Buscar no Portal ALEP
Filtrar resultados

Comissão de Direitos Humanos debate conflito de terras em Santa Maria do Oeste

Para discutir conflito de terras que se arrasta há 33 anos em Santa Maria do Oeste, município da região Centro-Sul, próximo de Guarapuava, a Comissão de Direitos Humanos e da Cidadania da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Tadeu Veneri (PT), reuniu-se na manhã desta quarta-feira (18), na Sala das Comissões do Legislativo, com representantes de famílias de agricultores, do Governo do Estado, do Ministério Público do Paraná e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra, em busca de uma solução pacífica para a questão.

A área, de 120 alqueires, localizada a 40 quilômetros da sede do município, está sendo reivindicada por herdeiro do primeiro proprietário, que ainda no ano passado obteve junto à Justiça um mandado de reintegração de posse, suspenso após a intervenção da Secretaria Especial de Assuntos Fundiários do Estado, da Secretaria de Segurança Pública e do Incra. A medida poderá desalojar sete famílias que lá se encontram produzindo há mais de três décadas e é vista com preocupação pelo prefeito Cláudio Leal, pelo vice-prefeito Oscar Delgado e pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Eudeni José Leal, também presentes na reunião.

Permanência
– O encontro foi solicitado pelo secretário de Assuntos Fundiários, Hamilton Serighelli, que defende a realização de audiências públicas como essa antes da emissão de mandados de reintegração de posse ou de seu cumprimento pelas forças policiais. A ideia foi defendida também pelo procurador de Justiça Marcos Fowler, pelos representantes do Incra, o ouvidor Raul Bergoldi e o superintendente substituto Ciro Fernandes, e pelo major Carvalho, representante da SESP.

Todos elogiaram a postura da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa e enfatizaram a necessidade de que os órgãos públicos envolvidos, municipais, estaduais e federais, juntem esforços em busca de alternativas justas para a situação. A permanência das famílias foi defendida por todos os participantes da reunião, que decidiram buscar um acordo com os titulares do domínio da área: “Há uma premência de tempo para que cheguemos a uma solução”, lembrou Veneri, observando que a Justiça concedeu prazo até outubro para a remoção das famílias instaladas na comunidade conhecida como Rio da Prata.

Uma ação de nulidade do título original (concedido pelo ex-governador Moysés Lupion, em 1961), cuja regularidade é tida por muitos como duvidosa, já foi protocolada pelos advogados de algumas famílias que também possuem documentação da terra e recolhem impostos. Segundo Serighelli, das cerca de 500 mil propriedades rurais existentes no estado, pelo menos 100 mil não possuem documentos de posse: “Até agora conseguimos documentar quatro mil áreas. É um processo demorado”, admitiu. Uma nova reunião intermediada pela Comissão de Direitos Humanos deve ocorrer no próximo dia 25, também com a presença do proprietário que move a ação de reintegração de posse, em busca de uma saída para o impasse.

Assembleia Legislativa do Estado do Paraná © 2019 | Desenvolvido pela Diretoria de Comunicação