
Créditos: Sandra Cantarim Pacheco
No próximo dia 15, a funcionária do gabinete do deputado estadual Pastor Edson Praczyk (PRB), Danimar Cristina Pereira da Silva, vai a Brasília para se inteirar melhor das atividades que a esperam nos 28 dias em que ela substituirá Flávio Arns (PSDB) no Senado, transformando-se na primeira senadora paranaense. Eleito vice-governador na chapa encabeçada por Beto Richa (PSDB), Arns tem que renunciar ao mandato de senador um mês antes de seu término, abrindo caminho para que a suplente assuma a vaga e um posto de pioneira na história política do Estado.“São poucos dias durante o recesso parlamentar. Mas eu estarei à disposição do Senado nesse curto período para eventuais atividades relacionadas ao cargo”, adianta Danimar, cuja posse está prevista para o dia 3 de janeiro. Até o dia 31 de dezembro ela permanece prestando serviços no gabinete do deputado Praczyk, que se diz muito orgulhoso de tê-la na equipe há quatro anos, realizando um trabalho voltado a assistência de idosos, crianças, adolescentes e aos conselhos tutelares.“Esses cerca de 30 dias em que ela estará no Senado abrem a oportunidade de fomentar a discussão de mudanças e padronizações nos conselhos tutelares, como a definição de um dia fixo para a eleição de conselheiros no país todo”, observa o deputado.Questões sociais - Nascida em Água Boa, Minas Gerais, Danimar veio ainda criança para o Paraná. Sua família morou em Fênix e Engenheiro Beltrão, municípios da região central do Estado, antes de vir para Curitiba. Começou a trabalhar aos 14 anos, como operária na fábrica de fósforos Fiat Lux. Foi gerente de imobiliária antes de ocupar um cargo na Secretaria de Estado da Cultura, durante o governo de José Richa. Lá, onde era mais conhecida como Imar Munhoz, ficou por 15 anos, como diretora da Divisão de Música Popular.O convite para ingressar na política veio em 2000, através do então presidente do PL, Pastor Oliveira Filho. Ela disputou uma vaga na Câmara Municipal de São José dos Pinhais e conseguiu eleger-se. Em 2002, seu partido aliou-se ao PT e indicou-a como suplente do candidato petista ao Senado, Flávio Arns. Em 2004 Danimar tentou a reeleição, mas ficou como primeira suplente.Quando um racha no PL deu origem ao PRB, Danimar permaneceu na sigla de origem. Ela já trabalhava com o Pastor Praczyk, mas foi o deputado o primeiro a insistir para que ela não se desfiliasse, em função da aliança firmada em 2002. De certa forma, conta o deputado, sinto que contribui para essa circunstância encantadora de termos a primeira mulher representante do Paraná no Senado.Praczyk também espera que a rápida passagem por Brasília estimule Danimar a continuar na vida pública, desenvolvendo seu trabalho na área social e talvez até voltando a disputar um mandato. Por enquanto ela não quer pensar no assunto. Aos 54 anos, divorciada, mãe de dois filhos e avó coruja de Júlia, de 5 anos, e Davi, de um ano e quatro meses, ela considera uma dádiva de Deus ter chegado onde chegou: “Política, para mim, é uma missão, algo grandioso. Gosto das pessoas, de poder ajudá-las, principalmente aquelas que não têm voz nem vez e tampouco sabem de seus direitos, que sofrem silenciosamente. Quero continuar trabalhando na área social, mas não sei ainda o que farei a partir de 1° de fevereiro. Acho que tudo depende do que eu fizer agora. Tenho muita fé e sei que Deus me mostrará o caminho”, conclui.