Foto: Dia-de-campo sobre o resgate de sementes crioulas, realizado no dia 27 de janeiro de 2006 na reserva indígena de Mangueirinha. A atividade foi promovida, em parceria, pelo Programa de Inclusão Social (coordenado pela Cooperiguaçu), pela Coopafi, Cresol e Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Coronel Vivida.Curitiba, PR (22/02/2006) – Povos indígenas da reserva de Mangueirinha e agricultores familiares do Sudoeste do Paraná estão dando mais um passo no estabelecimento de relações solidárias entre as suas organizações. Na próxima sexta-feira (24/02), às 14h30, acontecerá, no Centro de Formação Indígena PIAI da reserva, uma reunião entre representantes dos povos Kaigang e Guarani, que habitam a área, com dirigentes das Cooperativas de Comercialização da Agricultura Familiar Integrada (Coopafi). Os objetivos deste encontro são a troca de informações para conhecimento das diferentes realidades e o planejamento de uma parceria que possibilite aos povos indígenas absorver as experiências da agricultura familiar na produção e comercialização de alimentos, na prática das relações com as políticas públicas e os organismos governamentais e, ainda, ampliar a oferta de produtos nas unidades da Coopafi em todo o Estado. “Hoje, já comercializamos, por meio de nossas cooperativas de Capanema, Marmeleiro e Coronel Vivida, peças do artesanato indígena, sementes crioulas de milho e de feijão produzidas por famílias da reserva e, no ano passado, vendemos alguma quantidade de pinhão, mas em pequena escala. É uma oferta simbólica e sem regularidade”, diz o coordenador do Sistema Coopafi, José Carlos Farias. “Por estarem mais próximos da reserva, os agricultores familiares de Coronel Vivida foram os primeiros a despertarem para a iniciativa de trabalhar solidariamente com as famílias indígenas. Eles iniciaram um diálogo que, agora, nós queremos ampliar em toda a região”, afirma Farias.A Coopafi possui oito cooperativas na região Sudoeste do Paraná e cada uma delas tem, em média, cerca de 150 agricultores associados. Essas cooperativas, em parceria com organizações da agricultura familiar em todo o estado, realizam convênios com o governo federal, especialmente, no âmbito do Programa Fome Zero, nas modalidade do Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA), que é mais conhecido como “Compra Direta”. O Compra Direta chega ao interior paranaense por via das linhas de doação simultânea e de formação de estoques. Como doação simultânea entende-se a política pública em que a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) adquire os produtos da agricultura familiar e entrega diretamente às entidades assistenciais da própria região aonde o alimento é coletado, como APAEs, APMIs, Pastoral da Criança, entre outras. Além dessas ações, as cooperativas da agricultura familiar atuam em projetos que pretendem facilitar o acesso por parte dos produtores a insumos alternativos, em substituição aos agroquímicos, e também em propostas de incremento do mercado local, buscando intensificar os pontos e as formas de venda direta aos consumidores.“Queremos compartilhar essas experiências de produção e de comercialização, tanto no que se refere à relação direta com os consumidores, quanto no estabelecimento de parcerias com os organismos governamentais e na formulação de políticas públicas. Mas também queremos aprender muito com os povos indígenas sobre as práticas de conservação ambiental, bem como sobre sua riquíssima cultura, ainda desconhecida para nós, agricultoras e agricultores. Pouco sabemos da realidade das famílias que vivem na reserva indígena e a visão que temos delas se resume ao que observamos quando em viagem pela rodovia que cruza a área dos índios”, completa Farias. A reserva indígena se estende por terras dos municípios de Mangueirinha, Coronel Vivida e Chopinzinho. No primeiro momento da reunião, o cacique local e os representantes dos povos Kaigang e Guarani contarão um pouco da história da presença dos índios na região e das famílias que vivem na reserva, bem como falarão das demandas e expectativas que essas famílias têm hoje. Depois, acontecerá a apresentação do Sistema Coopafi, seguida de uma visita a duas famílias indígenas que participam do Programa de Inclusão Social, que é uma iniciativa organizada de cooperação internacional, envolvendo 45 comunidades só no Sudoeste do Paraná e coordenada pela Cooperiguaçu. O programa de Inclusão está se propondo, entre outras coisas, a desenvolver uma nova metodologia de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), que valorize e seja adequada à diversidade de relações e culturas nas várias comunidades rurais. Tal proposta poderá vir a ser assumida como política pública de ATER, tanto pelos organismos oficiais dos Estados e da União, como aproveitadas pelas ONGs e organizações da agricultura familiar nas suas atividades formativas e de capacitação.Jornalista: Thea Tavares (MTb 3207-PR)Contatos:- Sistema Coopafi – (46) 3523-3997 ou (46) 9104-2266, com José Carlos Farias;- Central de Comercialização em Coronel Vivida - (46) 3232-3524 – com o Antônio Deitos (46) 8802-0710 ou André Mocelin – (46) 8802-0722;- Coordenação do Programa de Inclusão no Sudoeste / Cooperiguaçu – com o coordenador Olivo Dambrós – (46) 9912-2680 e (46) 3523-1245;- Deputada Estadual Luciana Rafagnin – (41) 3350-4087 / 3252-4314. No escritório de Francisco Beltrão: (46) 3524-0939 – ou na Internet: www.lucianapt.org / rafagnin@pr.gov.br.