Protásio Lemos da Luz Recebe Título de Cidadão Honorário do Paraná

04/06/2007 20h04 | por Carlos Souza
Para: Editoria de Política e ColunasDistribuído em 04/06/07PROTÁSIO LEMOS DA LUZ RECEBE TÍTULO DE CIDADÃO HONORÁRIO DO PARANÁA Assembléia Legislativa do Estado do Paraná realizou nesta segunda-feira (4) uma sessão solene especial, por iniciativa do deputado Alexandre Khury (PMDB), para fazer a entrega do Título de Cidadania Honorária do Estado do Paraná ao médico cardiologista e doutor Protásio Lemos da Luz. Autor da proposição, Curi destacou que é uma grande satisfação conceder a honraria ao Dr. Protásio, nascido em Vacaria (Rio Grande do Sul), mas que chegou ao Paraná ainda menino para cursar o Científico no Colégio Estadual do Paraná e mais tarde, no ano de 1965, se formou em Medicina pela Universidade Federal do Paraná.“Gaúcho e paranaense a um só tempo, o Dr. Protásio tem o raro privilégio de possuir a dupla cidadania. É um homem do Sul, com tudo que isso significa e representa”, disse o deputado, lembrando que acima dessas duas cidadanias, há uma cidadania maior, “a do brasileiro Protásio Lemos da Luz, o médico, professor e cientista de renome internacional que tanto orgulho traz ao Brasil e tanto bem-fazer a nossa população”.Currículo – Discípulo do doutor Luiz Décourt (idealizador do Instituto do Coração, ao lado do Doutor Zerbini, e um dos coordenadores do primeiro transplante cardíaco do Brasil – o segundo no mundo) a quem perdemos recentemente, aos 95 anos, o médico Protásio Lemos da Luz deixou Curitiba para fazer a sua residência em Clínica Médica na Universidade de São Paulo (USP), onde realizou, ainda, o Curso de Especialização em Cardiologia, antes de seguir para os Estados Unidos. Lá, se especializando por cinco anos, na Universidade do Sul da Califórnia e no Cedars-Sinai Medical Center, ligado à Universidade da Califórnia, em Los Angeles. Fez parte da equipe, na condição de um dos autores, juntamente com médicos norte-americanos, do trabalho pioneiro que serviria de base para a revascularização cirúrgica em doença coronária, uma linha de estudo e também de ação que nunca deixou de render bons frutos e, desde então, vem poupando vidas em todo o planeta.Protásio concluiu seu Doutorado em 1972 e a Livre-Docência em Clínica Médica em 1976, pela USP.Trabalho – Curi observou ainda em seu discurso que “sendo um médico destacado e pesquisador nato, Protásio da Luz poderia certamente ter permanecido com sucesso nos Estados Unidos, mas preferiu voltar ao Brasil”.Assim, ainda em 1976 iniciou, juntamente com o professor Egas Armelin, as atividades da recém-criada Divisão de Experimentação do Incor - reconhecida como a maior e melhor universidade de toda a América Latina.A frente deste trabalho, Protásio tomou parte e coordenou linhas de pesquisa e estudos sobre a “aterosclerose” – o acúmulo de gordura na parede das artérias –, e “reatividade vascular e endotélio” – o tecido que compõe a parede das artérias, entre outras pesquisas. “Esses são termos médicos que soam áridos aos ouvidos dos leigos, mas que, em verdade, compõem um campo de atuação que significa na maior parte das vezes, para o cidadão comum, a diferença entre a vida e a morte”, disse Curi, lembrando que esses estudos resultaram na criação da Unidade de Aterosclerose da USP e culminaram em iniciativas capazes de amparar o surgimento e a ampliação de pesquisas e suas aplicações.Atualmente, Protásio tem 246 trabalhos publicados, dos quais 136 no Brasil e 110 internacionais, além de outros 395 trabalhos apresentados em congressos, dos quais 296 em nosso país e 99 no exterior, sendo que tomou parte em 364 conferências ao redor do mundo e conta com mais de 1.200 citações publicadas em trabalhos de outros autores. Referência internacional em sua área, também contribuiu para a formação de médicos e pesquisadores, que completaram a formação profissional e acadêmica sob sua orientação.Medicina – O deputado Alexandre Curi reiterou em seu discurso também que nos anos de trabalho acumulados pelo doutor Protásio da Luz é possível dividir de forma clara, na sua obra, duas linhas complementares de atuação. “Se, de um lado, esteve sempre presente nas suas preocupações cotidianas a busca por soluções para os males que se instalam no coração, de outro o hábil pesquisador procurou investigar o contexto em que tais males surgem e proliferam. Afinal, a medicina curativa apresentará sempre melhores resultados se estiver acompanhada da medicina preventiva”, observou o deputado.Curi lembrou ainda que há poucos meses, na capital curitibana, em um simpósio internacional que reuniu 300 especialistas, o doutor Protásio demonstrou como é possível reduzir os riscos das doenças cardiovasculares com o auxílio de hábitos saudáveis.Na ocasião, o médico destacou os benefícios da dieta mediterrânea, que inclui alimentos como azeite de oliva, nozes, peixes e pequenas doses diárias de vinho. Ainda nesse campo, Protásio e a sua equipe do Incor realizaram um estudo que demonstra os benefícios do consumo do suco de uva – e também do vinho – sobre as paredes das artérias do coração, graças aos flavonóides da própria fruta.Protásio também é diretor da Divisão de Cardiologia Clínica e da Unidade Clínica de Aterosclerose do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, e foi escolhido um dos 11 maiores cardiologistas do século 20 pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Também é autor de “Nem só de Ciência se Faz a Cura” e, também, de “Endotélio e Doenças Cardiovasculares”, obra vencedora do Prêmio Jabuti de 2004, da Câmara Brasileira do Livro.Curi observou ainda que “se nos encontramos longe do ideal desejado para o campo da saúde, podemos e devemos, sim, celebrar as conquistas de homens como o nosso homenageado”.BOX: PROTÁSIO AGRADECE HONRARIA E DEFENDE BINÔNIO SAÚDE-EDUCAÇÃO Agraciado com o título de Título de Cidadão Honorário do Estado do Paraná o médico cardiologista e doutor Protásio Lemos da Luz agradeceu a honraria e destacou algumas de suas lembranças nos onze anos em que residiu na capital paranaense. Em Curitiba, além da educação de ensino médio e superior, Protásio presidiu a União Paranaense dos Estudantes (UPEs), onde diz ter aprendido algumas artes e manhas da política. “Por conta disso muitos acharam que eu seria político. Felizmente, outros com mais talento, como meu amigo Roberto Requião, assumiram essa árdua tarefa”, disse, observando que sempre quis ser médico. Na área médica, o doutor lembrou de professores e companheiros e fez um breve relato de sua carreira. Lembrou ainda dos avanços da medicina e dos inúmeros procedimentos, exames e aparelhos médicos inexistentes na época, além das próprias dificuldades de comunicação e procedimentos. “Esses avanços, mesmo para os leigos, são corriqueiros, mas na realidades são verdadeiros milagres da medicina que se devem a pesquisas intensas e custosas, a homens dedicados que buscaram o bem estar da humanidade. A sociedade, que talvez nem saiba seus nomes, deve a eles um tributo de gratidão”, disse.Protásio destacou ainda a ciência avançou de modo significativo, mas a contribuição para o conhecimento da humanidade ainda é modesta, mas vem crescendo significativamente e constantemente. Para isso, citou que a formação de doutores cresceu 14% ao ano e as publicações científicas cresceram mais de 8% - ano nos últimos anos. “Hoje, o Brasil já é 17º país do mundo em publicações internacionais”, afirmou.O médico defendeu ainda que o binômio saúde e educação estejam sempre juntos. “Ações de saúde são responsáveis por 10 a 15% do processo de desenvolvimento de um país. E o binômio saúde – educação é a base da cidadania, ao que hoje se acrescenta um mínimo de conhecimento científico que permite ao homem compreender o seu tempo e preparar-se para o futuro. Portanto, cuidar da saúde não é apenas uma questão humanitária, é uma questão econômica vital para o desenvolvimento do país”, ponderou Protásio da Luz, acrescentando: “Também não existe desenvolvido no mundo sem educação eficiente e moderna. Nesse aspecto, precisamos melhorar”.

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