O deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB), líder do Governo na Assembleia Legislativa, divulgou nesta terça-feira (13) mais um estudo sobre o banimento do fumo em ambientes fechados e a consequência melhora da saúde da população. Desta vez, levantamento de dois pesquisadores norte-americanos em 13 cidades – dos EUA, Canadá e Europa - mostra que o banimento reduz o número de internamentos por infarto em até 17% no período de um ano após a criação da lei. “O Paraná mostrou que está no caminho certo em proteger a população dos malefícios do fumo. Estudos e mais estudos que chegam às minhas mãos comprovam que restrição total ao fumo em ambientes fechados é uma medida mais do que acertada”, disse Romanelli. A lei paranaense, já sancionada pelo governador Roberto Requião, começa a vigorar no dia 29 de novembro. REVISÃO - O levantamento dos pesquisadores James Lightwood e Stanton Glantz, da Universidade da Califórnia, revisou estudos feitos em cinco países. A revisão saiu neste mês na revista científica “Circulation”, publicada pela Associação Americana de Cardiologia.“Três anos depois da adoção de uma lei que veta o fumo em ambientes fechados, as internações por ataques do coração sofrem uma queda de 36%, de acordo com a pesquisa. Revisão de estudos é quando o pesquisador cria um método a fim de comparar pesquisas de diferentes instituições, feitas com metodologias distintas”, escreve o jornalista Mário César Carvalho neste sábado (10) no jornal “Folha de S. Paulo”.Os estudos comparados são de lugares tão díspares quanto Nova York e o Piemonte, na Itália, ou Pueblo, no Colorado. “Esse estudo acrescenta ao que já se sabia evidências fortes de que o fumo passivo causa ataques do coração e aprovar leis com ambientes 100% livres de fumo é algo que podemos fazer para proteger o público”, disse Lightwood, professor de medicina na Universidade da Califórnia em San Francisco.REDUÇÃO BRUTAL - A cardiologista Jaqueline Scholz Issa, diretora do programa de tratamento de tabagismo do Hospital das Clínicas, disse ao jornal paulista que há dois movimentos quando se veta o fumo em ambientes fechados: os não fumantes deixam de respirar fumaça e os fumantes diminuem o consumo. A redução dos ataques do coração está ligada ao que ela classifica como “uma redução brutal” de monóxido de carbonos em bares, restaurantes e locais de trabalho. Sem o veto ao fumo, um ambiente pode ter 17 partes por milhão de monóxido de carbono. Com a proibição, cai para três ou quatro partes.O monóxido de carbono afeta a função endotelial, que serve para preservar a saúde dos vasos que irrigam o coração. Quem fica meia hora ao lado de um fumante precisa de 12 horas para restaurar a função, segundo Issa. Para a cardiologista, a criação de ambientes livres de fumo reduz as mortes em índices que variam de 10% a 30%.OUTRO ESTUDO - Romanelli já havia divulgado outro estudo, da Universidade do Kansas, que fez a revisão sistemática de 10 relatórios de 11 regiões diferentes nos EUA, Canadá e Europa que adotaram as leis antifumo. Os resultados - publicados na revista científica Journal of the American College of Cardiology - indicam que o número de ataques cardíacos reduziu em até 26% por ano depois da adoção das leis. “A proibição do fumo em locais públicos parece ser tremendamente eficaz em reduzir os ataques cardíacos e, teoricamente, também podem prevenir o câncer de pulmão e o enfisema”, afirmou David Meyers, que liderou a pesquisa.(com informações do jornal “Folha de S. Paulo)