Uma história de luta pela causa ambiental vai inspirar você no programa Assembleia Entrevista desta semana O programa mostra o resultado da persistência do ativista ambiental e vendedor de frutas, Diego Saldanha, que criou o projeto Ecobarreira no rio Atuba, na Região Metropolitana de Curitiba.

20/07/2022 10h19 | por Claudia Ribeiro
Diego Saldanha, criador do projeto Ecobarreira no rio Atuba, na Região Metropolitana de Curitiba, é o convidado do programa Assembleia Entrevista desta semana.

Diego Saldanha, criador do projeto Ecobarreira no rio Atuba, na Região Metropolitana de Curitiba, é o convidado do programa Assembleia Entrevista desta semana.Créditos: Orlando Kissner/Alep

Diego Saldanha, criador do projeto Ecobarreira no rio Atuba, na Região Metropolitana de Curitiba, é o convidado do programa Assembleia Entrevista desta semana.

O ano era 2017, na cidade de Colombo, Região Metropolitana de Curitiba, um vendedor de frutas chamado Diego Saldanha, sonhava em ver limpo o rio que passava no quintal da casa onde ele viveu desde a infância. Mas dia após dia, Diego se deparava com uma montanha de sujeira. Foi então que teve uma ideia: construir com garrafas pet uma barreira para que todo aquele entulho não passasse dali. E não é que conseguiu! Batizou a engenhoca de ecobarreira. Nestes cinco anos, já tirou milhares de toneladas de lixo do rio. E essa história, que não é nem de longe um conto de fadas, mas que é pra lá de inspiradora, vai ser contada pelo próprio Diego no programa Assembleia Entrevista, da TV Assembleia desta semana.

Pai de três filhos, Diego queria, ao mesmo tempo em que limpava o rio Atuba, que deságua nas Cataratas do Iguaçu, despertar neles uma consciência ambiental. A barreira, tímida lá do início de 2017, foi sendo aprimorada e hoje, a partir da divulgação do trabalho nas redes sociais, o projeto conseguiu apoio, visibilidade e, o mais importante, cumprir o objetivo, que é segurar até materiais menores, como bitucas de cigarro e canudos. “É um sistema simples e fácil de construir. Depois de usar as garrafas pet, pesquisei e passei aos galões flutuantes de 50 litros envolvidos por redes de proteção. Hoje, a barreira tem canos de PVC e um gradil maior, o que está facilitando para coletar mais material que tem causado muita poluição no nosso oceano”, contou durante a entrevista feita pelas jornalistas Paola Manfroi, Thais Faccio e Cláudia Ribeiro.

Diego nunca teve dinheiro sobrando para investir no projeto, o que prova que isso não foi um problema. Entretanto, ele possui uma qualidade que tem chamado a atenção de muita gente famosa na internet: a persistência. Pelo menos três vezes por semana, coleta o material que a barreira segura, separa e recupera o que está em bom estado. Tanto que criou até o “Museu do Lixo” com cerca de 500 peças (muitas delas inusitadas, como móveis, por exemplo), que retirou em todo esse período e que serve como um espaço de visitação para escolas. Mas ele não trabalha sozinho. Conta com um auxílio especialíssimo: o da mãe. “Nós retiramos muita coisa do rio. Muitos brinquedos também. Bonecas, por exemplo. Minha mãe se engajou no projeto. É o meu braço direito. Como ela é artesã, começou a restaurar as peças. O dom dela é tão grande que uma boneca que não teria mais utilidade, se torna uma linda peça para as crianças brincarem. Então, nós doamos. Ela é uma artista”, enaltece.

Premiado dentro e fora do Brasil, Diego tem objetivos que vão para além do reconhecimento. Quer que o projeto seja replicado e ainda, fazer com que as pessoas sintam vontade mais que a necessidade de proteger os rios. No bairro dele, isso já vem acontecendo. O mesmo ocorre com os alunos que conheceram o projeto. “Tenho certeza que eles saem com outra visão e que nenhum deles vai mais jogar lixo no ambiente a partir do momento que conhecem o trabalho”, sugere. “Muita gente fala do cuidado com a Amazônia. Coloca a culpa nos políticos, mas não faz o básico, que é limpar sua rua, sua calçada, nem separa o seu próprio lixo. Não que a gente não deva se preocupar com as grandes causas.  Devemos sim. Mas a mudança começa por nós mesmos. E nem precisa de dinheiro para isso. São atitudes simples que impactam muitas vidas” complementa.

E esse vendedor de frutas nos sinais de trânsito dá aula de cidadania também em outro quesito: na confiança. Começou com a ideia de comercializar as frutas disponibilizando uma chave pix para os motoristas. Questionado pelas jornalistas sobre confiar nos compradores, respondeu: “Eu acredito nas pessoas. E até hoje, poucas, bem poucas mesmo, deixaram de transferir o dinheiro para minha conta. Precisamos acreditar mais no ser humano. É isso que quero passar para os meus filhos, além da consciência ambiental, claro”, finaliza.

Se Diego Saldanha está sendo “feliz para sempre” nessa história que está escrevendo? Isso ele só vai poder responder lá na frente. No entanto, sonha alto. “Meu sonho é que no futuro a gente não precise mais das ecobarreiras. Que as pessoas se conscientizem dos cuidados básicos dentro de casa para que não exista mais sujeira para ser retirada e  termos cada vez mais rios limpos”.

O programa Assembleia Entrevista com Diego Saldanha vai ao ar nesta quinta-feira (21), às 11h, na TV Assembleia (Canal 10.2 da TV aberta e no canal 16 da Claro/Net), com reprises ao longo da semana.

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