O governador Roberto Requião vai sancionar ainda esta semana o projeto de lei que cria bolsa-auxílio de R$ 1.048,72 para 11 estudantes angolanos com deficiência visual matriculados em instituições de ensino no Paraná. O projeto foi aprovado nesta segunda-feira (8), em segunda discussão, na Assembleia Legislativa e volta na pauta do legislativo nesta terça-feira (9) para terceira discussão e redação final.O valor de R$ 1.048,72 será reajustado quando for o caso com despesas de matrícula e mensalidades das instituições de ensino até a conclusão dos respectivos cursos. Os 11 jovens angolanos - sete rapazes e quatro moças entre 15 e 21 anos de idade - estudam em Curitiba desde 2001, quando saíram de Angola em função da guerra civil naquele país. O Ministério Público do Paraná entrou com medida judicial, solicitando a permanência dos jovens no país. “A proposta apresentada pelo governador Requião soluciona a questão de forma definitiva, abrigando os jovens para que concluam seus estudos”, disse o Líder do Governo no legislativo, deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB).FORMAÇÃO - O grupo foi acolhido pelo Instituto Paranaense de Cegos, mas a fundação angolana responsável pelo encaminhamento dos jovens ao Paraná suspendeu a bolsa de estudo. Foi determinado que eles retornassem ao país natal, mesmo sem ter concluído os cursos profissionalizantes.“O governo vai pagar a cada um dos jovens angolanos uma bolsa de estudo até que completem a sua graduação. Assim, eles vão terminar a sua formação antes de regressar para a Angola e dar aos seus povos uma contribuição positiva”, disse Romanelli.ESPERANÇA – Wilson Madeira, 21 anos, um dos jovens atendidos, relatou a relevância dos estudos deles no Brasil. “Foi nos dada oportunidade para melhorarmos a nossa vida. Nós representamos, aos nossos familiares, a esperança de um mundo melhor. Por isso, temos o sonho de voltar para a Angola, somente depois que tivermos cursado uma faculdade”, disse. “Queremos participar do crescimento e do desenvolvimento do nosso país e também da luta pela inclusão do deficiente visual na sociedade angolana”, completou. Madeira também afirmou que a intenção é ajudar outros deficientes que não tiveram a mesma oportunidade que eles.