A regulamentação do exercício da profissão de intérpretes, guias-intérpretes e tradutores da Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi discutida em audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Paraná nesta segunda-feira (04). A definição de regras para o exercício das profissões é um dos temas debatidos pela Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados que busca a contribuição de toda a sociedade para a elaboração de um projeto de lei.
A audiência pública comandada pelo deputado Nelson Luersen (PDT) foi uma solicitação do deputado federal Assis do Couto (PDT-PR), que integra a subcomissão criada na Câmara Federal para apresentar a proposta de regulamentação. Segundo Luersen, o debate é uma forma de dar voz aos paranaenses nesse processo.
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O diretor regional da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos, Luciano Canesso Dyniewicz, destacou a importância de envolver toda a comunidade no debate, pois são intérpretes e surdos que conhecem os obstáculos que precisam ser superados. A tradução da entrevista de Luciano foi feita pelo intérprete Cleverson Rogério dos Santos.
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O Brasil tem mais de 1% da população com alguma deficiência auditiva e uma carência enorme de profissionais para atender a demanda de surdos e surdo-cegos. O Paraná é considerado um estado pioneiro na acessibilidade dos surdos, com a disponibilização do intérprete na educação, o debate sobre a regulamentação da profissão e a Central de Libras mantida pela Prefeitura de Curitiba, que presta atendimento gratuito para facilitar a comunicação entre surdos e ouvintes. Atualmente, a Secretaria de Estado da Educação atende 45 alunos surdo-cegos e conta com 11 profissionais que auxiliam na interpretação e tradução.
O diretor da Associação dos Profissionais Tradutores e Intérpretes e guia-intérpretes de Língua de Sinais do Paraná, Anderson Gomes, ressaltou que qualquer legislação federal precisará ter resultados práticos nos estados e municípios.
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A definição de um perfil profissional para intérpretes e tradutores é o grande desafio para a regulamentação da profissão, já que a oferta de cursos superiores é limitada. A dificuldade de formação adequada também tem resultado em profissionais que não tem a fluência adequada para atender as necessidades do surdo. A profissão também tem uma série de especificidades para atuação, o que também precisa ser observado na regulamentação federal.
Da Assembleia Legislativa do Paraná, repórter Kharina Guimarães.