Direitos Humanos O deputado José Domingos Scarpellini (PSB), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, afirmou durante Audiência Pública realizada em Piraí do Sul, que está convencido de que não há nenhuma obra igual ou melhor que aquela para acolher as crianças na cidade e que vai lutar pela reabertura do Oricena Vargas, porque entende que as crianças foram as maiores prejudicadas pela decisão tomada pelo Ministério Público e Vigilância Sanitária. “Feliz a cidade que tem aquela estrutura, o espaço físico é melhor que 95% das creches e escolinhas que conheço pelo estado”, garantiu Scarpellini. Em audiência realizada na Câmara Municipal de Piraí do Sul, com a presença dos deputados Jocelito Canto e Plauto Guimarães, além de várias autoridades locais, como o presidente da Câmara Alfredo Prestes Milleo, do secretário de Assistência Social e assistentes sociais do município. Durante a reunião diversas internas e ex-internas do Lar Oricena Vargas, fizeram depoimentos contundentes e emocionados de defesa da entidade e da líder Major Alegria Ortega, entre as quais, Maria da Graça, criada na Lar e que atuava como Assistente Administrativa da entidade, que rechaçou qualquer possibilidade de irregularidade nas adoções afirmando que “quem tira o pátrio poder é o judiciário e quem autoriza adoção é o judiciário”. Toda criança adotada tem um processo que era feito no Fórum, afirmou. Para o Pastor Wilson Bueno, do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, a instituição é cadastrada e visitada regularmente e o conselho tem um controle sobre os programas de políticas públicas desenvolvidas pelo Lar. Ele questionou o Laudo e disse que o Conselho entende que se houve erros, se houve falhas em processos o Ministério Público deve continuar investigando, “mas a cidade não pode perder uma entidade como essa que tira as crianças de situação de risco e dá a elas um futuro digno”. Outras internas como Marilaine Veiga, Sueli Cordeiro, Mariane de Souza (11 anos) e o menino Stanislau Alves da Silva deram depoimentos inflamados na defesa da entidade e de Alegria Ortega. Marilaine questionou a competência do Conselho Tutelar para elaborar qualquer laudo técnico, o que foi corroborada pela assistente social Madalena Ribas. Mas, foi de Dona Ruth Teixeira o depoimento mais forte. Ela entrega verduras e donativos para o Lar a 30 anos e disse não conhecer uma pessoa no mundo com o coração de Alegria Ortega, “uma mocinha que dedicou a sua vida pelas crianças. Eu vou presa junto com Alegria”, sentenciou.Adoções Irregulares Acompanhado dos deputados Plauto Miro, Jocelito Canto e de diversos vereadores e lideranças comunitárias, o presidente da comissão foi até o Fórum para ouvir a promotora Maria Luiza Correia de Mello sobre a intervenção, sendo informado sobre as irregularidades na adoção de crianças e que o Ministério constatou em 2005 que das 80 crianças abrigadas apenas 20 tem processo tem processo legal. Para o deputado Scarpellini, é preciso que o Ministério Público e a Justiça continuem e até aprofundem as investigações, mas é urgente que se proceda a reabertura do Lar Oricena Vargas, como um instrumento de educação, orientação religiosa e encaminhamento das crianças e adolescentes de Piraí e região. “Fiquei surpreendido com a qualidade da defesa de internas formadas em curso superior e com famílias constituídas. Vim para esta audiência achando que a interdição era um equívoco, saio convencido de que foi um absurdo, um erro grave”. Ele propôs, no encerramento na Audiência Pública, que seja constituída uma diretoria provisória para retomar o Lar e que peçam nova inspeção da Vigilância Sanitária e, com apoio da municipalidade retornem as atividades. A comunidade não pode prescindir de um espaço físico como este, é um direito das crianças e dos adolescentes, concluiu Scarpellini.Osni Calixto041.3350.4072