O Plenário da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) recebeu na noite desta segunda-feira (8) audiência pública para debater a precarização dos serviços e do atendimento prestados pelos Correios, e a possibilidade de privatização da estatal. No encontro, proposto pelo deputado Marcio Pacheco (PPL), os participantes debaterem retirada de direitos dos servidores dos Correios, o fechamento de agências, a falta de segurança, a suspensão de férias de funcionários, demissões motivadas e cobranças no plano de saúde. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (SINTCOM-PR), a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos vive uma crise financeira sem precedentes e para reduzir o déficit bilionário acumulado nos últimos anos, a empresa pretende fechar 250 agências em todo o Brasil. No Paraná, são mais de 40 unidades previstas para fechar as portas até final do segundo semestre deste ano. No estado, são 6.353 funcionários distribuídos em 432 agências.
Durante a audiência, o diretor do SINTCOM-PR, Sérgio Alende, anunciou o fim da greve da categoria em todo o Brasil, que durou doze dias. Segundo o dirigente, o fim da paralisação não encerra as negociações. “Recuamos, mas está mantido o estado de greve. Agora é o momento dos sindicatos voltarem às suas bases em todo o país para mostrar a toda categoria o que vem pela frente. Já temos informação de que há uma previsão de 20 mil demissões no segundo semestre de 2017. Isso é um sinal de que o processo de privatização está acontecendo de forma acelerada. É importante ressaltar que o nosso objetivo com essa greve é restabelecer a qualidade dos serviços que a empresa conquistou ao longo dos anos. A nossa paralisação não tem um caráter economicista, no qual vamos pedir reajuste salarial. Muito pelo contrário”, ressaltou Alende.
Dificuldades – O diretor regional dos Correios no Paraná, Paulo César Kramer, afirmou que a audiência pública foi importante para esclarecer alguns pontos sobre as dificuldades que os Correios passam na atualidade. “A empresa passa por um momento delicado e de reestruturação. Nós temos que repensar nosso posicionamento no mercado, de atendimento à população. Essa é uma conjuntura não apenas dos Correios, mas também do país todo, que passa por uma crise muito grave. O objetivo é esclarecer tudo para devolver os bons serviços da empresa à sociedade”, explicou Kramer.
O deputado Marcio Pacheco afirmou que os Correios vêm passando, ultimamente, por uma série de medidas de sucateamento e, por isso, é preciso promover ações que devolvam a confiança que os cidadãos brasileiros tinham pela empresa. “A nossa maior preocupação é com as pessoas mais pobres, dos municípios mais distantes, onde os Correios não veem prestando os serviços de qualidade que costumavam prestar. Com certeza vamos encaminhar com os nossos deputados federais as demandas dos Correio aqui no estado, para que eles possam dar os passos seguintes em Brasília”, apontou o parlamentar.
Também participaram da audiência pública representantes de diversos setores da sociedade, além de diretores dos Correios, dirigentes de sindicatos de trabalhadores, representantes de câmaras municipais, prefeituras, dentre outras entidades.