
Pela primeira vez, estudantes de Comunicação representaram a imprensa dentro da 6ª edição do Parlamento Universitário. Durante uma semana, 16 estudantes se dividiram entre a comunicação interna, assessoria de imprensa e repórteres externos – representando veículos de comunicação do Paraná. O evento, encerrado na última sexta-feira (25), contou com a produção de mais de 100 materiais comunicacionais, registrando os rumos e decisões dentro do Plenário.
Roger Pereira, coordenador de Jornalismo da Alep, orientou, junto com a equipe de comunicação da Alep, os estudantes durante a semana de trabalhos. Para ele, a imprensa no P.U. foi essencial para simular a real dinâmica dentro do Legislativo. “A imprensa pautou esse Parlamento Universitário e, pelo material que foi produzido – muita coisa –, os rumos do que aconteceu no parlamento foram tomados graças ao trabalho da imprensa.”
Equipe de Comunicação Interna
Responsáveis pela cobertura interna para o site, TV e mídias sociais da Assembleia Legislativa do Paraná, os estudantes Millena Lechtchechen, Eduardo Wolski, Kelly Cano, Carla Louyse dos Santos, Ozano Candido da Silva e Mariú Buso Dunaiski tiveram a oportunidade de realizar trabalhos voltados aos dados e às realizações do Parlamento Universitário.
Millena Lechtchechen realizou a cobertura para o site da Alep com um olhar atento a todos os acontecimentos do Parlamento. Para a estudante de Jornalismo da PUCPR, o P.U. representou um momento que foi além do aprendizado jornalístico. “Lembro de chegar apavorada. Achei que não daria conta do ritmo e que nunca entenderia todas as etapas do processo legislativo. E foi aí que a equipe de comunicação da Alep entrou", relata a estudante, que foi acompanhada de perto pelos jornalistas da instituição. “Ana (Luzia Mikos), Thaís (Faccio) e Edu (Eduardo Santana) foram grandes pilares no meu processo; eles leram cada palavra que escrevi e me ensinaram como melhorar cada frase. Ficaram comigo até tarde, enquanto eu corria para terminar uma matéria, e sempre se mostraram prontos para responder a cada uma das minhas infinitas dúvidas. Encontrar com eles pela manhã era sempre um conforto.” A jovem também lembrou com muito apreço o apoio que recebeu do coordenador de Jornalismo da Assembleia, Roger Pereira. “Faltam palavras para descrever minha gratidão pelo carinho do Roger com todos nós. Foram brigas compradas em nosso nome, inúmeras histórias, risadas, palavras de apoio e o claro esforço em nos deixar confortáveis em meio a um mundo até então desconhecido. O projeto foi o que foi por causa dele.”
Kelly Cano, estudante de Jornalismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e uma das responsáveis pela cobertura da TV Assembleia, aponta que, ao entender a dinâmica do Parlamento, preferiu sair de sua zona de conforto e atuar na comunicação interna. “Sinceramente, eu me inscrevi no Parlamento Universitário sem grandes expectativas, afinal, nunca pensei em cobrir política. Me inscrevi mais por influência de outros amigos. Porém, no primeiro dia, quando explicaram como seria, fiquei empolgada, principalmente com a possibilidade de poder trabalhar com TV, a área do Jornalismo que mais me interessa. Eu tive medo no início, nunca pensei que teria que escrever um texto, entrevistar fontes e gravar a passagem no mesmo dia. Foi corrido, mas me diverti muito, conheci pessoas incríveis que me ajudaram a perder o medo e que me guiavam quando eu não sabia mais o que escrever. Pessoas que estavam ali diariamente comigo e que espero continuar vendo durante minha caminhada. Nunca aprendi tanto sobre política, e algo em que me inscrevi por não ter nada para fazer nas férias se tornou uma das melhores experiências da minha caminhada acadêmica. A partir disso, trabalhar com política interna, que eu nunca pensei como área de atuação, se tornou uma opção dentro do Jornalismo.”
No mesmo segmento, para Eduardo Wolski, estudante de Jornalismo da Universidade Positivo (UP), sua cobertura do Parlamento para a TV Assembleia representou uma mudança na forma de fazer jornalismo. “Viver o Parlamento Universitário mudou minha carreira. No primeiro dia, precisei aprender como segurar um microfone para gravar a passagem. Nem isso sabia. Conhecer a política tão de perto nos faz compreender mais sobre as articulações, votações e discursos dos deputados. Essa proximidade com o Legislativo nos garante uma visão mais complexa e geral do funcionamento da Alep, possibilitando a propagação da democracia e cumprindo nosso papel social.”
Já Carla Louyse, discente de Relações Públicas da UFPR, assumiu a administração das redes sociais da Alep. “Integrar a 1ª edição do Programa de Comunicação do Parlamento Universitário foi uma das experiências mais desafiadoras e transformadoras da minha graduação. Mesmo sendo a primeira edição, o impacto da comunicação foi evidente em toda a simulação, reforçando o papel da imprensa na vida pública. A proximidade com as equipes de profissionais da Alep e a intensidade do trabalho nos deram uma visão honesta e mais concreta do funcionamento do Legislativo e, principalmente, do potencial da comunicação para fortalecer a democracia.”
A estudante de Jornalismo da UFPR Mariú Buso Dunaiski viu nas redes sociais uma forma de se desafiar profissionalmente. “Eu me inscrevi no curso perdida no que era tudo aquilo, sem conhecer o projeto e esperando apenas ir a um dia de palestra. Fui cativada pela iniciativa e múltiplas possibilidades apresentadas, e, mesmo não podendo comparecer integralmente às programações, não consegui deixar de participar de uma proposta tão incrível e complexa. No Parlamento Universitário, acabei atuando na comunicação institucional, área com a qual já tinha familiaridade, mas nas redes sociais, uma linguagem que nunca explorei a fundo profissionalmente. Foi, embora cansativo, divertidíssimo acompanhar os deputados e conviver com os colegas comunicadores, enxergar as infinitas possibilidades de produção e conteúdo naquela pluralidade de pessoas, projetos e acontecimentos que reuniu o Parlamento Universitário. O apoio da equipe da Casa e a união com colegas da comunicação foram imprescindíveis para esses bons resultados e momentos inesquecíveis, deixando apenas a satisfação com o trabalho entregue e a vontade de que o próximo chegue logo para poder viver isso de novo!”
Ozano Candido da Silva, estudante do último período de Jornalismo pela UP, após 25 anos de trabalho na indústria, integrou a equipe na cobertura dos acontecimentos do Parlamento, pelo site. Para Ozano, a experiência marcou as emoções vividas na profissão. “Foi uma oportunidade única de entender o que preciso aprimorar e viver, na prática, o frio na barriga do jornalismo. Voltava para casa todos os dias com o coração cheio de alegria, especialmente ao ver minha matéria publicada e assinada com meu nome”, destacou. Ele também ressaltou o apoio recebido dos profissionais da Casa, que contribuíram para transformar o desafio em aprendizado.
Equipe de Repórter Externo
Os repórteres externos estavam sempre atrás da próxima notícia ou furo jornalístico. Os estudantes Natali Schovarts, Jaqueline Loyola, Julia Pozzetti, Murilo Brunelli e Vitória Santin ficaram responsáveis por representar diferentes jornais do Paraná, em uma parceria com a Alep. Eles trouxeram, além de pautas habituais, reportagens que mostraram os dois lados da moeda — dos atritos às decisões importantes dentro do Parlamento Universitário.
Repórter externa pelo Umuarama News, Natali Schovarts, estudante de Jornalismo na UFPR, explica como a experiência foi importante para sua carreira. “Após passar pela experiência de produzir treze matérias em uma semana, compreendi que o P.U. confirmou a admiração que já sentia pelo jornalismo político. Foi nele que entendi como funciona uma apuração em tempo real, foi quando descobri que posso escrever duas ou até três matérias por dia (algo que me parecia impossível) e, além disso, enxerguei como o meu trabalho pode, sim, impactar o cenário da política. Nesse tempo, pude aprender termos, entender como funciona a dinâmica dentro da Casa e até tratar de polêmicas, como repórter externa. Também foi no Parlamento que conheci pessoas que, além de colegas, tornaram-se amigos, com os quais quero cruzar vivências como jornalista. Então, acredito que saio muito mais humana, muito mais política e mais polida em meus trabalhos. Agradeço imensamente à equipe da Alep pela única e incrível oportunidade — um agradecimento especial à equipe de comunicação, que nos guiou e nos ouviu a todo momento. Ser uma entre os dezesseis jornalistas universitários da primeira equipe de comunicação do Parlamento Universitário será sempre algo marcado em minha trajetória.”
Entre os estudantes, Murilo Brunelli começou há pouco tempo sua jornada acadêmica no Jornalismo. Calouro no curso, ele representou o jornal Folha de Curitiba no P.U. e viu, no projeto, uma forma de desenvolver suas habilidades, unindo política, sua área de interesse, à sua profissão. “A imprensa está fazendo um papel muito importante aqui, principalmente em casos de polêmicas. Teve conversas vazadas de deputados, teve também a cobertura dos projetos, das bancadas, das alianças, e com certeza isso está moldando a forma como o Parlamento é feito. Além disso, pessoalmente, minha experiência como representante da PUCPR é muito importante. Eu sou o único calouro das faculdades, e, para mim, é um grande passo estar aqui.”
O portal O Luzeiro contou com duas repórteres durante o Parlamento: Jaqueline Loyola de Lima e Julia Pozzetti. Universitária de Publicidade e Propaganda na UNIFATEC, Jaqueline viu na reportagem uma forma de se aventurar dentro do jornalismo. “Participar do Parlamento Universitário foi mais do que um curso. Foi um espaço onde enxerguei, com clareza e propósito, o lugar onde a minha voz faz realmente sentido. Mais do que entender como funcionam as instituições, eu me senti parte delas. Percebi o quanto a nossa juventude está focada em dar voz a quem, até então, não existia — nem em dados. Essas vivências me mostraram o valor da escuta, da palavra e do compromisso. Descobri o quanto a comunicação pode ser ferramenta de consciência e acesso, e o quanto a informação é, de fato, um direito de todos. O Parlamento me ensinou que decisões políticas não são tão distantes. Um voto adiado, um documento assinado sem atenção, afeta gerações dessa família. Foi uma vivência que despertou em mim um senso de responsabilidade que não passa, e isso eu vou levar comigo para sempre.”
Já para a estudante Julia Pozzetti, do curso de Jornalismo da UP, o Parlamento Universitário foi uma experiência muito enriquecedora. “Foi onde tive a oportunidade de conhecer o dia a dia da comunicação parlamentar e da Assembleia Legislativa. É muito importante aproximar o estudante de Jornalismo da escrita política para o exercício democrático — assim, os estudantes se tornam mais capacitados para exercer as decisões políticas criticamente e servir à população, informando com responsabilidade social. A experiência do Parlamento Universitário é extremamente valiosa para formar cidadãos conscientes das atividades políticas parlamentares e foi uma importante escolha pessoal para minha formação acadêmica”, salientou Julia.
Representante do portal Nosso Dia, a estudante de Jornalismo da PUCPR Vitória de Oliveira Santin vivenciou, na prática, como o jornalismo pode influenciar e transformar a sociedade. “Com certeza, o Parlamento marcou uma mudança no começo da minha jornada como jornalista, e a forma com que enxergo a comunicação e a política. Representar o portal Nosso Dia foi uma responsabilidade imensa, e sou muito grata por essa chance ter cruzado meu caminho. Pela primeira vez, vi na prática o impacto que o jornalismo pode causar na sociedade”, relatou a estudante. “O Roger e toda a equipe de comunicação da Alep nos acolheram de braços abertos, estavam sempre presentes e foram muito atenciosos quando precisávamos de auxílio. Eles se tornaram um espelho para mim, de pessoas e profissionais que quero me tornar no futuro. Foi muito especial fazer parte da primeira equipe de comunicação do Parlamento Universitário — um período cheio de aprendizados e lindas memórias.”
Equipe de Assessoria
A assessoria de imprensa foi uma parte crucial na relação entre a imprensa e os deputados universitários. Os universitários Arthur Romanow, Bárbara Piazza dos Reis, Cecília Pires Comin (jornalista em formação pela UFPR), Manoel Salvador e Gustavo Juncker atuaram produzindo sugestões de pauta, releases e discursos para os deputados, dando mais vivacidade à simulação — o que também se tornou uma forma de aprendizado para os próprios parlamentares e para a imprensa.
Gustavo Juncker, estudante de Comunicação Organizacional na UTFPR, inicialmente se inscreveu para ser deputado universitário. Quando soube que a imprensa faria parte do evento, de forma inédita, não pensou duas vezes em mudar de função: “Eu pensei: melhor observar do que estar dentro do jogo. E acho que essa visão que a comunicação tem de permear os espaços, de conhecer e não precisar ceder aos seus princípios, ajuda bastante. Então, ter um olhar crítico sobre a situação, ver como os deputados se articulam e como essa microsfera reflete o que acontece na macroesfera, é muito legal — foi muito especial.”
Psicóloga, graduanda em Jornalismo na Universidade Positivo e doutoranda em Comunicação na Universidade Federal do Paraná, Bárbara Piazza dos Reis acredita que o Parlamento foi uma forma de enxergar um lado crucial dentro do processo legislativo. “O Parlamento Universitário foi uma experiência intensa que oportunizou vivenciar o clima cotidiano da política institucional paranaense. Na posição de assessora parlamentar, pude contribuir principalmente com leituras críticas a projetos de lei, agendamento de entrevistas e preparação de discursos. Nesse sentido, entendo que a imersão foi de extrema importância para que eu compreendesse quais fragilidades eu poderia fortalecer e quais potencialidades poderia aproveitar — em mim e nos meus assessorados. Além disso, destaco que aprender mais sobre a dinâmica das relações humanas na Assembleia Legislativa me auxiliou a balancear minhas ambições profissionais.”
Manoel Salvador, estudante de Jornalismo da UFPR, escolheu assessorar as deputadas da própria universidade, o único partido composto apenas por mulheres dentro do Parlamento. “Cheguei ao Parlamento Universitário com quase nenhuma ideia do que fazer na assessoria parlamentar, função que escolhi ocupar. Comecei o evento um pouco perdido, porém encarregado de uma grande responsabilidade enquanto assessor da bancada da Universidade Federal do Paraná. No dia de abertura do P.U., eu via todos produzindo, indo pra lá e pra cá, escrevendo, gravando, treinando falas. E pensei comigo: ‘Preciso me mexer’. Nesse ponto, a orientação do jornalista Geovane Barreiro, do portal Nosso Dia, foi essencial, pois ele me indicou o que deveria ter em um bom release para a imprensa. E foi dito e feito: logo no primeiro dia, uma reportagem no O Luzeiro, com a foto das parlamentares da UFPR — tirada por mim — e informações centrais indicadas no meu release. Foi nessa hora que percebi: ‘Não é que isso funciona mesmo?’. A participação no P.U. foi uma das experiências mais enriquecedoras que tive a oportunidade de viver até agora, na minha trajetória acadêmica e profissional. Graças ao P.U., consegui entender melhor os trâmites da nossa Casa de Leis e pude aprender, na prática, a função de um assessor parlamentar. Mas, para além disso, destaco as experiências humanas que o P.U. proporciona: a possibilidade de conhecer pessoas interessantes, inteligentes e muitíssimo competentes. E faço referências tanto aos universitários participantes do P.U., quanto aos profissionais da imprensa e da comunicação da Casa, com quem tive a oportunidade de trabalhar, conviver e conhecer — de pertinho — ao longo dos cinco dias de evento.”
Responsável pela assessoria de imprensa da Mesa Diretora da Casa Legislativa, Arthur Romanow, estudante de Publicidade e Propaganda pela Estácio, se desafiou ao assumir o cargo e considerou o Parlamento uma oportunidade de aprendizado além da vida acadêmica. “Participar do Parlamento Universitário foi uma experiência que vou levar para a vida. Estar ali, com tanta gente diferente, com histórias, ideias e sonhos tão únicos, me fez ver o quanto a diversidade é valiosa. Cada conversa, cada debate, foi uma aula sobre democracia, respeito e construção coletiva. Aprendi muito sobre o processo legislativo, sobre como as leis nascem e impactam diretamente a vida das pessoas no nosso Paraná. Volto dessa vivência com o coração cheio de gratidão, esperança e a certeza de que a política, quando feita com propósito, pode ser uma ferramenta real de transformação. Agradeço a Deus por essa oportunidade tão especial. Tudo é por Ele, para Ele e por meio d’Ele.”
Em uma despedida pouco habitual em textos jornalísticos, nós, os 16 estudantes que participaram da cobertura, sentimos gratidão e orgulho por fazer história como a primeira equipe de imprensa do Parlamento Universitário. Esperamos nos tornar exemplo para os próximos representantes da comunicação e que essa peça tão importante no cenário político esteja sempre presente nas próximas edições.
* Matéria elaborada pelos estudantes que fizeram parte da cobertura jornalística do Parlamento Universitário 2025: Arthur Romanow, Bárbara Piazza dos Reis, Carla Louyse dos Santos, Cecília Pires Comin, Eduardo Wolski, Gustavo Juncker, Jaqueline Loyola, Julia Pozzetti, Kelly Cano, Manoel Salvador, Mariú Buso Dunaiski, Millena Lechtchechen, Murilo Brunelli, Natali Schovarts, Ozano Candido da Silva e Vitoria Santin
Supervisão: Roger Pereira, Ana Luzia Mikos, Thaís Faccio, Rafael Guareski, André Slosavski, Giselle Camargo e Marcele Antonio.
Edição: Eduardo Santana