Breve mensagem do presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão, sobre o falecimento do Papa João Paulo II Quero me associar pessoalmente à dor e ao pesar de todos os que lamentam o desaparecimento do Papa João Paulo Segundo. Homem de fé absoluta, que procurava conservar os princípios da religião católica, o Papa agiu para além das fronteiras de sua própria missão como líder da Igreja. Moderno, promoveu a reconciliação entre a fé Católica e todas as demais, cristãs ou não. Pediu perdão pelos erros históricos. Promoveu a mensagem cristã no que ela tem de mais essencial. Foi um peregrino a percorrer o mundo levando alimento espiritual a quem dele necessita. No plano secular, do mundo que nos cerca, João Paulo Segundo teve papel fundamental na queda do comunismo, o que não o impediu de ser também um crítico permanente do que chamava de capitalismo “sem freios”, que se exprime no consumismo vazio. Esse sistema, para ele, não representava um verdadeiro avanço em relação ao comunismo. Falta a ambos os sistemas, no modo em que o Papa se expressava, a generosidade da visão cristã sobre a missão humana sobre a Terra. E é justamente na questão dos direitos humanos que se ergueu o homem do povo para o defender ao longo de mais de um quarto de século.Toda violência é, aos olhos de Deus, uma falência, disse o Papa aos povos em suas jornadas pelo mundo. João Paulo Segundo entendia os direitos do ser humano muito além da sua dimensão individual. Pretendia, o Papa, que as sociedades fizessem da justiça social uma ferramenta valorosa a favor da família. Pretendia ele que o mundo cultivasse a cultura da vida. E se muito mais poderíamos afirmar, aqui, sobre a referência moral que foi a vida de João Paulo Segundo, o Grande, cabe a nós lembrar da humildade como traço fundamental de sua existência modelar. O século 21 vê desaparecer o último gigante do século 20. Fica a luz da sua fé inabalável.