Incentivo à criação de moradias assistidas marca segundo dia de Seminário

17/04/2018 11h51 | por Cláudia Ribeiro
Podcast
(Descrição do áudio))

No segundo dia do Seminário Internacional sobre Transtornos do Espectro Autista (TEA), no Plenário da Assembleia Legislativa, a jornalista e escritora Fátima de Kwant, mãe de autista que vive na Holanda há 34 anos, falou de como funcionam as moradias assistidas no país que é referência do tratamento do autismo,  com políticas públicas nessa área desde a década de 1960. Lá, ela disse,  as moradias assistidas foram criadas  há 15 anos e estão em todos os municípios. Representam a proteção para os autistas adultos. É preciso lembrar que a criança  autista se torna adolescente, adulto e idoso. E se os meios permitirem, ele pode se desenvolver. Fátima ressaltou que o autismo adulto é uma deficiência invisível. Mas com o apoio familiar e social, ele pode avançar. Foi o caso do  filho dela,   agora com  21 anos, que, graças à assistência e ao tratamento que recebeu, evoluiu do autismo severo para o leve. Independência que ele possui, e que  é o bem mais precioso do ser humano, mas que  a maior parte dos autistas não terá no futuro.  Na Holanda, todo cidadão com um ou mais tipos de deficiência, tem direito a moradia assistida de graça.

 (Sobe som ... a estimulação continua))

Ao longo da palestra, a jornalista contou como são as moradias assistidas no país europeu. Pequenos apartamentos divididos em blocos, com área escolar, de saúde, administrativa e de  moradia. E o mais importante: é uma escolha dos autistas  ir para esses locais. Por lá, têm acompanhamento total ou parcial. Depende do grau do autismo. Bem diferente da  realidade do Brasil. Por isso, o deputado Péricles de Mello (PT) anunciou a criação de uma Frente Parlamentar na Casa para tratar do tema e mais, pretende trabalhar para a criação de um Centro de Integração do Autista  no Paraná.

(Sonora) 

Em seguida, Berenice Piana, idealizadora e colaboradora da Lei Federal que assegura mais direitos aos autistas,  e coordenadora da Clínica-Escola de Autismo, no Rio de Janeiro, falou sobre o futuro do autismo na vida adulta. Da necessidade de se criar, além dos direitos previstos na legislação,  as residências assistidas. Os mesmos locais a exemplo da Holanda,   para que os portadores possam receber atendimento nessa fase da vida, em que já não têm as mães por perto. Para ela, as famílias  precisam pensar no outro como o próprio filho e a união de grupos e associações é fundamental, como foi o caso dos parlamentares proponentes da audiência, de partidos com ideologias totalmente distintas, mas juntos na causa do autismo, Péricles e Maria Victória (PP).

   Depois Kenya  Diehl falou sobre as dificuldades que enfrentou na vida profissional por ser portadora de autismo leve,  desde a infância até a fase adulta. Aos 35 anos, hoje ela é palestrante, escritora, blogueira, mas  pensava em ser advogada. O transtorno não permitiu. Ela, que também é  mãe de um autista,  aconselhou os pais a não esconderem os filhos e  incentivá-los  na busca por alguma profissão desde cedo. Para que na vida adulta,  possam ter independência.

 Na parte final do seminário, os participantes puderam falar das experiências e fazer perguntas.  Além de Péricles e de Maria Victória, os  deputados Cláudia pereira (PSC) e Márcio Pacheco (PPL) também participaram dos debates desta terça-feira (17).

Da Assembleia Legislativa do Paraná, repórter Cláudia Ribeiro.

Agenda

TRAMITAÇÃO DE PROJETOS

LEIS ESTADUAIS

PROJETOS PARA JOVENS

  • Visita Guiada
  • Geração Atitude
  • Parlamento Universitário
  • Escola do Legislativo
Assembleia Legislativa do Estado do Paraná © 2019 | Desenvolvido pela Diretoria de Comunicação