Carreira do ex-deputado Enéas Faria começou na Câmara de Curitiba e chegou até o Senado Com José Richa e Maurício Fruet, Enéas foi um dos organizadores do histórico comício das Diretas Já em Curitiba, em 12 de janeiro de 1984.

26/09/2018 09h56 | por Sandra C. Pacheco
Audiência Pública para apresentação dos dados relativos ao cumprimento das metas fiscais do 2º quadrimestre de 2018 da SEFA.

Audiência Pública para apresentação dos dados relativos ao cumprimento das metas fiscais do 2º quadrimestre de 2018 da SEFA.Créditos: Sandro Nascimento/Alep

Audiência Pública para apresentação dos dados relativos ao cumprimento das metas fiscais do 2º quadrimestre de 2018 da SEFA.

Nascido em Curitiba, em 16 de novembro de 1940, Enéas Eugênio Pereira Faria formou-se em Direito pela Universidade Federal do Paraná e fez o curso de Filosofia e Letras pela Faculdade de Paranaguá, que não chegou a concluir. Atuou como advogado e funcionário público. Em 1962, durante o governo de Ney Braga, foi nomeado assessor de gabinete da Secretaria do Interior e Justiça do Estado. Fez cursos de extensão cultural nas áreas de Direito e Ciências Politicas e cursos técnicos nas áreas de comunicação, propaganda, marketing, rádio, televisão e jornal. Com atuação destacada no setor, Enéas passou pela icônica redação do jornal Última Hora, em Curitiba, que reunia alguns dos mais destacados jornalistas da época.

Em 1966 filiou-se ao MDB e disputou uma vaga na Assembleia Legislativa, sem êxito. Dois anos depois foi o candidato mais votado da legenda para a Câmara Municipal de Curitiba. Em 1972 reelegeu-se, sempre pela mesma sigla, mas não completou o mandato porque garantiu uma vaga de deputado estadual na grande virada do MDB. Assumiu em 1975 e foi líder da bancada na Casa.  Três anos depois, em 1978, disputou o Senado, somando votos de legenda fundamentais para a eleição do correligionário José Richa. Ficou de fora o postulante da Arena, Túlio Vargas, que fez a maior votação individual, mas não contou com o auxílio da sublegenda. Enéas, então, ficou como suplente de Richa.

Em 1982, desta feita pelo PMDB, legenda que sucedera ao MDB, concorreu a uma cadeira na Câmara Federal. Elegeu-se e tomou posse em fevereiro de 1983, para renunciar em março, uma vez que Richa, eleito governador do Paraná, deixou vago o posto no Senado. Enéas assumiu e pautou sua atuação pela defesa de teses nacionalistas, democráticas e de apoio aos trabalhadores.

Momentos de tensão – Foi eleito 1º secretário da Mesa Executiva do Senado em 1984, único paranaense, além de Ney Braga, a ocupar o cargo. Foi um dos organizadores, ao lado de Richa e do então prefeito Maurício Fruet, do comício das Diretas Já em Curitiba, o primeiro daquele porte a ser realizado no país em defesa da emenda Dante de Oliveira. Após a derrota da emenda, juntou-se às articulações da candidatura do ex-governador de Minas Gerais, Tancredo Neves, no colégio eleitoral. Tancredo, acometido por problemas de saúde, foi internado em Brasília e coube a Enéas, como 1º secretário do Senado, ler o termo de posse do vice-presidente, senador José Sarney, em meio às muitas dúvidas levantadas pelo ineditismo da situação. Tancredo morreria em 21 de abril, após um período de agonia que foi acompanhado dia a dia pela população.

Durante sua passagem pelo Senado, Enéas sugeriu a votação, pelo Congresso, de complemento à Lei da Anistia, beneficiando os que não tinham sido atingidos por ela anteriormente. Efetuou a reforma administrativa da Casa, para organizar a força de trabalho já existente. Foi membro da Comissão de Constituição e Justiça, da Comissão das Relações Exteriores e da Comissão dos Municípios.

Em 1986 disputou a reeleição pela coligação PMDB/PND, sem sucesso. Deixou o Senado ao fim da Legislatura. Em 1987 representou o Governo do Mato Grosso do Sul em Brasília. Em 1988 candidatou-se à Prefeitura de Curitiba, agora pelo PTB.

Acabou desistindo em favor da candidatura de Jaime Lerner (PDT), na famosa campanha dos 12 dias, que representou uma guinada histórica na eleição municipal. Em 1990 tentou reeleger-se para a Câmara Federal pelo PSDB e ficou com uma suplência. Em abril de 1992 ocupou a cadeira de Afonso Alves de Camargo Neto no Senado, quando este foi convidado pelo então presidente Fernando Collor de Mello para o Ministério dos Transportes. Permaneceu no cargo até setembro do ano seguinte, quando o titular retornou. Depois disso, transferiu-se para o PST.

Em 1996, já afastado da vida pública, voltou a atuar em rádio, jornal e televisão (TV Exclusiva e TV Independência), apresentando programas de cunho jornalístico e político. No ano seguinte, em parceria com Sílvio Sebastiani, publicou o livro “Governadores do Paraná, a história por quem construiu a história”, contendo depoimentos de 16 ocupantes do cargo. Recebeu inúmeras homenagens pelos serviços prestados ao Paraná, inclusive de diversas entidades estudantis. Foi ainda assessor do Tribunal de Justiça e membro fundador da Associação de Vereadores do Paraná. Morreu aos 63 anos, em 1º de setembro de 2004.

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