Prefeitos das cidades anistiadas das dívidas de R$ 960 milhões apontaram que a proposta - aprovada nesta quarta-feira (18) em segunda discussão pelos deputados - permite a retomada de novas obras e garante melhores condições para ampliação da oferta de empregos. “O perdão dessa dívida chega num momento muito importante. Agora teremos condições de ampliar os investimentos em obras e outras ações que impulsionem o desenvolvimento de São José dos Pinhais”, disse o prefeito Ivan Rodrigues. A Codep (Companhia de Desenvolvimento de São José dos Pinhais) tem o segundo maior débito com o Governo do Estado - R$ 241,7 milhões nos valores de hoje. “Estávamos engessados sem condições de fomentar as indústrias, as incubadoras e outras ações. Com dívida perdoada, a Codep poderá atuar no sentindo de atrair mais investimentos em função da realização da Copa do Mundo de 2014”, exemplificou o presidente da Codep, Loester Vargas.PERDÃO GRANDE - O prefeito de Londrina, Barbosa Neto, disse que a inclusão de Londrina na anistia de R$ 127 milhões - referentes às dívidas contraídas nas décadas de 70 e 80 para projetos de desenvolvimento – “é uma boa notícia e um perdão muito grande. É um problema a menos para gente”. “Havia até restrições, embora parte desta dívida não fosse reconhecida pelo município. Ela tinha na verdade uma restrição negativa do município e agora conseguimos realmente ficar livres dela”, disse Barbosa Neto.”É uma ação importante do governador. São R$ 127 milhões que o município está se livrando o que vai possibilitar a contratação de novos financiamentos. É um ato de generosidade que o governador faz para Londrina”, completou. DÍVIDA HISTÓRICA - O prefeito de Piên, Gilberto Dranka, disse que a cidade tem pedidos de financiamento para escolas, ginásios de esportes, sustados em função da dívida de R$ 18,4 milhões. “Para se ter uma ideia, o orçamento anual de Piên está na casa dos R$ 22 milhões. Só temos que agradecer o governador Roberto Requião pela iniciativa”, disse.“Com recursos próprios, poderíamos investir em obras bem mais do que R$ 1,5 milhão previsto para 2009. De qualquer forma, Piên vem recebendo importante apoio como, por exemplo, a construção da biblioteca cidadã em parceria com o Governo do Estado”, completou.O prefeito de Curitiba, Beto Richa, reconhece a dívida histórica - R$ 464,6 milhões nos valores de hoje – da Companhia de Desenvolvimento de Curitiba. “É uma dívida histórica, que tem origem na implantação da Cidade Industrial de Curitiba, no início dos anos 70, há quase 40 anos. A cidade industrial contribuiu e continua contribuindo para o desenvolvimento econômico e tecnológico do Estado, para a geração de impostos e empregos”.Além de São José dos Pinhais, Londrina, Piên e Curitiba, serão perdoadas ainda as dívidas das companhias municipais de Fazenda Rio Grande (R$ 55,8 milhões), Campo Largo (R$ 36,6 milhões), Araucária (R$ 11 milhões) e Maringá (R$ 4,5 milhões).MEDIDA - A deputada Bete Pavin, que tem base eleitoral na Região Metropolitana de Curitiba, disse que medida revela o desprendimento do governador Requião. “As prefeituras estavam engessadas em conseqüência das dívidas. Não podiam fazer investimentos, obter recursos e financiamentos. Requião está oferece mais recursos para essas cidades e isso acaba gerando emprego, renda, e uma melhor condição de vida para os moradores metropolitanos”, disse.O deputado Edson Strapasson, também com base na grande Curitiba, disse que o Governo do Estado tinha que anistiar mesmo em função que municípios como Piên não teriam condições de pagar as dívidas. “Ainda há um descompasso que precisa ser corrigido na região metropolitana. Municípios como Almirante Tamandaré, Colombo, Itaperuçu, no Vale da Ribeira enfrentam problema social enorme com baixíssima capacidade econômica. Isso tem que ser resolvido com outro tipo de solução”, disse Strapasson.