longo de sua existência, distribuiu 42 mil títulos, vendendo a terra praticamente ao custo da medição, com o produto da venda sendo aplicado na melhoria das condições de vida para os agricultores, escolas e estradas.

Legislativo – O bom desempenho na condução de um órgão vinculado à Casa Militar da Presidência da Republica granjeou-lhe prestígio para disputar a Prefeitura de Francisco Beltrão. Ele era o nome da preferência tanto de seu partido quanto da oposição, graças à sua respeitabilidade. Um acordo interpartidário resolveu a questão e, em plena vigência do AI-5, governou com o apoio do MDB e sem se deixar seduzir pela política ufanista do “milagre econômico”.

Credenciado pela atuação desenvolvida no Sudoeste, Deni chegou à Assembleia Legislativa em 1974, na primeira grande virada do MDB. Como desejava fazer uma oposição séria e consequente, estudou a fundo os planos de governo e as propostas orçamentárias para embasar os discursos veementes que fazia na tribuna. Combateu o modelo econômico, que no seu entender favorecia a especulação financeira e a concentração de renda, cobrou posições dos governantes contra o tratamento dispensado pelo governo federal ao Paraná, denunciou as graves consequências do modelo educacional vigente na época, acompanhou de perto os problemas da agricultura e manteve-se um crítico permanente do autoritarismo implantado pelo regime militar.

Reelegeu-se em 1978 com a maior votação da bancada estadual oposicionista para uma atuação ainda mais incisiva que a primeira. Juntou-se aos suinocultores do Sudoeste e foi para a estrada protestar contra o descaso do poder central; foi para a rua acompanhar a greve dos professores e os movimentos estudantis, alertando a classe politica para a importância de manter o comando do processo social. Em 1982 foi novamente um dos deputados estaduais mais votados. Após uma participação muito ativa na elaboração do plano de governo de José Richa, este o convidou para a Secretaria de Transportes.

Ministério – Na Secretaria de Estado seu trabalho teve um tal destaque que fez seu nome ser cogitado para disputar o Governo do Estado em 1986. Não chegou a concorrer. Antes disso foi indicado para o Ministério do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente. Durante sua passagem pelo órgão contribuiu para que fossem criadas cinco estações ecológicas (Taim, Tupiniquins, Tupinambás, Carijós e Pirapitinga) e a APA Fernando de Noronha/Rocas/São Pedro e São Paulo, protegendo milhares de hectares de áreas naturais em diversos ecossistemas importantes.

Deixou o Ministério em outubro de 1987 e retornou ao estado natal onde, na companhia de José Richa e Euclides Scalco, fundou o PSDB, legenda pela qual disputou uma vaga na Câmara Federal em 1990, ficando como primeiro suplente. Assumiu o mandato em janeiro de 1993, quando Rubens Bueno renunciou ao cargo.

Com a vitória de Jaime Lerner nas eleições de 1994 para o Governo do Estado, foi convidado a ocupar novamente a Secretaria de Transportes. Em 1996 foi nomeado diretor de Assuntos Institucionais da Copel, permanecendo no cargo até dezembro de 2001. Em janeiro de 2002 assumiu a Secretaria de Agricultura e Abastecimento, onde ficou até dezembro. Após o término de sua gestão, dedicou-se às atividades profissionais, administrando sua propriedade rural em Nova Prata do Iguaçu, na região Sudoeste.

Mesmo afastado da vida pública, em 2006 e em 2010 ainda foi um dos coordenadores do Plano de Governo de Osmar Dias (PDT). Aposentado, reside em sua fazenda, bem próxima à barragem da Usina Hidrelétrica de Salto Caxias.

 

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