
A deputada estadual Marli Paulino entregou, na última terça-feira (26), menção honrosa à policial penal e escritora Fabiana Polli. “É uma imensa satisfação homenagear esta profissional, com longa experiência no sistema prisional paranaense, que, com base em suas vivências, escreveu este livro tão instigante”, afirmou a deputada.
Com votos de congratulações, a deputada Marli recebeu, em seu gabinete, a escritora do livro Cadeados Mentais – A prisão nossa de cada dia. “Estou muito honrada pelo reconhecimento feito pela deputada. Meu primeiro livro é uma linda passagem por essa carreira tão desafiadora e muitas vezes desconhecida do grande público”, disse Fabiana Polli.
Segundo a autora, que atua como policial penal há 17 anos, a publicação apresenta diversas referências sobre o sistema prisional, abordando não apenas o ponto de vista de quem vive a prisão, mas também de quem trabalha dentro das penitenciárias.
“O livro é uma homenagem ao policial penal, ao pessoal da segurança pública. O preso é coadjuvante. É um enfoque bem diferente: polícia falando de polícia”, explica a escritora, que é natural de Santa Catarina, mas vive há 30 anos no Paraná, entre as cidades de Pinhais e Curitiba.
Sobre o livro
Cadeados Mentais: A prisão nossa de cada dia é um livro sobre o aprisionamento, não sobre a prisão. A narrativa se desenrola na maior penitenciária do Estado e acompanha a trajetória de um policial penal, que relata sua jornada desde o primeiro dia de trabalho até o último.
Os personagens transportam o leitor para seus universos de forma sutil, em histórias permeadas por comédia e drama, realidade e ficção. Os eventos cotidianos narrados no livro, que acontecem na prisão, refletem a vida fora dela — e vice-versa. Apesar do isolamento imposto, forma-se uma espécie de sociedade exclusiva, na qual a longa permanência deixa cicatrizes difíceis de apagar; afinal, na prisão, acontecem coisas que “até Deus duvida”.
O foco da obra não está na estrutura física da prisão, direcionada pela Justiça, mas na condição da prisão mental, imposta a nós mesmos por nossos pensamentos. Essas amarras vão além de prender os braços com algemas ou os corpos com grades e cadeados. Elas limitam nossas ações com inseguranças e aprisionam nossos sonhos pelo medo.
E a grande questão é: até que ponto cada um de nós está disposto a romper esses cadeados mentais? Esse é o sentido do livro — e também o sentido da vida.
Sobre a escritora
Fabiana Polli, autora do livro Cadeados Mentais, é policial penal há 17 anos no Estado do Paraná. Sua publicação retrata experiências vividas no sistema prisional, valoriza a categoria e evidencia a importância da segurança pública.
Formada em Direito e especialista em Direito Penal e Processual Penal pela Universidade Gama Filho, Fabiana atua no Setor de Operações Especiais (SOE) e é instrutora da Escola de Formação Penitenciária.
Ingressou na Penitenciária Feminina do Paraná, a maior unidade feminina do Estado, e trabalhou também na Penitenciária Estadual de Piraquara, que abriga os presos mais perigosos do Paraná. Atuou no Setor de Segurança Externa e integrou a primeira turma do Grupo de Intervenção Prisional do Departamento de Polícia Penal do Estado, no Setor de Operações Especiais.
Participou da criação e da gestão do Centro de Integração Social – Unidade de Progressão, referência nacional em tratamento penal. Foi vice-diretora da Penitenciária Feminina do Paraná e trabalhou na Diretoria de Segurança Penitenciária.
Instrutora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento Penitenciário há mais de dez anos, foi uma das primeiras policiais penais a ministrar a disciplina de Direitos Humanos, além de lecionar Vigilância e Custódia, Abordagem Psicossocial da Violência e Gerenciamento de Crises.
Fabiana também realiza palestras sobre o sistema penal, principalmente para estudantes da rede municipal e estadual de ensino do Paraná, em conjunto com o Setor de Cães K9. Atualmente, cursa especialização em Gestão Prisional pela Universidade Federal de Goiás.