POLÊMICA AFTOSA"Começa-se a provar que o problema do surto de febre aftosa no Mato Grosso do Sul (MS) não foi falta de fiscalização, não foi falta derecursos públicos, não foi a ausência de vacina na região. Está claro que são casos isolados", afirma o deputado estadual Natálio Stica(PT). Ele explica que a responsabilidade sobre a defesa sanitária animal é compartilhada entre os governos federal, estaduais e municipais. "Mas dependem também do setor privado. São os produtores os responsáveis em vacinar seus rebanhos. Por isso, não há sentido emculpar o governo federal pelo problema. Ele é de todos".Stica informa que, em 2002, a cobertura do rebanho nacional com a vacina foi de 86% e que este número subiu para 95% em 2004. "Graças auma política do governo federal de universalizar a cobertura contra a febre aftosa, sempre em parceria com os estados".Ele explica quetambém não é falta de verbas. "O Mato Grosso do Sul gastou em 2005, até agosto, R$ 12 milhões em defesa sanitária animal. Já o Paraná, no mesmo período, gastou R$ 639 mil, apenas 5% do que o MS", compara.Outra informação que comprova a tese do deputado Stica foi divulgada pelo Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa) que o rebanho atingido no MS foi vacinado e que o vírus encontrado não é resistente à vacina. Segundo os técnicos da entidade, o mais provável é que aarmazenagem da vacina não tenha sido correta e que provavelmente os pecuaristas congelaram as vacinas e com isso elas tenham perdido avalidade. "Por isso, não podemos responsabilizar ninguém diretamente pelo surto de febre aftosa. Todos são responsáveis".Gripe do frangoO deputado estadual Natálio Stica (PT) apresentou, ontem, na Assembléia Legislativa, um projeto de indicação legislativa que propõeao Governo do Paraná a compra de estoque do medicamento contra a gripe aviária, também conhecida como gripe do frango. "Temos que nosprevenir de uma possível pandemia de gripe aviária protegendo nossos aviários e a nossa população, pois não está descartada a possibilidade do vírus sofrer mutações e ficar transmissível de pessoa para pessoa",informou Stica.Na indicação, há a sugestão para que o governo estoque e garanta o medicamento antiviral Tamiflu, do laboratório Roche, o único capaz,até o momento, de combater o vírus H5N1 (gripe aviária), para 25% da população do estado. "O antiviral é o único que combate com eficácia ovírus e a OMS (Organização Mundial da Saúde) sugere que os governos tenham à disposição estoque suficiente para atender 25% da população no caso de uma pandemia". O laboratório Roche já avisou que osgovernos que demorarem em tomar a decisão poderão ficar sem o medicamento.Stica também sugere que o governo libere verbas para que os institutos de pesquisas do estado e das universidades estaduais promovampesquisas médicas e farmacológicas sobre a gripe aviária. "Não podemos negligenciar uma ameaça que pode matar de 5 a 150 milhões de pessoasno mundo, segundo estudos da OMS", alertou. O deputado disse que o governador Requião e os secretários de Agricultura e Saúde tambémforam oficiados por ele sobre o risco da gripe aviária. "O governo Lula já está fazendo sua parte".Informações: Carlos Kaspchak 3350-4261/9623-6475