Luiz Cláudio Romanelli*O povo paranaense pode comemorar os 55 anos da Copel, completados nesta segunda-feira, 26 de outubro, com grande satisfação. A empresa que os paranaenses construíram com seu esforço e dedicação, que contribuiu decisivamente para o desenvolvimento econômico e social do Paraná e que é uma referência técnica e empresarial, não só no Brasil, mas mundialmente, continua a ser patrimônio público, tendo sido salva pela mobilização popular de ser entregue à iniciativa privada.A Copel nasceu com a missão de prover energia para o desenvolvimento e a integração do Paraná. Na década de 50 do século passado, este era um grande desafio em todo o Brasil, pois a produção e distribuição de energia elétrica estavam nas mãos de grandes companhias estrangeiras. Essas empresas não viam motivo para investimentos de expansão e aprimoramento de seus serviços.A Copel, em poucos anos e sob a batuta do notável Pedro Viriato Parigot de Souza, tornou o Paraná autosuficiente em energia elétrica e passou a ser reconhecida dentro e fora do Brasil. Seu caráter estatal permitiu que ela tivesse um papel estratégico ao longo de sua história.Nos anos 90, porém, nuvens escuras apareceram no horizonte, nuvens neoliberais que começaram por sucatear a Copel para entregá-la a preço mais barato à iniciativa privada. A tentativa provocou a reação do povo paranaense que, numa mobilização histórica, protestou vigorosamente contra a dilapidação de seu patrimônio. Embora o risco de privatização não tenha sido totalmente afastado naquele ano de 2001, no ano seguinte as urnas deram a resposta popular aos privatistas, com a vitória de Roberto Requião para o governo estadual.O novo governo encontrou a Copel às portas da falência, com R$ 320 milhões de prejuízo em 2002 e asfixiada por contratos absurdos de compra de energia elétrica. Porém, com determinação, o governo começou a desmanchar a teia em que tinham envolvido a Copel, devolvendo-lhe o lugar que sempre foi seu: a de maior empresa do Paraná, a de patrimônio público que orgulha os paranaenses.Hoje, a Copel tem a menor tarifa de energia elétrica do Brasil, permitindo-se ainda conceder descontos para quem paga a conta em dia. Além disso, com o programa Luz Fraterna, isenta ou cobra tarifas mais baratas para a parte mais carente da população. No campo, os pequenos produtores rurais são beneficiados pelo programa de eletrificação rural. Em 2009, a Copel está executando o maior programa de investimentos de sua existência: são R$ 1,1 bilhão destinados à expansão e modernização do sistema elétrico, além do sistema de telecomunicações por redes de fibras ópticas. O patrimônio líquido da empresa atinge R$ 8,6 bilhões e suas receitas operacionais foram da ordem de R$ 4,2 bilhões apenas no primeiro semestre deste ano. Praticamente 100% da população urbana e 95% da população rural são atendidas pelas ligações da Copel, por meio de seu parque de 17 hidrelétricas e uma termoelétrica.É este patrimônio e este papel social que tem de ser mantido como propriedade do povo, seja qual for o grupo político que eventualmente esteja no poder. Por isso, estou propondo na Assembléia Legislativa uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) estipulando que qualquer modificação no estatuto das empresas estatais só possa ser feito mediante plebiscito popular. Parabéns à Copel, parabéns aos seus 8.527 funcionários, parabéns aos 1.100 empregados que estão sendo homenageados com certificados de tempo de serviço, 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40 ou 45 anos de dedicação à empresa. Hoje, todos podemos comemorar porque conseguimos manter a Copel sob o controle do povo. Luiz Claudio Romanelli, 50, advogado, especialista em gestão urbana, deputado estadual, vice-presidente do PMDB do Paraná, líder do Governo na Assembleia Legislativa – www.luizromanelli.com.br – romaneli@uol.com.br