A Universidade Estadual do Oeste Paraná (Unioeste) abrange uma região que corresponde a um quarto da população paranaense. Por isso, é preciso fortalecer a instituição para manter a qualidade do ensino e o atendimento à comunidade. “A conversa com os deputados é importante para avançarmos cada vez mais”, disse o reitor Paulo Sérgio Wolff, sobre a visita dos parlamentares da Comissão de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior da Assembleia Legislativa do Paraná, na quinta-feira (10).
A Unioeste tem cinco campi em Cascavel, Toledo, Marechal Cândido Rondon, Foz do Iguaçu e Francisco Beltrão, mais o Hospital Universitário do Oeste do Paraná, o único público da região. Com 210 leitos, o HU atende cerca de 3.600 pacientes/mês e conta com 1.263 funcionários. “Nossa estrutura vem sendo readequada para suprir a demanda, no entanto é preciso contratar mais servidores, pois há uma sobrecarga funcional”, informou o diretor geral do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP), Luiz Sérgio Feetback.
O pró-reitor de Recursos Humanos, professor Douglas André Roesler, explicou aos deputados que, dentro do cenário ideal, a Unioeste precisaria contratar mais 1.200 pessoas. Outra questão apontada é quanto ao gasto com terceirizados, mantidos com verba de custeio da Universidade. “Atualmente, 60% dos recursos de custeio são usados para despesas da folha de pagamento”, enfatizou.
Os representantes sindicais da Unioeste solicitaram aos deputados que façam a interlocução junto ao governo estadual para garantir os repasses financeiros. O reitor ressaltou que o trabalho da Comissão de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior contribui para ampliar o diálogo.
Apesar das dificuldades, os dirigentes citaram avanços da Unioeste. Na qualidade de ensino, por exemplo, subiu de 84º para 27º na mais recente avaliação do INPE. Além disso, passou de 21 para 34 cursos de mestrado/doutorado nos últimos quatro anos. Outra ação foi a implantação do Programa de Desenvolvimento dos Agentes Universitários (PDA), baseado em criação de fundo próprio, segurança do trabalho e pesquisa científica.
O deputado Tercílio Turini (PPS) afirmou que as universidades estaduais enfrentam praticamente as mesmas dificuldades: obras paradas, recursos insuficientes para custeio, falta de pessoal e de autonomia para reposição de pessoal em vagas já existentes. “Podemos ajudar na busca de soluções, tanto que já propusemos duas emendas ao orçamento de 2016 para atender reivindicações comuns às universidades que já visitamos, ou seja, aumento do custeio e de recursos para repor quadro de servidores”, destacou.
O deputado Chico Brasileiro (PSD) também saiu em defesa do ensino superior público quando se referiu a segmentos que resistem em aumentar o investimento nas instituições. “É uma tentativa de enfraquecer as universidades, que são fundamentais no crescimento de suas regiões e do Estado.” O deputado Evandro Araújo (PSC) salientou que o diagnóstico feito pela Comissão demonstra que, apesar da crise, as universidades não deixaram de acreditar em seus potenciais e se mantiveram em desenvolvimento. O deputado Leonaldo Paranhos (PSC) falou sobre a necessidade de unir esforços pelas universidades. Os deputados Márcio Pacheco (PPL) e Professor Lemos (PT) foram representados por assessores parlamentares.
A Comissão já visitou a UEL (Londrina), UEM (Maringá), UENP (Jacarezinho), Unespar (Curitiba) e Unioeste (Cascavel). No início do próximo ano serão agendados encontros na UEPG (Ponta Grossa) e Unicentro (Guarapuava). Depois a Comissão convocará audiência pública na Assembleia Legislativa para definir plano de ações para fortalecer as universidades estaduais.
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