Noções sobre cuidados básicos com a segurança pessoal foram apresentadas ao público durante evento realizado na manhã desta terça-feira (20), no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). A palestra “Segurança Preventiva: Noções Básicas para o seu Dia a Dia” foi ministrada pelo capitão da Polícia Militar Marcelo Trevisan Karpinski, que atendeu a uma proposição do presidente da Casa, deputado Ademar Traiano (PSDB), com apoio do Gabinete Militar da Alep.
Logo de início os espectadores puderam se certificar de algo bastante comum, mas que nem sempre é notado: a falta de cuidados com a própria segurança pessoal, seja em casa, no trânsito, caminhando pelas ruas ou nos momentos de lazer. Karpinski, autor do livro “Arquitetura contra o crime: prevenção, segurança e sustentabilidade”, listou os principais fatores que levam as pessoas a se tornarem vítimas de delinquentes.
Entre as situações concretas que levam à sensação de insegurança ou que expõem o cidadão à criminalidade estão até mesmo “cuidados excessivos” nas construções das casas, por exemplo. Segundo o capitão, o “efeito fortaleza”, quando se erguem muros altos nas residências, pode ter efeito exatamente inverso do desejado. “Quando não se consegue enxergar o que acontece dentro dos jardins das casas, a ação dos bandidos fica ainda mais facilitada. Além disso, essas edificações despertam naturalmente a curiosidade dos marginais”, afirmou.
A recomendação dele, neste caso, é a de optar preferencialmente por cercas vazadas, quando o campo de visão tanto de fora, quanto de dentro, se torna mais amplo. Neste sentido é também prudente investir em sistemas de alarme, manter portas e portões sempre trancados, uma luz acesa durante a noite e não lavar o carro ou cortar a grama na frente de casa com o portão aberto. “Se necessário, isso deve ser feito apenas dentro da propriedade, com o portão fechado”, destacou.
Por outro lado, Karpinski lembrou que o que atrai as pessoas à rua é a sensação de segurança. Por isso é importante que os espaços públicos sejam ocupados com organização e ordem. Segundo o capitão, os crimes estão mais propícios a acontecer em locais desprotegidos e o ambiente é o que mais influencia para que um delinquente opte por uma ação criminosa. Assim, torna-se importante manter as casas e ruas conservadas, para evitar a impressão de abandono.
Karpinski disse que bares, pontos de ônibus e postos de gasolina, ou terrenos baldios e construções abandonadas, estão entre os locais com maior índice de registros da criminalidade. Eles fazem parte das instalações de risco. “A grande maioria das vítimas de crimes se coloca em situações propícias”, alertou. O capitão lembrou que os delinquentes são influenciados pelas oportunidades que encontram, fato ligado à disposição apresentada pelas possíveis vítimas. “Quando se anda em ruas escuras, com objetos chamativos e que aparentam ter valor, crescem os ricos de ataques”, ponderou.
Marcelo Trevisan Karpinski é oficial da Polícia Militar do Paraná (PMPR), mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e graduado em Direito pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). É ainda bacharel em Segurança Pública pela Academia Policial Militar do Guatupê e pela Escola Superior de Segurança Pública da PMPR. Também é instrutor do Programa Educacional de Resistencia às Drogas e à Violência (PROERD) e professor do Centro Universitário UNINTER.
Cartilha – Durante a palestra na Alep foram distribuídas cartilhas preparadas pela Polícia Militar, que estarão disponíveis no Gabinete Militar da Alep para os servidores e para o público interessado em geral. Entre os principais cuidados a serem tomados pelos cidadãos para dificultar a ação de bandidos, em situações do dia a dia, a cartilha recomenda:
- Instalar sistema de alarme nas residências; manter a porta da garagem sempre fechada; aguardar o fechamento dos portões de comando eletrônico; observar as proximidades da residência ao entrar e sair; e não entrar se constatar a presença de estranhos.
- Ao notar que está sendo seguido na rua, procurar mudar várias vezes o lado da calçada; evitar lugares sem iluminação e com pouco movimento; evitar portar joias ou bens de valor quando estiver só; usar os bolsos internos dos casacos ou bolsos da frente das calças.
- Pagar o transporte coletivo com dinheiro trocado; cuidar dos objetos pessoais nos ônibus para evitar ações de punguistas; evitar parar em frente às portas de embarque e desembarque, pois elas são áreas de ação de punguistas; manter as bolsas e mochilas à frente do corpo.
- Estacionar o carro em locais iluminados e movimentados; usar sistemas de alarme, chave geral e corrente na direção; evitar deixar objetos dentro do carro; em caso de assalto, não reagir, sair imediatamente do veiculo passando entre o assaltante e a lateral do carro e não entre ele e a porta aberta.
- Não comentar sobre valores recebidos no dia do pagamento; evitar conversas com estranhos dentro ou fora do banco; observar se alguém o está seguindo; se precisar transportar muito dinheiro, procurar companhia de parentes, amigos ou seguranças.
- Não revelar a senha do cartão de banco a estranhos; em caso de dificuldade, comunicar a funcionários do banco; observar atitudes suspeitas próximas ao caixa-eletrônico; evitar saques de grande valor.
- Conhecer os amigos dos seus filhos; orientá-los para não desviarem o trajeto da escola para casa sem prévio acordo; crianças e adolescentes devem evitar usar roupas e objetos de valor, como tênis e celulares caros; ensinar as crianças a pedir auxilio à polícia (pessoalmente ou por telefone) quando for necessário.
Pesquisa Legislativa
PROJETOS PARA JOVENS
