A bancada de oposição da Assembléia Legislativa não conseguiu derrubar ontem o veto do Governo do Estado às emendas feitas ao Orçamento de 2005, que garantiam a reposição salarial dos servidores estaduais. Com isso, os funcionários públicos continuam sem reajuste linear, situação que já vem se arrastando desde 1995.EsvaziamentoO líder da Oposição, deputado Valdir Rossoni, chegou a propor o esvaziamento da seção, prevendo a derrota. E pediu à mesa diretora que chamasse os parlamentares para votar a matéria, caso contrário iria comandar a obstrução da votação.No momento em que ocupou a tribuna, Rossoni contou 28 deputados em plenário. “Deste jeito seremos derrotados. Nós precisamos de 28 votos para derrubar o veto do governador”, explicou aos servidores que lotavam as galerias da AL.Se a oposição tivesse tido sucesso ao derrubar o veto às emendas do Orçamento, o Governo do Estado ficaria automaticamente autorizado, quando houvesse excesso de arrecadação – como é o caso - transformá-lo em melhoria salarial para os servidores. “O dispositivo não fere a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), pois prevê um limite de gastos que não coloca em risco as finanças do Estado”, lembrou Rossoni.O líder da Oposição também apontou a incoerência de alguns parlamentares, especialmente porque na época de votar a emenda que beneficiaria os servidores, a aprovação foi unânime. “Agora que teve o veto do governador, alguns parlamentares se escondem atrás do voto secreto”, asseverou.FuscaDurante a apuração dos votos, o deputado Durval Amaral (PFL), já preconizava a derrota: “a oposição ainda cabe dentro de um fusca”, brincou, resumindo a situação dos parlamentares que não são alinhados ao governo. “Tem muita gente que fica fazendo discurso em favor dos servidores e depois vota a favor do veto”, lamentou Durval Amaral. A votação foi secreta. No total, 41 deputados votaram, sendo 23 favoráveis ao veto, 17 pela derrubada e um voto nulo. Além da oposição, a bancada do PT também fechou questão contra o veto do governador.