A Comissão do Mercosul e Assuntos Internacionais. Presidida pela deputada Maria Victória (PP), em parceria com a Comissão de Ecologia e Meio Ambiente da Assembleia promove dois seminários sobre o tema “Fracking, Consequências Sociais, Ambientais e Econômicas na Região do Aquífero Guarani”. O primeiro deles aconteceu na manhã desta terça (17) no Plenarinho da Casa.
Entre os convidados dos deputados estava o professor de Hidrogeologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ernani da Rosa Filho, que também é autor de um livro sobre o Aquífero Guarani. Ele diz que acredita que o impacto ambiental poderia ser negativo em aquíferos com menor profundidade, o que não é o caso do Guarani, que está a 1800 metros da superfície.
(Sonora)
Mas o assunto é polêmico. A Câmara dos Deputados arquivou projetos de lei que previam a exploração do gás de xisto pelo método não convencional, ou fracking. Na Assembleia do Paraná tramitam duas propostas do deputado Rasca Rodrigues (PV). Uma delas prevê uma espécie de moratória de dez anos, na prática, que se estude os prós e contras da exploração do gás pelo fracking, por pelo menos uma década. O outro projeto é mais radical: proíbe a exploração no estado. Segundo os especialistas, o sistema custa menos que o convencional, que perfura o solo até o fim para se obter o gás. No caso do não convencional, a perfuração vai até certo ponto e depois se fratura a rocha com uma explosão. Por isso ele é conhecido como faturamento hidráulico. Em países onde o método é adotado, já surgiram problemas ambientais. Caso dos Estados Unidos, Canadá e Argentina.
Há cerca de 15 dias uma comitiva formada por deputados federais, senadores e deputados estaduais, além de especialistas, foi até a Argentina conhecer de perto como funciona a exploração no país vizinho. O deputado Rasca, que fez parte da comitiva, conta que por lá mesmo a exploração sendo em áreas de deserto, em determinados pontos, onde há plantações, ela já causou impacto ambiental. Por isso, o tema deve ser amplamente debatido antes de se permitir a exploração.
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Se os aquíferos Guarani e Serra Geral, que são as fontes de água que estão sob o solo paranaense, fossem atingidos, o maior dos problemas seria a contaminação da água, o que afetaria a produção de grãos, principal riqueza do estado. O Paraná produz 25% dos grãos de todo o Brasil. E é justamente nesses locais que estão localizadas as reservas do gás. Essa é a grande preocupação de Rasca Rodrigues.
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O gás de Xisto pode ser transformado em combustível, asfalto, além de poder ser usado na fabricação de solventes. Mas os ambientalistas garantem: se explorado pelo método fracking, ele é altamente poluente e provoca a contaminação do ar, da água e do solo, eliminando a biodiversidade e impedindo o desenvolvimento agrícola dos locais atingidos.
Nesta quarta (18) a Assembleia promove a segunda parte do seminário para tratar do assunto