25/10/2007 13h47 | por Flávia Prazeres
Para Editoria de PolíticaDistribuído em 25/10/07Jornalista: Flávia PrazeresA presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná, Aniela Almeida, usou na sessão plenária desta quinta-feira (25) o espaço concedido pelo presidente da Assembléia Legislativa, Nelson Justus (DEM), para protestar contra a agressão ao repórter-cinematográfico da TV Paranaense, Humberto Vendramel feita pelo advogado Eudes Martinho Rodrigues. O caso ocorreu no último dia 19 enquanto jornalistas acompanhavam o fechamento de um cassino clandestino.Na sessão foram mostradas imagens feitas pelo repórter-cinematográfico do SBT, Geber Vieira, no momento da agressão, que resultou num ferimento entre os supercílios e um hematoma abaixo do olho esquerdo.A jornalista questionou a razão pela qual o advogado não foi preso no ato da agressão e citou casos em que jornalistas foram presos por motivos menos relevantes. “O nosso apelo é que essa impunidade, esse tipo de atitude, que estimula a arrogância e a violência contra jornalistas, não torne a se repetir. Afinal, a violência praticada contra Humberto não foi apenas contra ele, mas contra toda a classe de trabalhadores e contra a sociedade”, destacou Aniela.O deputado Antonio Belinatti (PP) se solidarizou em nome da sua bancada partidária, concordando que a agressão não foi feita apenas contra a categoria, mas também contra a população. “Acredito que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) terá uma atitude extremamente rigorosa”, salientou.De acordo com o deputado Geraldo Cartário (PDT), tramitam no Tribunal de Justiça (TJ) 3.500 ações de agressões físicas ou verbais feitas contra profissionais, portanto ele defendeu ações efetivas contra este tipo de atitude. O deputado Cleiton Kielse (PMDB) falou em nome da Bancada do Governo e assegurou que serão adotados os procedimentos cabíveis para que ações como estas sejam coibidas no Estado.O presidente da Comissão de Obras Públicas, Transportes e Comunicação da Assembléia, deputado Marcelo Rangel (PPS) adiantou que será feita uma reunião extraordinária na próxima semana para que os integrantes da Comissão façam uma nota de repúdio e tomem ações efetivas, “para que isso nunca mais volte a se repetir”, completou.O segundo vice-presidente da Assembléia, Augustinho Zucchi (PDT), que presidia a sessão plenária na ocasião, disse que o assunto será tratado na próxima reunião da Mesa Executiva, realizada todas as terças-feiras. “Para que a Assembléia Legislativa enquanto instituição possa tomar uma atitude. Vale lembrar que quem agride não tem nada a dizer. E que muitas vezes a classe política é depositária de todas as mazelas, mas agora vemos que a impunidade faz parte do caráter das pessoas”, concluiu.BRASIL – Segundo levantamento feito pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), foi registrado 74 casos de agressão contra jornalistas em todo o País. A presidente do Sindicato do Paraná disse ainda não ter os números apenas das ocorrências no Paraná, mas alertou que eles têm acontecido, comprometendo não apenas a liberdade de expressão, mas também a democracia.