12/07/2007 14h15 | por Zé Beto Maciel / Luiz Filho / (41) 9648-1104 - 9241-2401 - 3350-4191 / contato@luizromanelli.com.br / h2foz@hotmail.com / www.luizromanelli.com.br
O líder do Governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), condenou nesta quinta-feira (12) a exploração política por parte do deputado Marcelo Rangel (PPS) de mortes ocorridas na cidade de Ponta Grossa na última semana. “É inverídica a afirmação de que nove pessoas morreram por falta de UTI (unidade de terapia intensiva) em Ponta Grossa”, disse Romanelli ao ocupar a tribuna da Assembléia Legislativa.“Infelizmente, o deputado Rangel tenta se promover, num espetáculo grotesco, à custa da dor de pessoas. O deputado deixa claro que desconhece o funcionamento da central de leitos de UTI e tenta, de forma pífia, criar uma instabilidade institucional. Neste vale-tudo para chamar a atenção, o deputado Rangel violou o protocolo ético da medicina e da central de regulação que mantém os nomes dos pacientes em sigilo”, completou Romanelli. Na última terça-feira (10), da tribuna da Assembléia Legislativa, Rangel divulgou os nomes de noves pessoas mortas em Ponta Grossa e apontou que os óbitos foram motivados pela falta de UTI. Em seguida, divulgou nota a imprensa que serviu de fonte para o jornal Diário de Campos publicar matéria na quarta-feira (11) com título “Mais nove morrem por falta de UTI”.“Não houve óbito por falta de UTI e este número é fictício. Nunca o Paraná presenciou uma expansão tão grande de leitos de UTI em Ponta Grossa”, disse Romanelli. A 3ª Regional de Saúde, na região de Ponta Grossa, conta com 47 leitos de UTI: 38 na própria cidade e nove na cidade de Castro. “Em 2002 eram 18 e apenas 17 funcionavam”, aponta Romanelli. “A verdade é que dos nove pacientes citados pelo deputado, quatro estavam internados nas UTI’s e vieram a óbito depois da internação; três não tinham solicitação de UTI; um por complicações médicas e outro porque o médico não autorizou a transferência”, destacou Romanelli do relatório enviado pela Secretaria Estadual de Saúde. O relatório trouxe os nomes das pessoas mortas apontadas pelo deputado Rangel. Romanelli esclareceu as condições em que ocorreram os óbitos, mas não autorizou a divulgação dos nomes das pessoas em respeito aos familiares. Ampliação de leitos - A Secretaria de Saúde, por meio da Central de Regulação do Paraná, continua a garantir a internação dos pacientes de forma rápida e eficiente. Romanelli adiantou que mais 32 leitos de UTI vão entrar em funcionamento em Ponta Grossa. “Os leitos não começaram a funcionar ainda devido a problemas enfrentados pelos hospitais para adequarem espaço físico para o início das atividades”. Com os novos 32 leitos que estão sendo implantados, a região contará com 79 leitos de UTI. No final de 2008, data prevista para inauguração do Hospital Regional, haverá mais 30 leitos incluindo 12 unidades pediátricas, as primeiras em 180 anos. O número de leitos de UTI subirá para 109. Números do Paraná - O líder do Governo disse ainda que “nunca o Paraná presenciou uma expansão tão grande” de leitos de UTI. Entre os anos de 2002 a 2006, a cada três leitos, um foi criado no terceiro mandato governo Requião. A ampliação de leitos de UTI no Paraná é de 43%, a maior da história. Eram 782 leitos em 2002. Hoje são 1.124. Deste total 976 são credenciados no SUS: 148 contratados da rede particular. “É uma iniciativa inédita que faz uma reserva técnica para os pacientes da rede pública de saúde. Cidades que não tinham leitos de UTI agora têm. È o caso de Castro que agora tem nove e Telêmaco Borba, agora tem 10. Ponta Grossa e Umuarama não tinham leitos de UTI neonatais, agora seis e dez, respectivamente”, disse Romanelli. Segundo a portaria do Ministério da Saúde, o Paraná tem mais leitos que o número mínimo estabelecido. A quantidade apontada pela portaria é de 1.038, o Paraná tem 1.118 leitos de UTI. Paraná tem cinco centrais de leitos de UTIA Central de Leitos de UTI busca de maneira rápida e eficiente as internações requisitadas por todo o Paraná. Para que as consultas aos leitos vagos sejam mais ágeis, cinco centrais de leitos foram criadas nas regionais de saúde: Curitiba (2ª regional de saúde - que é a Central Estadual de Leitos), Maringá (15ª regional de saúde), Londrina (17ª regional de saúde), Cascavel (10ª regional de saúde) e em Ponta Grossa (3ª regional de saúde). Médicos ficam de plantão para encontrar a vaga. O tempo médio de espera por leito de UTI, após a entrada na Central de Leitos, é de seis horas. Não existe um tempo razoável, isso varia de acordo com cada paciente. O médico regulador é que fará essa avaliação. Os pacientes que aguardando vaga recebem assistência nos hospitais de origem, em locais de atendimento de urgência e emergência, que tem as condições para o atendimento até o encaminhamento para a UTI. São estes hospitais que fazem a solicitação de vaga. O hospital que recebe um leito de UTI é responsável pela adequação da área física, contratação de recursos humanos, materiais de consumo e materiais permanentes e pela manutenção dos equipamentos. A Secretaria de Saúde, por sua vez, é responsável pela compra e entrega dos equipamentos e pelo credenciamento, desde que atenda os critérios da portaria 3432/98 e cumpra as resoluções de diretoria colegiada (RDC) feitas pela Vigilância Sanitária. O valor pago pelo SUS por diária de um leito de UTI é de R$ 231,00 além dos procedimentos extras que são os valores mais altos. Existem procedimentos que pagam até R$ 50 mil. Depende do perfil de cada hospital. Estima-se que se o hospital atender os procedimentos mais complexos e a taxa de ocupação for de 100%, o valor seria de cerca de R$ 14 mil/mês por leito. Os equipamentos para montar um leito de UTI custam cerca de R$ 70 mil.