Ênfase no diagnóstico precoce do câncer de mama foi a tônica dos discursos no encontro que deixou o Plenário em cor-de-rosa.Vestindo peças de roupa cor-de-rosa, em alusão a cor símbolo da prevenção ao câncer de mama, mais de 400 mulheres de vários municípios paranaenses participaram ontem (01/10) na Assembléia Legislativa do 3º Encontro das Primeiras Damas do Paraná, organizado pela deputada Cida Borghetti (PP) em parceria com o Hospital Erasto Gaertner.O evento teve início às 10h e foi até o final da tarde com palestras de especialistas em câncer, apresentações artísticas e depoimentos emocionados de mulheres que enfrentam a doença.Entre as palestras mais comentadas, a Dra. Janiceli Silvestre falou sobre “novidades na área oncológica”. Disse que as mulheres, em geral, têm 7,1% de chance de desenvolverem câncer de mama ao logo de sua vida. São 1,2 milhão de mulheres diagnosticadas com a doença anualmente no mundo.De acordo com a Dra. Janiceli, apesar de a incidência ser maior em idades mais avançadas, nas últimas décadas se percebe um aumento dos casos entre mulheres com até 35 anos. A lei federal 11.664, tornou obrigatória a realização de mamografia gratuitamente pelo SUS para a população feminina acima de 40 anos de idade. Mas na opinião da Dra. Janiceli, as mulheres mais novas também precisam se cuidar. “A partir dos 20 anos de idade o auto-exame deve ser feito mensalmente e a mamografia a cada três anos. Depois dos 40, deve ser mantido o auto-exame e a mamografia deve passar a ser feita anualmente”, explicou.Cuidados que faltaram para a paciente de câncer de mama Sirley Cardos. Ela não pôde comparecer no evento porque está passando por uma cirurgia para retirada da mama, mas gravou um depoimento em vídeo, que foi exibido durante o encontro. Emocionada, Sirley relatou que fez sua primeira mamografia aos 40 anos de idade e só foi repetir o exame na véspera de completar 49 anos. “Eu quero ser uma história de uma mulher que superou a doença, mas ainda não sou”, disse Sirley chorando. “Ainda vou ter que passar por uma cirurgia e depois não sei o que vai ser, se terei que continuar fazendo quimioterapia, radioterapia ou hormonioterapia, quero apenas viver e poder alertar outras mulheres a não cometerem o mesmo erro que eu”, disse ela, referindo-se ao fato de ter ficado nove anos sem fazer a mamografia.O 3º Encontro das Primeiras Damas contou com a participação de deputados estaduais, esposas de deputados, primeiras damas, vereadores, secretários municipais, profissionais da saúde e do Provopar de vários municípios do estado.Para o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Nelson Justus, o encontro teve o papel fundamental de compartilhar informações e trocar experiências. “Cada primeira dama sabe das particularidades do seu município e teve a oportunidade de conversar com as colegas, ouvir experiências de outras cidades que tiveram êxito no enfrentamento do câncer de mama e podem adaptar a campanha para o seu município”, disse ele.