A Assembleia Legislativa realizou nesta terça-feira (7), no Plenarinho, o Seminário Turismo Religioso Sustentável, proposto pelo deputado Ney Leprevost (PP). O objetivo foi debater o desenvolvimento desse setor no Paraná e apresentar novas perspectivas de exploração.Dados da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) mostram que aproximadamente 20 milhões de brasileiros viajam pelo país anualmente em busca de atrações religiosos. No Paraná, são aproximadamente 1,5 milhão de visitantes por ano. Foram mapeados, pela empresa de fomento ao turismo, 344 cidades com calendário de eventos sacros no País. No Paraná, a principal atração é a festa de Nossa Senhora do Rocio, que acontece em Paranaguá, no litoral do Estado. Em 15 dias de celebração, a cidade recebe cerca de 500 mil pessoas. Devido ao crescimento do setor, o governo começa a olhar para a área. A senadora eleita Gleise Hoffmann (PT), convidada para o seminário, disse que uma das políticas do Ministério do Turismo no novo governo Dilma Roussef (PT) será a de dar atenção a esse setor. “As classes sociais com menor poder aquisitivo vê uma grande oportunidade de conhecer o país pelo turismo religioso. Gera desenvolvimento econômico para várias comunidades. É um turismo bem organizado”, comentou.Além de eventos pontuais, que atraem um grande público em apenas alguns dias, como romarias e dias de festas religiosas, os participantes do encontro apontaram a criação de roteiros religiosos como alternativas para incrementar o setor. No Estado, já existem eventos que mantêm ativo o turismo religioso o ano todo. São as rotas do Rocio, em Curitiba e Litoral; da Fé, em Campo Mourão e região, na região noroeste; do Rosário, no norte velho; e dos Ucranianos, no Sul. A mais procurada é a Rota de Fé, em Campo Mourão, que reúne aproximadamente 600 pessoas a cada visitação a lugares sagrados nos municípios da região. “Não são só os lugares religiosos que atraem esses turistas. Eles também ficam na cidade e conhecem outras atrações, como a cultura local e a gastronomia. Quanto maior a variedade, maior o atrativo. Precisamos de integração em todos os setores”, analisou o assessor da Pastoral do Turismo do Brasil e coordenador da Rota da Fé, Rubem Moyano. Ele citou Foz do Iguaçu, na região Oeste, como um das cidades do Estado que reúnem diversas atrações. “Além das belezas naturais, pode-se conhecer igrejas católicas, mesquitas e templos budistas. Não é por essas visitas que alguém trocará de religião”, comentou.Mesmo com a grande proporção de católicos interessados nesse ramo do turismo, outros credos também procuram entrar no mercado. É o caso da umbanda. Dois terreiros, um em Terra Roxa, no Norte do Estado, e outro em Curitiba, são parte de um roteiro religioso nas duas cidades. “O turismo religioso supera as diferenças entre as crenças. O grande espírito é a busca da paz”, diz o coordenador da Comissão Episcopal Latino América e Caribe (Celam) e da Pastoral do Turismo, padre Carlos Chiquim.