O problema da coleta, processamento e destinação de animais mortos nas propriedades rurais está mais próximo de ser resolvido. É o que acredita o deputado estadual José Carlos Schiavinato (PP) após participar de uma reunião em Brasília, na última semana, sobre o tema. O parlamentar esteve representando a Assembleia Legislativa do Paraná no encontro na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), do Grupo de Trabalho do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que apresentou experiências dos Estados Unidos na área.
“Este Grupo de Trabalho criado pelo Mapa está atuando e, sem dúvida, fazendo análises técnicas por especialistas do setor, sem procedimentos políticos. Fiz questão de participar deste momento porque daqui por diante as reuniões começam a ser conclusivas”, destacou o parlamentar. Ele revela que na reunião a experiência dos EUA foi levada por David Meeker, vice-presidente da área Científica da NRA – National Renderers Association/US, membro do painel consultivo científico da World Renderers Organization (WRO) e membro do Comitê Consultivo do USDA sobre doenças exóticas de animais e aves. Ele mostrou como a utilização de carcaças de animais não abatidos nos frigoríficos é totalmente viável e benéfica, principalmente pela segurança, sustentabilidade e utilidade.
“Nos EUA vem acontecendo o aproveitamento da carcaça de todos os animais para produção de farinha. Lá são 170 farinheiras, sendo que 30 delas fazem a reciclagem dos animais mortos. Essa farinha é utilizada na fabricação de ração, dando viabilidade financeira. Eles têm um esquema de coleta feito pela indústria que garante sanidade”, relata o parlamentar. Schiavinato salienta que no Brasil se busca exatamente aplicar esse processo. “Hoje a legislação proíbe o transporte de animais mortos aqui. Mas saí da reunião com a esperança de que teremos uma solução para fazermos a coleta e encontrarmos uma solução economicamente viável”.
O deputado afirma que a saída está mais próxima, pois acredita que o transporte e industrialização dos animais mortos serão liberados. “Tenho certeza que para adubo será, mas temos que buscar também a liberação para a farinha e transformação em ração, porque ficou provado que é viável”, afirma, ao assegurar que agora o Grupo de Trabalho apresentará um relatório com as alternativas para criar normas para o tema e até o final do ano, no máximo início do próximo, deve haver a decisão ministerial sobre o assunto.