Prevenção, diagnóstico e acesso ao tratamento do câncer de próstata são debatidos em audiência pública Encontro promovido pela Comissão de Saúde Pública da Assembleia Legislativa teve exposição de especialista do Hospital Erasto Gaertner sobre os avanços em relação ao combate à doença.

21/06/2022 11h44 | por Trajano Budola
Encontro promovido pela Comissão de Saúde Pública da Assembleia Legislativa teve exposição de especialista do Hospital Erasto Gaertner sobre os avanços em relação ao combate ao câncer de próstata.

Encontro promovido pela Comissão de Saúde Pública da Assembleia Legislativa teve exposição de especialista do Hospital Erasto Gaertner sobre os avanços em relação ao combate ao câncer de próstata.Créditos: Dálie Felberg/Alep

Encontro promovido pela Comissão de Saúde Pública da Assembleia Legislativa teve exposição de especialista do Hospital Erasto Gaertner sobre os avanços em relação ao combate ao câncer de próstata.

O presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Dr. Batista (União) comandou na manhã desta terça-feira (21) uma audiência pública, em formato remoto, sobre prevenção, diagnóstico e acesso ao tratamento do câncer de próstata, tumor que é a causa do segundo maior número de mortes entre homens no Brasil.

 “Às vezes perdemos parentes queridos por ignorância, por não quererem se submeter aos exames. É precisos conhecer os sintomas para procurar um profissional que ajude no tratamento na fase inicial para dar ao paciente longevidade e cura total”, afirmou o parlamentar que convidou especialistas no assunto para expor os avanços no tratamento e diagnóstico.

O uro-oncologista especializado em robótica do Hospital Erasto Gaertner de Curitiba, Murilo de Almeida Luz, falou da importância do diagnóstico do tumor que está atrás apenas do câncer de pulmão entre os mais letais aos brasileiros. “É um espectro de doença heterogênea. Existem os tumores que podem ser acompanhados com tratamentos e os agressivos que tiram a vida dos pacientes. É preciso saber diferenciar os dois tipos”, explicou.

De acordo com ele, ainda é preciso investir em modos que não submetam os pacientes a biópsias desnecessárias. “Por isso é importante o rastreamento inteligente. Temos a vigilância ativa, com acesso razoável e cirurgia robótica, que cresce no Brasil. Ainda não temos estudos de custo dela. Precisamos nos aprofundar nela para ser implantada no sistema de saúde brasileiro”, afirmou.

O oncologista falou da dificuldade no acesso ao material de radioterapia, que não afeta o Paraná, mas tem reflexos em muitas localidades do país. “Temos problemas no tratamento da doença avançada com pacientes metastáticos, mesmo com longa sobrevida, com tratamento eficiente e efetivo. Temos um avanço muito grande da ciência nesta área. Foram quase 60 anos com apenas um modo de combate e hoje são várias maneiras”, frisou.

Os avanços nas medicações que demonstram efetividade no tratamento, mas que geram custos aos sistemas público e privado de saúde foram apresentados. “É difícil absorver todas porque os medicamentos são realmente caros. São muitos estudos clínicos que custam bastante. Precisamos avançar em tratamento localizado com novas tecnologias e cirurgias”, disse Murilo Luz.

O oncologista ressaltou que a busca por acompanhamento da própria saúde persiste como uma das grandes dificuldades no diagnóstico de doenças que matam os homens no Brasil. “O homem não tem um médico o acompanhando a vida toda, ele sai do pediatra aos dez anos e volta apenas depois dos cinquenta. O urologista ainda é o único médico do homem”, lamentou.

A advogada do Instituto Oncoguia, Luciana Holtz de Camargo Barros, explicou que no triênio de 2020/2022 foram detectados 66 mil novos casos de câncer de próstata no Brasil por ano. “Não temos uma cobertura do sistema tão grande para atender todos os diagnósticos, por isso ele é ainda potencialmente tão letal. A maioria descobre o câncer acima dos sessenta anos, mas pode ocorrer nos mais jovens e por isso é recomendável o rastreamento a partir dos cinquenta anos”, frisou.

Luciana falou do radar do câncer que o Instituto criou, com informações sobre o estadiamento do diagnóstico e início do tratamento. “A maioria inicia no estagio três, que não é o mais recomendável. Não temos no Brasil protocolos para início dos tratamentos para garantir a legislação dos trinta dias a partir do diagnóstico”, lamentou a advogada, que justificou a necessidade de políticas globais. “29 mil pacientes iniciam seus tratamentos por ano no Brasil, um número expressivo”, completou.

Prevenção

O uro-oncologista Murilo Luz explicou que a prevenção primária para o câncer de próstata ainda não existe. Apesar de indícios de que o tabagismo e etilismo sejam causas, “o que existe é um diagnóstico precoce. Dizemos ao paciente que o que é bom para o coração é bom pra próstata, como dieta balanceada e exercícios físicos”, contou.

De acordo com o especialista, o paciente precisa ser exposto a riscos e benefícios de modalidades diferentes de tratamento e participar desta decisão. “Para isso ele precisa ser orientado e ter conhecimento. A cirurgia pode trazer riscos e sequelas e incide em custos ao sistema para tratamento continuado. A regra é a plena recuperação, por isso o paciente não precisa ter medo de procurar a cirurgia”, destacou.

Ele explicou que os tratados do câncer têm vários fatores que devem ser acompanhados do ponto de vista psicológico e físico e que é responsabilidade dos sistemas de saúde promoverem a reabilitação. Segundo ele a disfunção erétil, por exemplo, é algo plenamente recuperável.

“Isso é importante para que os pacientes procurem o diagnostico e tratamento. As cirurgias laparoscópica e robótica são evoluções importantes, com menos intrusão. Na média, é preciso pensar em centros que concentrem experiências com boa formação e treinamento dos profissionais, além de centralizar em pontos de referência”, cobrou Murilo Luz.

 

 

 

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