O líder do Governo na Assembléia Legislativa, deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB), comemorou nesta segunda-feira (7), o primeiro fim-de-semana sem a proibição das manifestações políticas na Boca Maldita, espaço tradicional de manifestações em Curitiba. “A Boca não merecia essa proibição. A Boca dos grandes comícios, da campanha das Diretas-já, do impeachment de Collor de Mello; a Boca dos panfletos, das faixas, das bandeiras, do coreto; a Boca por onde todo morador de Curitiba passa muitas vezes em sua vida. Não deixamos que acabassem com a vida e a alegria da Boca Maldita”, disse Romanelli. No último sábado (5), o deputado participou do ato que comemorou a retomada democrática da Boca Maldita. Romanelli reforçou a necessidade de a população ser informada sobre as propostas e os programas de seus candidatos para que não haja um retrocesso no processo eleitoral. “Se não fosse o povo, não haveria campanha, como era nos tempos em que a imensa maioria da população era excluída sumariamente da escolha de seus governantes e representantes. Hoje, os espaços públicos devem estar abertos para as campanhas eleitorais”. O deputado lembrou que desde a retomada do ciclo democrático, em 1985, já ocorreram 12 processos eleitorais no Brasil, “vários deles memoráveis. São momentos de civismo, de festa democrática, de desenvolvimento da consciência política da população. Quanto mais livre de amarras for uma campanha eleitoral, salvo aquelas restrições que tenham por objetivo garantir a lisura e a transparência do processo, mais ela estará reafirmando seu caráter de propriedade pública, de instrumento do povo”. O líder do Governo acredita que a decisão de proibir manifestações em locais públicos vai ao encontro do interesse daqueles que pretendem tornar as eleições municipais deste ano um processo “frio, desapaixonado, dormente e amortecedor. Alguns partidos e muitos políticos, com meios de fazer campanhas milionárias, costumam fazer do povo um mero coadjuvante das eleições”. “Nós, democratas de muitos partidos, preferimos o calor da disputa, do confronto de idéias, as bandeiras, os panfletos, o colorido eleitoral. É muito preferível um pouco de sujeira e de barulho democráticos à assepsia ditatorial”, completou Romanelli.