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Liderança do Pmdb – Deputado Waldyr Pugliesi

Senhor Presidente. Antes de mais nada, estou desalojando o (Ney) Leprevost e o (Tadeu) Veneri que ficariam conversando assuntos que não interessam a este orador, a menos de um metro aqui desta Tribuna. Tribuna que, aliás, recebeu, me parece pela primeira vez, o deputado Ney Leprevost. Como eu gostaria, senhor presidente, que as idéias também pudessem avançar no mesmo sentido em que, muitas vezes, se muda de Tribuna ou se coloca, como aqui ouvi outro dia, posições que eu quero contestar. Veja bem, durante não sei quantos anos, aqui no Brasil, o PDS, o PSD, partidos da extrema direita, eram seguramente muito ligados ao partido republicano norte-americano, como depois, na seqüência, o PFL também se identificava com os republicanos e distância dos democratas norte-americanos, mas depois, num jogo de marketing, o PFL se transformou no DEM, nos democratas. Eu vi aqui discursos de deputados dizendo da identificação dos democratas do Brasil, deputada Rosane Ferreira, com os democratas dos Estados Unidos. Nada mais falacioso do que essa posição. Não existe historicamente nenhuma ligação, mas com a chegada ao poder de um negro que afrontou, na realidade, tudo aquilo que estava e tinha acontecido nos Estados Unidos,...Plauto Miró: Permite um aparte, deputado?Waldyr Pugliesi: Logo em seguida, quando alinhar meu pronunciamento, terei muito prazer em receber o Aparte de vossa excelência. Eu lembro do período ditatorial, sei quem é que esteve com a ditadura porque ficamos intimamente ligados nas notícias, nos jornais, nos discursos, nas posições. Então, decorre um pouco o prazo pequenininho, historicamente falando, e as pessoas que defenderam a ditadura se transformam nos mais radicais defensores dos direitos humanos. Então, as coisas não são assim. Estava ouvindo o pronunciamento do deputado Veneri, quando ele afirmou que só aqui em Curitiba milhares e milhares de pessoas praticamente vivem na miséria, em sub-habitações e, depois, temos episódios como esse que ocorreu dias passados. Então, olha, a exploração no mundo todo está interligada, está globalizada. Quem viu na Rede Globo, hoje pela manhã, no Bom Dia Brasil, uma reportagem a respeito da vida dos hondurenhos, deve ter ficado com vergonha de ser humano. O repórter da Globo diz o seguinte: “olha, eu tenho 1,75m, estou aqui na frente dessa hondurenha que tem 1,40m”, um monte de filhos ali do lado, sem dentes, miserável, com 21 anos, não sei com quantos filhos. E ele diz: “ela não vai crescer mais”. Mas não vai ter condição nenhuma de crescer nem fisicamente nem como ser humano. Quando é que uma cidadã como aquela... olha, quero dizer que ela não é cidadã, ela não está na posse dos seus direitos. Então, eu fico vendo a reportagem e me lembro que ali na vizinhança o (Daniel) Ortega desencadeou um processo revolucionário e tomou o poder na Nicarágua. E aí vemos a elite, os bancos morrer de medo aí pelo mundo afora. Onde se viu esse pessoal que está morrendo de fome se levantar em defesa da própria vida? Eles não querem que os povos tenham o direito de se levantarem. Então, agora vemos o quê? Vemos os governos que não deveriam intervir na iniciativa particular fazer isso todos os dias. E agora não vemos mais reclamação de ninguém, não. Aquela entrada do Estado em determinadas atividades da iniciativa particular, que eram rechaçadas totalmente pouco tempo atrás, agora não são bilhões e bilhões? E vemos a miséria ali na Bolívia. Aí se levanta o Evo Moralez e os índios e aí se levantam os brancos que mandam no mundo contra eles. Aí se levantam os milhares e milhares de seres humanos pelo mundo afora. E queremos que eles morram de fome, não tenham acesso a nada. E hoje mesmo os canais de televisão estavam fazendo reportagens em relação à miséria no Piauí, no Maranhão. Então, o que estamos fazendo? Será que o Lula, meu companheiro, meu presidente, pegar toda essa dinheirama que foi acumulada pelos brasileiros e colocar na mão, talvez de banqueiros, para quê? Os banqueiros eram os donos do mundo até outro dia e agora eles precisam do Estado! Olha, não é por aí, causa espanto porque vemos os partidos praticamente sem rumo. O PMDB, o meu partido, partido que eu presido aqui no Paraná pela quarta vez, que eu fundei. Você vê o (senador) Jarbas Vasconcelos falando assim: “o meu candidato à presidência da republica é o José Serra”. E aí vemos o (deputado) Michel Timer, que será presidente da Câmara dos Deputados e Presidente Nacional do PMDB, dizendo o seguinte: “nós vamos fazer uma grande coalizão com o PT”. Logicamente que estou, em principio, predisposto a caminhar com as forças populares, com aquelas que procuram modificar as estruturas que temos totalmente injustas aqui no país. Mas, que partidos temos? Partidos que não são obedecidos pelos seus membros? É a coisa mais natural, deputado Plauto (Miró Guimarães), que me pediu um aparte. Você vê o que? Vê os membros de um partido varando a cerca para irem pastar no pasto da vizinhança. Concedo um aparte ao deputado Plauto Miró Guimarães.Plauto Miró Guimarães (Aparte): Partidos costeando a cerca. Eu só quero lembrar ao senhor, com todo o respeito que eu tenho, do seu partido, porque aqui o senhor se coloca em uma postura defendendo uma linha ideológica. Mas, o PMDB esteve e fez parte do governo José Sarney, na década de (19)80. Em seguida, ele fez parte do governo Fernando Collor de Mello, por dois anos. Em seguida, quando o Collor saiu e o Itamar (Franco) assumiu, ele fez parte do governo Itamar Franco. Daí veio o ciclo Fernando Henrique Cardoso, o seu partido oito anos fez parte e defendeu o governo Fernando Henrique Cardoso. E agora mudou o ciclo de mando no Brasil do Fernando Henrique para o presidente Lula e eles agora já estão com o presidente Lula também. Não é crítica nenhuma, mas uma análise. Parece-me que o que acontece é que o pessoal costeou a cerca no momento preciso e passou para o outro lado. O que estamos vendo é o seu partido fazendo parte de um governo há 24 anos no nosso Brasil. Obrigado!Waldyr Pugliesi: Deputado, vossa excelência não deve ter ouvido na íntegra o meu pronunciamento. O que é que falei do PMDB? Que ele está sem rumo. Senhor presidente, aqui, no Brasil, se o capeta chegar ao governo, muita gente será “capetista” no dia seguinte, sempre eles serão governo. Dentro do meu partido como o de vossa excelência existem membros com essa disposição. É a realidade e a verdade pura. Obrigado!
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