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Presidente da Federação das APAEs do Paraná pede o fim da cultura da indiferença

Presidente da Federação das Apaes do Paraná,  José Turozi, durante seu pronunciamento no grande expediente da sessão plenária.
Presidente da Federação das Apaes do Paraná, José Turozi, durante seu pronunciamento no grande expediente da sessão plenária. Créditos: Nani Gois/Alep
“Somente conscientizando a sociedade sobre as capacidades e potencialidades da pessoa com deficiência é que será possível acabar com a indiferença social”, afirmou nesta segunda-feira (22) o presidente da Federação das Apaes do Paraná, José Turozi, durante pronunciamento no Plenário da Assembleia Legislativa. A presença de Turozi teve por objetivo promover a Semana Nacional da Pessoa Com Deficiência Intelectual e Múltipla, mobilização nacional que busca sensibilizar e conscientizar a população neste ano sobre “as barreiras da indiferença”.
De acordo com Turozi, “culturalmente, as pessoas com deficiência vêm conquistando espaços dentro dos mais variados níveis sociais, que na maioria das vezes lhes foram negados historicamente”. “Esta mudança de paradigmas somente foi possível através da mobilização das famílias das pessoas com deficiência e técnicos de várias áreas, que reconheceram as potencialidades dos portadores de necessidades especiais, propondo-se desta maneira a não tratar a deficiência somente, mas a desenvolver as capacidades e habilidades dos indivíduos”, acrescentou.
Cidadania – Durante seu pronunciamento, o presidente da Federação das Apaes do Paraná frisou a importância da cidadania: “Uma vez que a pessoa passa a ser considerada um cidadão, a responsabilidade passa a ser do social, não sendo mais uma luta isolada das famílias, mas de toda a sociedade”. Por isso, Turozi defende que as pessoas com deficiência se mostrem, expondo suas necessidades e expectativas, juntamente com suas famílias. “Nesta semana, as Apaes chamam a sociedade para debater assuntos relacionados à pessoa com deficiência dentro de seus contextos, tendo como tema este ano as barreiras da indiferença. Historicamente, existe uma grande dívida social para com as pessoas com deficiência, como a falta de políticas públicas voltadas para garantia de qualidade de vida”, declarou.
Turozi, que há 26 anos luta pela causa, disse ainda que no Paraná pouco mais de 30 mil estudantes frequentam as escolas especiais, lamentando a falta de estatísticas que mostrem qual é o volume real de pessoas portadoras de necessidades especiais. Ele aproveitou o momento para solicitar apoio dos deputados às reivindicações encaminhadas ao Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Educação. As Apaes, constituídas atualmente em 327 municípios, querem expandir seu trabalho, ampliando e aperfeiçoando as instituições já constituídas. “Para isso, precisamos de mais escolas, de espaços para atendimento à saúde e também de transporte adaptado. As pessoas com deficiência, dentro de suas limitações, são produtivas socialmente, desde que tenham oportunidades de aprendizagem”, ensinou.
Durante a exposição do presidente da Federação das Apaes do Paraná, diversos parlamentares manifestaram apoio às reivindicações. “Não podemos deixar de nos sensibilizar com essa luta”, afirmou o deputado Artagão de Mattos Leão Jr. (PMDB), presidente em exercício da Assembleia. Ele aproveitou o momento para convidar a todos para que visitem a exposição montada no hall de entrada desta Casa de Leis, que reúne trabalhos de alunos da Apae de Nova Aurora.
Pioneirismo - A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) é um movimento que se destaca no país pelo seu pioneirismo. Nascida no Rio de Janeiro, no dia 11 de dezembro de 1954, por ocasião da chegada ao Brasil de Beatrice Bemis, procedente dos Estados Unidos, membro do corpo diplomático norte-americano e mãe de uma portadora de Síndrome de Down. No seu país, já havia participado da fundação de mais de duzentas e cinquenta associações de pais e amigos; e admirava-se por não existir no Brasil algo semelhante.
Motivados por aquela cidadã, um grupo, congregando pais, amigos, professores e médicos de excepcionais, fundou a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) do Brasil. Gradualmente, o movimento foi se espalhando e conquistando novos integrantes. Logo se expandiu para outras capitais e depois para o interior dos estados. Hoje, decorridos mais de 50 anos, são cerca de duas mil unidades espalhadas pelo Brasil. É considerado o maior movimento filantrópico do Brasil e do mundo, na área.
Atualmente, as Apaes estão organizadas, em cada estado, em federações. Estas entidades são responsáveis pelo trabalho de realização dos direitos dos portadores de deficiência em âmbito estadual; pelos contatos com determinados órgãos estaduais e pela promoção de eventos como olimpíadas, festivais e congressos.
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