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População de Ponta Grossa Dá Lição de Cidadania, Com Críticas e Sugestões

A possibilidade de participar de forma efetiva no processo que leva à elaboração de leis que afetam o futuro da sociedade transparece no olhar e nos gestos das pessoas quando indagadas sobre a realidade da política do Paraná e os fatos recentes que envolvem as ações de transparência e modernização da Assembleia Legislativa. Aos poucos surgem as sugestões, os pedidos e as críticas, em depoimentos que reforçam a noção de cidadania.
 

 Um grande exemplo é o estudante Michel Silva Gonçalves, 14 anos, participante assíduo das sessões plenárias da Câmara Municipal de Ponta Grossa: “Acompanho os vereadores fazendo as leis e depois vejo os resultados”, conta o jovem. Com um amplo sorriso estampado no rosto, Michel assiste com atenção a movimentação que antecede a chegada do presidente do Poder Legislativo estadual, deputado Valdir Rossoni (PSDB), e do 1º secretário, deputado Plauto Miró (DEM), à Câmara da cidade, perto do meio dia desta quarta-feira (11).
Inicialmente tímido, ele prefere ficar distante, enquanto revela que sua família – formada por mais três irmãos – reside nas proximidades. “Venho aqui todas as segundas e quartas-feiras, quando acontecem as sessões. É bom saber o que os vereadores estão fazendo”, ensina Michel, que planeja ser advogado. Momentos depois, quando circula pelos corredores da Câmara acaba sendo cumprimentado por Rossoni e Plauto, de quem recebe elogios. À tarde, quando começam os preparativos para a realização da sessão de interiorização, o estudante reaparece. Mais à vontade, trajando camisa social branca e uma gravata bege com listras vermelhas, enfeitada por prendedor: “Eu escolhi. É uma roupa adequada para frequentar uma Casa de Leis”, afirma. 
 

Copa do Mundo - A gravata também chama a atenção na vestimenta do engraxate Amauri Almeida Leal, 41 anos, que trabalha no centro de Ponta Grossa. Segundo ele é muito importante que os cidadãos tenham a oportunidade de participar e apresentar suas reivindicações às autoridades. Ao ser questionado sobre o pedido que gostaria de fazer aos deputados paranaenses, o engraxate não titubeia: “Quero saber por que Ponta Grossa não vai receber nenhum jogo da Copa do Mundo. Parece que os políticos têm medo de entrar nessa briga”, desabafa. Para ele, que nasceu e foi criado na região, essa seria uma oportunidade única. “É difícil sair daqui para ver um jogo da Copa.” Outro apelo de Amauri envolve sua profissão: “Se os engraxates pudessem trabalhar na rodoviária da cidade seria muito melhor. Hoje não é permitido”, conta.

Quem também demonstra satisfação ao ver a cidade ser transformada em um palco inédito de debates políticos são as estudantes Thamires Andrade e Brenda Caroline Preto, ambas com 16 anos. Para Thamires, “é muito bom que os políticos demonstrem interesse em saber o que está acontecendo e não se lembrem da população apenas na hora em que precisam do voto”. A amiga Brenda concorda com ela. Diz, porém, que considera lamentável o fato de que muitos candidatos com bons propósitos depois de eleitos “acabam contaminados pela corrupção”. As jovens contam ainda que estudam na mesma escola onde são frequentes os debates sobre política. Brenda, que quer ser médica veterinária, aproveita para pedir que as autoridades tragam o curso para a cidade: “Tem muito jovem interessado em fazer veterinária. Mas a UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa) não tem o curso”. Thamires, que sonha ser nutricionista, também quer mais atenção para as escolas públicas. “Falta tudo”, garante a jovem.

  Pedidos - Segurança, saúde e mais responsabilidade no trato das questões públicas. Estes foram alguns dos outros pedidos feitos pela população de Ponta Grossa aos deputados estaduais. “Os políticos devem ter mais responsabilidade com seus atos e cumprir as promessas feitas durante a campanha eleitoral”, disse o taxista Luiz Andrejeski, de 67 anos. Para ele, a interiorização proposta pela Assembleia Legislativa é muito boa, porque os parlamentares eleitos devem prestar contas aos seus eleitores, tanto na capital como no interior do Estado. “Eles também devem ouvir os cidadãos do interior que votaram neles”, afirmou.
Ao pedir mais empenho na defesa das causas regionais, o taxista destaca algumas prioridades: saúde, segurança, aeroporto e vias de acesso mais rápido. “A segurança pública está precária e muitos empresários da região se deslocam até Curitiba porque a cidade não possui um aeroporto. Isso é ruim para nós”, desabafa.

Para a cabeleireira Rute Silva, de 52 anos, o deslocamento da Assembleia ao interior é importante porque mostra o interesse dos deputados pelos municípios: “Eles estão reconhecendo os votos que tiveram aqui, o que é muito justo, porque há muitos anos a nossa cidade está abandonada e esquecida. Quem sabe agora nossas reivindicações possam ser ouvidas e atendidas”, comentou.

Opinião semelhante manifesta o borracheiro Paulo Sérgio Sinhorin, de 49 anos: “Talvez as coisas aqui melhorem e os deputados possam ouvir as nossas necessidades e apresentar projetos que contribuam para gerar mais emprego e educação à comunidade”.

 

 
 

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