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Líder dos policiais federais em greve diz que categoria está desamparada e sem perspectivas

Presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Paraná, Fernando Vicentine.
Presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Paraná, Fernando Vicentine. Créditos: Sandro Nascimento/Alep
“A Polícia Federal é, acima de tudo, um patrimônio da sociedade brasileira, e a primeira defesa na linha de frente contra o crime”. A afirmação é do presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Paraná, Fernando Vicentine, que conforme proposição do deputado Ney Leprevost (PSD), usou a tribuna da Assembleia Legislativa nesta terça-feira (14), durante a sessão plenária, para chamar atenção para a grave crise que afeta hoje as carreiras de agentes, escrivães e papiloscopistas, que seguem em greve nacional. “Esses homens e mulheres, que se esmeram em operações arriscadas para preservar a segurança da sociedade, para combater a corrupção, o tráfico de drogas e de armas, sentem-se desamparados e sem perspectiva de futuro. O crime organizado nunca esteve tão à vontade em nosso país”, destacou.

Vicentine disse que os profissionais da Polícia Federal são, dentre os ocupantes de carreiras de nível superior típicas de Estado, aqueles que percebem a pior remuneração. “Como sintoma da desvalorização da carreira, tivemos somente no ano passado aproximadamente 130 agentes, escrivães e papiloscopistas deixando o órgão, migrando para outras carreiras públicas mais valorizadas ou para a iniciativa privada, o que traz mais um prejuízo – este relativo à formação policial em Academia”, acrescentou. O sindicalista frisou também que a greve dos policiais é produto da insensibilidade do governo federal, que teria praticamente empurrado os servidores à situação atual. “Essa categoria vem negociando com a equipe do Ministério do Planejamento há quase três anos e infelizmente até hoje não obteve nenhuma resposta ou proposta quanto às suas justas reivindicações”, emendou.

Fernando Vicentine lembrou que os policiais federais são submetidos a jornadas irregulares de trabalho, a acionamentos a qualquer hora e a um alto grau de risco de vida, e por seu trabalho contam com a mais profunda confiança do povo brasileiro. Não obstante isso, o sindicalista sublinha que o governo federal não tem a devida atenção para com a categoria, de resto pertencente a uma instituição já sensivelmente sucateada, sem recursos suficientes e com o total do seu efetivo desmotivado para atender o combate ao tráfico internacional de drogas, inclusive. “Quando tudo o que queremos é respeito e dignidade e o reequilíbrio de nossas funções”, resumiu. Por fim, Vicentine apelou aos deputados pela assinatura de um documento a ser enviado à presidente Dilma Rousseff, em que se alerta mais uma vez para a grave situação enfrentada. “Que a dirigente maior de todos nós não permita que a insegurança das fronteiras, portos e aeroportos se agrave ainda mais e agrave o já instável clima de violência com o qual estamos convivendo”, concluiu.

Abertura – Para o presidente da Assembleia, deputado Valdir Rossoni (PSDB), é importante que o Parlamento possa contribuir para o aprofundamento dos debates acerca dos grandes temas, tal como se dá no caso das manifestações dos representantes da Polícia Federal. Segundo ele, já virou prática comum, uma espécie de ato de ofício parlamentar, abrir espaço na tribuna durante as sessões plenárias para representantes de todos os segmentos da sociedade e também dos outros Poderes.
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