Para Editoria Política Distribuído em 23/11/2005Jornalista: Vanderlei RebeloA MISSÃO DA ESCOLA DO LEGISLATIVOReescrever o contrato entre a sociedade e os políticos e servir de instrumento de recriação de lideranças para o exercício da política. Estes são os desafios centrais da Escola do Legislativo, como acredita o presidente da entidade na Assembléia Legislativa de Santa Catarina, deputado Celestino Secco. “Há uma desesperança generalizada com a política. A Escola do Legislativo tem essa missão, de estabelecer um novo diálogo entre o político e a população”, disse o deputado nesta quarta-feira (23), em Curitiba.Celestino Secco veio à Assembléia Legislativa do Paraná fazer um relato do funcionamento e das ações da Escola do Legislativo catarinense, criada em 2000. Ele foi convidado pelo presidente da Assembléia, deputado Hermas Brandão, que recentemente criou, por lei, a Escola do Legislativo paranaense. Nestes cinco anos de atividade, a Escola catarinense ofereceu cursos de capacitação que beneficiaram mais de cinco mil pessoas. Numa primeira etapa, a Escola dirigiu suas iniciativas para o próprio poder Legislativo, promovendo cursos de qualificação dos servidores da Assembléia. Essa ação, logo depois, ganhou um caráter mais abrangente, e de natureza social, contemplando estudantes de famílias carentes que tiveram acesso a cursos pré-vestibular e de inclusão digital, além de estágios profissionalizantes na própria Assembléia. A Escola ampliou suas atividades ao oferecer cursos de capacitação a vereadores e servidores de câmaras municipais, em parceria com as associações regionais das câmaras. Essa etapa foi caracterizada pela interiorização da Escola do Legislativo, que foi aos municípios para formar agentes públicos e políticos, no que teve o apoio da Unilegis (Universidade do Legislativo do Senado Federal) e do Interlegis, organismo que integra as assembléias estaduais. “Só na região serrana, mais de 800 vereadores e funcionários participaram das aulas. Ir aos municípios e descentralizar o processo revelou-se de extrema relevância para a Escola do Legislativo”, disse o deputado Celestino Secco. Uma das mais recentes iniciativas da Escola catarinense foi a criação do Parlamento Jovem, que permitirá que alunos de escolas públicas do nível médio participem de sessões e debates simulados na Assembléia. “É uma forma de aprendizado, uma maneira de aproximar o jovem, o estudante do poder Legislativo, a fim de que ele se familiarize com o parlamento”, explicou Secco. E está em projeto trazer para a Escola a colaboração voluntária de pessoas mais experientes que, embora aposentadas, gostariam, de alguma forma, de voltar à ativa. “Os mais velhos não têm só mais experiência e mais conhecimento. Eles têm, acima de tudo, mais sabedoria. Sua contribuição pode ser valiosa”, afirmou Secco. Nos cursos a serem ofertados aos funcionários da Assembléia catarinense, em 2006, a Escola dará prioridade a questões como técnicas legislativas, processo legislativo, licitação e contratos, orçamento e Lei de Diretrizes, cerimonial e redação de textos. Celestino Secco almoçou com o deputado Hermas Brandão e depois falou na tribuna, durante a sessão plenária, sobre as ações da Escola catarinense. Acompanhado da diretora da Escola, Carla Pedroso, e da coordenadora administrativa Beatriz Acorsi, o deputado por Santa Catarina conversou com a diretora da Escola do Legislativo da Assembléia paranaense, Sandra Pacheco, e o coordenador didático Luiz Alberto Kuchenbecker. Sandra e Luiz Alberto mostraram-lhe as instalações da Escola do Legislativo, numa casa próxima à Assembléia. O deputado disse-lhes que, se tivesse que dar uma sugestão sobre a futura escola paranaense, seria no sentido de concentrar esforços na capacitação didática dos monitores da própria Assembléia, aqueles servidores mais qualificados e experientes que, embora dominem determinados temas e estejam aptos a transmitir conhecimentos a respeito, carecem de preparo pedagógico.