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Deputado Romanelli (pmdb)

Combater a gripe e evitar o pânicoLuiz Cláudio Romanelli A gripe A, ou H1N1, incorretamente chamada de gripe suína, é um problema sério de saúde pública, sentido por toda a população. As escolas já vão para a terceira semana sem aulas e as autoridades da área de saúde são unânimes em recomendar que se evitem os locais fechados e de grande aglomeração. Era inevitável que, com todas as notícias sobre a gripe A e, principalmente, os óbitos ocorridos em conseqüência dessa moléstia, houvesse um clima de pânico generalizado. No entanto, é preciso afirmar em alto e bom som que o pânico e a histeria absolutamente não ajudam a combater a gripe. Pelo contrário, esse clima, talvez mais do que o clima de Curitiba, atrapalha. O principal medicamento contra a gripe A se chama responsabilidade. Por isso, é necessário que se esfriem um pouco os ânimos e se afirmem algumas verdades básicas. Em primeiro lugar, é com satisfação que atesto que todas as medidas cabíveis no combate à gripe A estão sendo tomadas, tanto pelo Ministério da Saúde quanto pela nossa Secretaria de Estado, muito bem representada pelo secretário Gilberto Martin, que é médico, e pelo conjunto dos profissionais que atuam em contato direto com a população. Todas as pessoas que procuram os postos de saúde com suspeita de contágio estão sendo atendidas e, após o exame clínico e físico, se constatado um quadro compatível com a gripe A, estão recebendo o medicamento Tamiflu, antes mesmo do exame laboratorial. Essa precaução é necessária porque o Tamiflu é muito eficaz nos primeiros dias da gripe. O secretário Gilberto Martin garante que não vai faltar esse medicamento para ninguém que dele necessitar. Agora, as pessoas precisam entender que isso não significa Tamiflu para todo mundo. Não se trata de um medicamento preventivo. Tamiflu não é vacina. A melhor prevenção é aquela básica recomendada pelas autoridades sanitárias: higiene pessoal, uso de álcool gel, cuidado nos contatos físicos, arejamento dos ambientes e sempre que possível evitar os locais fechados e com grande circulação de pessoas. Uma segunda verdade, sem que se queira nem por um momento subestimar a gravidade da situação, é que a gripe A tem a mesma letalidade quanto à gripe comum. A essa altura, é provável que uma grande parcela da população tenha sido exposta ao vírus e desenvolva a gripe de uma forma benigna. Vale para a gripe A o mesmo que para as demais moléstias: crianças muito pequenas, pessoas idosas ou fragilizadas, com baixa imunidade, são mais sensíveis e correm um risco maior. É possível, porém, que o final deste inverno, o balanço geral, aponte que entre 80 a 100 mil pessoas contraíram a gripe A. Números equivalentes ao da gripe comum no inverno passado. Em terceiro lugar, por falar em inverno, é óbvio que grande parte do Paraná apresentou nos dois últimos meses condições particularmente favoráveis à propagação do vírus; frio e muita umidade, o que leva as pessoas a procurarem os locais fechados. É uma circunstância infeliz, mas vale tanto para a gripe A quanto para as demais gripes e outras doenças. Por último, não posso deixar de alertar para a possibilidade de que o clima de pânico seja prejudicial ainda em outro sentido, o de provocar a discriminação, ou a “enguetização”, das pessoas suspeitas de terem contraído o vírus. As autoridades da saúde têm procurado agir com todo o cuidado e responsabilidade para não dar armas ao preconceito. Mesmo assim, tem havido casos de pessoas vítimas de um isolamento social, o que é um subproduto absolutamente desnecessário da gripe A, e profundamente lamentável.Luiz Claudio Romanelli, 50 anos, advogado, especialista em gestão urbana, deputado estadual, vice-presidente do PMDB do Paraná e líder do Governo na Assembleia Legislativa
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