De janeiro a abril deste ano, foram feitos 196 transplantes de órgãos no Paraná. Essa é a melhor média até hoje desde a fundação da Central de Transplantes, em 1995. A Central pertence à Secretaria Estadual da Saúde e coordena todas as atividades de transplantes no estado. Para se ter ideia dos bons números, durante todo o ano de 2015, foram 541 transplantes. Arlene Badoch, que é a coordenadora do Centro Estadual de Transplantes, diz que o avanço se deve à conscientização da população paranaense. Só em doações voluntárias de medula óssea, os paranaenses representam 13% de todos os doadores do país. O maior percentual entre os estados. O Brasil, por si só, tem números muito positivos quando se trata de doação de medula óssea. É o terceiro do mundo em número de doadores voluntários, perdendo apenas para os Estados Unidos e para a Alemanha. . São castrados hoje no banco de doadores, quatro milhões, 240 mil doadores voluntários. Arlene falou sobre eles no começo da sessão plenária desta segunda-feira (16) da Assembleia Legislativa do Paraná, a convite do deputado Ney Leprevost (PSD). O parlamentar diz que é preciso trazer o tema ao legislativo para derrubar mitos que ainda existem em torno da doação.
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Arlene Badoch também destacou que os avanços nos números das doações de órgãos por aqui têm outros motivos. Segundo ela, são muitas as políticas no estado com relação a credenciamento e diretrizes para garantir o mesmo acesso a todos os paranaenses através de protocolos clínicos e selo de qualidade para todos os centros transplantadores. Ela disse na Tribuna da Casa que o Paraná possui quatro OPUS (Organizações de Procura de Órgãos), em Curitiba, Maringá, cascavel e em Londrina. Lembrou que são 66 Comissões Intra-hospitalares, que trabalham o processo de doação, localizadas em hospitais de toda a rede estadual. Além disso, que são quatro câmaras técnicas para discutir doações de fígado, rins, coração e córneas. E a estrutura organizacional não para por aí. São 15 hospitais que fazem transplante no estado de uma a várias modalidades. 33 equipes transplantadoras. Sete centros de transplantes de medula óssea e seis equipes para fazer esse tipo de transplante. E 25 centros no Paraná para fazer transplantes de córnea. Sete bancos de tecido. Inclusive o único banco de tecido valvular no país está no Paraná. Seis laboratórios de imunogenética para fazer os testes de compatibilidade. Significa dizer que o Paraná está entre os estados mais bem estruturados em todo o processo de transplantes em nível nacional, com altos investimentos, que chegaram a R$ 57 milhões de reais no ano passado. Mas segundo Arlene, é preciso que a sociedade se mobilize ainda mais. Tanto que a Central criou uma campanha que se chama “Doação de Órgãos: Fale Sobre Isso”. Para ela, é preciso que se converse sobre doação de órgãos em casa com a família. Assim todos ficam sabendo da vontade de cada um.
Até o dia 6 de maio, eram 1980 os pacientes no Paraná aguardando por um órgão. A maior parte deles, esperando por um rim. Esse paciente, ela explica, pode esperar o transplante vivo, já que pode fazer diálise enquanto aguarda pelo órgão. Privilégio que os pacientes em filas de fígado e coração não têm, porque se eles não conseguirem o órgão a tempo, morrem.
Então, ainda há muitos desafios e Arlene Badochi pediu ajuda da Assembleia para elaborar projetos de lei que facilitem as doações de órgãos no estado.
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E você sabia que a cada doação, é possível salvar até dez vidas? Por isso, Arlene lembrou: doar órgãos é um ato de amor e solidariedade. E em muitos casos, essa é a única forma de dar qualidade de vida, e vida a uma pessoa.
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Da Assembleia Legislativa do Paraná, repórter Cláudia Ribeiro.