Estima-se que uma em cada quatro mulheres no Brasil já tenha sofrido algum tipo de violência durante a gestação. O número foi publicado em 2010 pelo estudo “Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado”, realizado pela Fundação Perseu Abramo em parceria com o Serviço Social do Comércio (SESC). Entre as principais violências estão agressões verbais, desumanização, abuso na utilização de medicamentos, ofensas, procedimentos desnecessários, recusa de atendimento e até mesmo abusos sexuais.
Para discutir esta realidade a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) promove na próxima quarta-feira (07), às 9 horas, a Audiência Pública "Violência Obstétrica e Direitos da Gestante". A proposição é do deputado Goura (PDT), que explica que a ideia surgiu quando se deparou com o assunto em um trabalho realizado com profissionais que atuam na humanização do parto e respeito às gestantes. “Este é um tema de extrema importância para a saúde das mulheres, dos bebês e da sociedade como um todo”, afirma o parlamentar.
A audiência será realizada no Plenarinho da Assembleia com o objetivo de conhecer a violência obstétrica e os direitos da gestante, buscando ampliar o conhecimento da população e soluções para poder evitá-la. O termo violência obstétrica se refere aos diversos tipos de agressões sofridas por mulheres durante a gestação, seja no pré-natal, no parto ou pós-parto. É reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela legislação brasileira.
O encontro vai contar com a participação de médicas, enfermeiras, doulas, representantes do governo do Estado, entre outros. Estarão presentes a professora de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Taysa Schiocchet, a representante da Rede de Mulheres Negras do Paraná, Alaerte Leandro Martins, a médica obstétrica Carla Batiuki, a enfermeira obstétrica Marcelexandra Rabelo, a doula Patrícia Teixeira, o representante da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Paraná, Jan Pawel Andrade Pachnicki, a defensora pública Eliana Tavares Lopes e a estudante de pedagogia da UFPR Luana Moreira Vieira.
De acordo com o Goura, é necessário que mulheres e familiares compreendam o assunto e profissionais da área estejam conscientes dos seus procedimentos, buscando a humanização do parto e da medicina, respeitando a individualidade das gestantes, a saúde física e mental de mães e bebês.