O deputado estadual Elio Rusch (DEM) demonstrou profunda indignação com a atitude do governador Roberto Requião, que usou a formatura de uma turma de alfabetização, em Cascavel, na última sexta-feira(20), para fazer propganda antecipada do provável candidato peemedebista ao Governo do Paraná , Orlando Pessuti. Rusch considera que “o governador Roberto Requião não tem o direito de utilizar os atos oficiais como palanque eleitoral. A legislação é bem clara quanto a isto. Ele pode ter candidato, ele pode se pronunciar em atos particulares e em reuniões do partido dele, mas a legislação não permite que ele use as cerimônias de que participa como ato de propaganda eleitoral”. Elio Rusch lembrou que “além de fazer propaganda, ele usou o ato oficial em Cascavel para atacar pessoas e agremiações. O governador Requião finalizou dizendo “quero que o meu sucessor tenha experiência, se possível que seja um companheiro de jornada, que tenha a fibra e a persistência dos meus secretários. E entre eles destaco o Pessutão, meu vice-governador. Confio em vocês, companheiros”. ABUSO DE PODER Para Elio Rusch “a atitude do governador configura abuso de poder político, propaganda antecipada . Quem está à frente do Governo do Paraná representa uma instituição e, deste modo, não pode pedir votos para este ou para aquele. Há um espaço próprio para esta discussão, mas a eleição é em 2010”. Segundo Elio Rusch “Requião tentou no mesmo discurso denegrir os possíveis adversários de seu partido: o senador Alvaro Dias, o senador Osmar Dias, o prefeito de Curitiba Beto Richa. Não podemos aceitar isto calados. Espero que os partidos tomem as providências necessárias”. O parlamentar considera que “todos tem direito de ter candidato, mas não podem usar da máquina administrativa para tentar fazer o sucessor. O pronunciamento do governador não é próprio de uma solenidade, mas típico de um comício”. O deputado Rusch comparou a postura do governador com o presidente Lula e observou que “nós sabemos quem ele apóia. A ministra Dilma Roussef viaja o Brasil inteiro ao lado dele, vai a tiracolo, mas, ao menos até aqui, ele não pediu votos pra ela em atos oficiais”. Rusch avalia que “o vice-governador Orlando Pessutti tem todo direito de participar do processo político, de tentar se articular dentro do próprio partido, o que não é justo o governador usar a máquina administrativa em favor dele”.