A Assembleia Legislativa realizou sessão solene no final da tarde desta quarta-feira (4) para entregar ao jornalista e escritor José Laurentino Gomes o título de Cidadão Benemérito do Paraná, proposto pela deputada Maria Victoria (PP). O evento foi aberto pelo deputado Pedro Lupion (DEM), que presidiu a solenidade, e contou com a presença da vice-governadora do Estado, Cida Borghetti (PROS), de Chloris Casagrande Justen, presidente da Academia Paranaense de Letras e do Centro Feminino de Cultura, além de um grande número de convidados.
Lupion manifestou grande satisfação em prestar homenagem a um ilustre paranaense que aqui iniciou sua carreira como jornalista – inclusive cobrindo os trabalhos legislativos no final da década de 1970 e início da década de 1980 – e atualmente integra o primeiro time dos autores nacionais com uma consistente obra sobre a história do Brasil no século XIX. “Nos enche de orgulho poder testemunhar a vitoriosa trajetória deste talentoso conterrâneo, hoje celebrado como um dos mais respeitados e elogiados escritores de não-ficção de nosso País”, afirmou o deputado, que também se confessou um grande fã do homenageado.
Laurentino Gomes, ao usar da palavra, disse que se sentia especialmente emocionado com a homenagem e lembrou aos presentes que começou a sua carreira jornalística cobrindo justamente as sessões plenárias, no Comitê de Imprensa da Assembleia Legislativa. “Nesta Assembleia começaram a germinar as sementes que me levaram à carreira de escritor, pela qual hoje estou sendo homenageado”.
O autor – José Laurentino Gomes nasceu em Água Boa-Paiçandu, localidade do município de Maringá, em 17 de fevereiro de 1956. Formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná, fez pós-graduação em Administração de Empresas na Universidade de São Paulo, além de cursos nas universidades de Cambridge e Vanderbilt. Iniciou a carreira de jornalista em Curitiba, como repórter dos jornais Correio de Notícias e O Estado do Paraná, ainda no fim da década de 1970. Foi repórter e editor do jornal O Estado de S. Paulo e depois da revista Veja. Chegou a diretor superintendente da Editora Abril.
Seu primeiro livro, “1808”, que abriu a trilogia sobre a História do Brasil no século XIX, foi um estrondoso sucesso que figurou por anos na lista dos livros de não-ficção mais vendidos no Brasil desde o seu lançamento, em 2007. Narrando a chegada da família real portuguesa à sua então colônia, recebeu o prêmio Jabuti de Literatura na categoria de livro-reportagem, e de Melhor Ensaio do Ano pela Academia Brasileira de Letras. No ano seguinte a revista Época o listou entre as 100 pessoas mais influentes do ano pelo mérito de vender mais de meio milhão de exemplares sobre história do Brasil.
Seguiu-se “1822”, lançado em 2010, que mostrava “como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil – um país que tinha tudo para dar errado”. Trata, evidentemente, da Independência, e foi mais uma vez premiado como Livro do Ano na categoria não ficção. O último exemplar da trilogia, “1889”, veio em 2013 e, segundo o próprio autor, buscava narrar “porque o país permaneceu como única monarquia das Américas por mais de 67 anos e como foi a proclamação da República”.
O último livro, “o Caminho do Peregrino”, em parceria com Osmar Ludovico, foi lançado em setembro, na Bienal do Rio de Janeiro. Dividido em três partes, trata do significado da experiência cristã nos dias de hoje. A primeira, assinada por Laurentino, combina reflexões pessoais, observações de viagem, relatos históricos e outras informações sobre a geografia, arqueologia e cultura de Israel e a região da Terra Santa, berço das três grandes religiões monoteístas, o Judaísmo, o Catolicismo e o Islamismo.
Laurentino é membro titular do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e da Academia Paranaense de Letras. E já anunciou que está trabalhando a próxima trilogia, desta feita sobre a escravidão no Brasil, com lançamento previsto para 2019.
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