Senhor presidente, senhores deputados, senhoras deputadas. Amanhã a sociedade civil organizada e duas entidades que compõe a Associação de Municípios do Norte Pioneiro realizam um evento, sob o patrocínio da Secretaria de Estado de Planejamento. E aí temos que destacar o empenho do secretário Enio Verri em promover esse evento. E ao mesmo tempo, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano. Chamo atenção de todos porque o Norte Pioneiro é a região que represento nessa Casa. Dos 82 mil votos que fiz nas últimas eleições, 46 mil foram de pessoas que vivem nessas regiões. São 45 municípios onde vivem aproximadamente 600 mil pessoas, e, é uma região seguramente portadora de grandes desafios. Há uma área de exclusão de desenvolvimento econômico, que eu diria em grande escala, é a divisa do Paraná com São Paulo – Rio Paranapanema com o Rio Tibagi. Essa é uma área de exclusão do desenvolvimento econômico. Digo isso porque basta constatar o seguinte: qual é o melhor indicador que nós podemos ver? O PIB de uma região e de um Estado. O Paraná no ano de 99 tinha um PIB de R$ 61,7 bilhões. O Norte Pioneiro tinha um PIB de R$ 1,2 bilhão. O PIB é a soma de todas as transações econômicas de valor monetário, não são as financeiras são as trocas econômicas, é a geração da riqueza. Em 2004, o Paraná alcança um PIB de R$ 108,6 bilhões. O Norte Pioneiro também cresce R$ 2,1 bilhões. Mas enquanto a região Oeste do Paraná e todas as regiões cresceram, o Norte Pioneiro decresceu. O Norte Pioneiro tinha uma participação de 2% no PIB paranaense. Caiu para 1,9%. Esse quadro, que não tenho ainda fechado os dados estatísticos que são fornecidos pelo Ipardes, mas esses dados eles demonstram que nos últimos anos esse decréscimo continua. E por que coloco dessa forma, excelências? Porque sabemos que para explicar o baixo desenvolvimento, o baixo dinamismo econômico de uma região, você não explica isso pela ausência de políticas públicas. E digo isso com o conhecimento de quem representa essa região. Porque se uma região recebeu investimentos das políticas públicas nos últimos anos, foi o Norte Pioneiro, com recuperação, restauração e reconstrução de todas as rodovias estaduais e federais, investimentos muito pesados na implantação da infra-estrutura urbana, no esgotamento sanitário da cidade, ou seja, uma região onde temos um baixíssimo índice de rede coletora de esgoto e de tratamento desse esgoto. A ausência de investimentos mais significativos de indústrias de grande porte, e até naquela visão ultrapassada, passiva, esperando que alguma indústria fosse se instalar na região. Mas a última grande indústria que se instalou no Norte Pioneiro foi a Companhia Iguaçu, de café solúvel, que se instalou no início da década de 70 em Cornélio Procópio, que ainda é uma grande indústria, uma grande empresa, mas é a maior. De lá para cá nenhuma grande indústria se instalou, enquanto vemos aqui um proliferado de indústrias na Região Metropolitana de Curitiba, um florescimento mesmo desse eixo de Londrina, Maringá, do Oeste paranaense e do Sudoeste, mas a nossa região, o Norte Pioneiro, é uma região que infelizmente ficou para trás. Entendo que na verdade há uma responsabilidade. Durante a campanha eleitoral eu dizia que não vamos conseguir modificar essa relação de baixo dinamismo da economia e, claro, isso se reflete nos índices. Acabei de dizer que dos 600 mil habitantes que compõem essa região, apenas 11.300 pessoas têm curso superior, ou seja, menos de 2%. E por isso a luta para a implantação da Universidade Estadual do Norte do Paraná em Jacarezinho, como também da ida do Cefet para Jacarezinho, dos investimentos que o Cefet está fazendo em Cornélio Procópio, do esforço da implantação da Universidade Aberta do Brasil em Siqueira Campos, que é fantástico, que é a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul que está lá gratuitamente, no ensino à distância, levando o curso superior gratuito para as pessoas. Estou colocando isso, porque a realização desse fórum é um momento, por que o que se pretende com o fórum? Em Jacarezinho, onde certamente muitos parlamentares daqui estarão presentes, será o momento de iniciarmos um processo de discussão sério e não uma prosopopéia para termos e discursos politicamente corretos. Mas uma discussão aprofundada com técnicos e com a sociedade civil organizada sobre quais são os mecanismos para poder, de fato, com esse fórum permanente de desenvolvimento sustentável do norte integrado, conseguir de fato modificar a relação. O que entendo é o seguinte; o grande capital social que temos é a sociedade civil organizada. E está é fantástica no Norte Pioneiro. Ela é emergente, muito forte. E, com ela poderemos ter as pessoas, coletivamente, construindo um sonho, de modificar a Região, dando um salto cultural com as modificações que faremos. Conversava com o secretário Enio Verri. Para quem não conhece ele é mestre em planejamento regional, doutor em integração da América Latina, para tentar explicar, como estamos ao lado da região mais rica do país, que é o interior do estado de São Paulo, e sermos tão pobres? Talvez a explicação seja essa, de estarmos ao lado da região mais rica do país, e por isso somos tão pobres no Norte Pioneiro. Temos que acreditar nessa proposta. Investir pesado nela. Estruturamos os eixos para poder promover essa discussão, mas é uma discussão suprapartidária. Esse povo merece, de fato, experimentar um período de crescimento econômico, porque é um povo trabalhador. E, um povo que já contribui muito, porque foi por ali que começou todo desenvolvimento da economia cafeeira no nosso Estado. Que foi a grande epopéia da interiorização do desenvolvimento do Estado do Paraná. Então, o Paraná deve muito a essa Região. Muito obrigado!
